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- Direito & Defesa do Consumidor -
28.11.2004


Dr. Olympio Moraes JuniorProstituição - exploração da miséria de nosso mundo
Por Olympio Moraes Junior, [email protected]

Olympio Moraes Junior, primeiramente advogado. Ex-Técnico Judiciário Juramentado do Rio de Janeiro, Ex-delegado de Polícia de Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais, Ex-Procurador-Chefe da Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia. Conselheiro da OAB/AM em segundo mandato, Ex-Corregedor-Geral da OAB/AM, Ex-Presidente e Presidente atual da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AM.

            Esta semana fomos procurados por uma mãe que, em seu desespero, chorava por vergonha da exposição que teria que fazer. Uma mãe que trabalhava no comércio, ganhando pouco, morando num dos tantos bairros proletários de nossa cidade. Que insistia em lembrar sua religiosidade, seus valores morais e seu caráter que a pobreza não conseguiram reduzir.

            Depois de muito insistir que se acalmasse, que enxugasse suas lágrimas, e nos contasse o que lhe afligia, acabou por contar que sua filha com 18 anos, com o segundo grau completo, mas sem emprego ou condições de conseguir um, levada por outra colega de desespero resolver ir ser dançarina na Espanha.

            A mãe foi avisada que a mesma iria trabalhar em casa de um “doutor”, e que logo no começo iria viajar com a família para o Rio de Janeiro. A mãe, pessoa humilde, sem maiores conhecimentos chegou a levar a menina ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomes de Manaus.

A filha avisou-a que ligaria quando chegasse, e tanto demorou cerca de alguns dias. A menina acabou por contar a pobre senhora que estava em uma cidade do interior da Espanha. E que estava se prostituindo e que queria voltar ao Brasil, mas o seu “patrão” reteve seu passaporte e só devolveria quando ela pagasse uma dívida, estilo muito usado no Brasil para reduzir trabalhadores a condição análoga de escravo.

            Passou a se desesperar, mas estava muito receosa de matarem a menina caso falasse com as autoridades. Viu-se surpreendida com a chegada de uma colega de infortúnio de sua filha que havia fugido, ou conseguido por qualquer forma se ausentar da casa de prostituição espanhola e chegar a Manaus.

            Com o apoio desta buscou um advogado, e este trouxe o caso a Comissão de Direitos Humanos que empreendeu uma Sindicância, apurando uma mulher em Manaus que prometia mundos e fundos para meninas irem “trabalhar” na Espanha, e estas saiam de Manaus iam para SP, e de lá para Paris, onde um dos seguranças da “boate” as pegava de carro e levava-as para a cidade Espanhola.

            Este é um caso real, que não comentamos o nome dos envolvidos nem da cidade espanhola, pois após a sindicância enviamos solicitação com documentos colhidos ao Itamaraty, a Comissão de Direitos Humanos do Congresso e da secretária Nacional, bem como a Polícia Federal solicitando as investigações necessárias e a detenção dos exploradores desta situação, além do repatriamento da brasileira encarcerada e explorada sexualmente inclusive, pelo depoimento de testemunha, sendo constantemente drogada.

            Na verdade esta triste história ocorrida em nosso país, e na exuberante amazônia, não é um caso isolado, mas uma aberração em muito multiplicado em nossas cidades, pequenas médias e grandes. Onde mulheres de todas as idades, das mais novas as mais velhas por desespero e falta de oportunidade recorrem à prostituição ou são nela jogadas, e isso é mais que um problema de direitos humanos – é um problema de humanidade.

            Vamos discutir o assunto: [email protected]

TEXTO COM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA PARA PUBLICAÇÃO NO PORTAL BRASIL
A PROPRIEDADE INTELECTUAL É DO COLUNISTA

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