Área Cultural Área Técnica

 Ciência e Tecnologia  -  Colunistas  -  Cultura e Lazer
 
Educação  -  Esportes  -  Geografia  -  Serviços ao Usuário

 Aviação Comercial  -  Chat  -  Downloads  -  Economia
 
Medicina e Saúde  -  Mulher  -  Política  -  Reportagens

Página Principal

R E L I G I Ã O
20
/ MAIO / 2007

A LIGA
P
or Bruno Aníball Peixoto de Souza, colunista do Portal Brasil

            Vislumbre-se esta perspectiva: depois do Éden, foi rompido o elo do homem com DEUS, e o homem se tornou cada vez mais carnal, pelo que DEUS reduziu seus anos de vida conforme relatado em Gênesis, capítulo 6, versículo 3. Assim como na criação a TRINDADE – DEUS PAI, DEUS FILHO E DEUS ESPÍRITO SANTO – resolveu criar o homem com imagem e semelhança de DEUS, agora resolveram reduzir-lhe o tempo de vida.

            Então DEUS separou uma linhagem dentre os homens para estabelecer um povo seu, algo como o corredor que a carrega a chama de uma olimpíada, até alcançar Abraão e, a este, escolheu para dele fazer uma grande nação, do qual adviria o MESSIAS, aliás, toda a narrativa do velho testamento tem por escopo o MESSIAS, porque JESUS encerra em si mesmo o cumprimento de todas as profecias.

            Abraão gerou Isaque, que gerou Jacó, que se tornou Israel posto que DEUS lhe mudou de nome, o qual foi pai de doze filhos, cada uma deles deu origem a uma tribo de Israel: a linhagem dos sacerdotes, dos músicos levitas, dos guerreiros, dos reis, enfim de toda a história do velho testamento, os quais profeticamente simbolizaram também os doze discípulos de JESUS que construíram os alicerces do “Israel espiritual de DEUS”, cumprindo a promessa a Abraão de que nele seriam benditas todas as famílias da terra.

            Esse é o quadro. Em cada um dos doze filhos de Jacó, que é Israel, uma semente bendita do sonho de DEUS em levantar a nação dos salvos, dos filhos de Abraão, que entrarão no reino de DEUS e terão o privilégio de ver incessantemente a face do PAI e, a face da alegria do PAI: JESUS. Daí a expectativa de se observar na vida daqueles pastores de ovelhas sinais do extraordinário.

            Mas não se vê nada disso. Considerando que o décimo segundo filho de Jacó não havia nascido – Benjamim -, o livro de Gênesis descerra história de dez irmãos que resolveram matar o então caçula José, por ser o preferido de Jacó, o filho da sua velhice. A história de José é a história que mais minuciosamente descrita no livro de Gênesis. José não fez um milagre sequer, não houve nenhum feito sobrenatural na sua vida como se observa em Moisés.

            Contudo, a quantidade de capítulos destinados à história de José revela que há algo de especialíssimo nele, a ponto de DEUS assim dispor sua história como a mais longa do livro de Gênesis, do livro que descreve a origem da dimensão espaço-tempo que se conhece, da intersecção que DEUS fez na sua dimensão da eternidade para inserir sua imagem e semelhança: o homem, numa redoma física e temporal.

            E o que há de extraordinário na vida de José? O menino vendido como escravo para uma caravana de ismaelitas, a qual o vendeu como escravo a Potifar, chefe da guarda do grande Faraó do Egito, o qual lhe meteu no calabouço por uma mentira de sua mulher e, apesar de tudo isso, DEUS fez que num dia José amanhecesse escravo, prisioneiro barbado e sujo e na noite daquele dia dormisse como o segundo homem mais poderoso do Egito. É isso o extraordinário?

            Isso é impressionante, mas o extraordinário de José foi o momento em que, anos após ele ter sido vendido como escravo, seus irmãos foram ao Egito comprar comida e encontraram José e não o reconheceram dada sua glória. No desenrolar do feito o clímax é o momento em que José perdoa seus irmãos. Pode-se dizer que é impossível ler a história de José e não se emocionar nessa parte.

            O perdão de José foi tão inconcebível que anos depois, quando o pai Jacó morrera, os dez irmãos, a exceção do caçula que de nada participou no sofrimento de José, foram suplicar a José que não os castigasse. A explicação é simples: o perdão de José estava além da capacidade de compreensão humana. José chorou quando viu a dureza dos seus irmãos em entender o poder do perdão (Gênesis, capítulo 50, versículos 15 a 17):

“Vendo os irmãos de José que seu pai já era morto, disseram: É o caso de José nos perseguir e nos retribuir certamente o mal todo que lhe fizemos. Portanto, mandaram dizer a José: Teu pai ordenou, antes da sua morte, dizendo: Assim direis a José: Perdoa, pois, a transgressão de teus irmãos e o seu pecado, porque te fizeram mal; agora, pois, te rogamos que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. José chorou enquanto lhe falavam.”

            A lógica humana é o revide, é aguardar o momento de retribuir. Olho por olho, dente por dente. Philipp Yancey no livro “Maravilhosa Graça” aborda o ciclo maldito da desgraça: a agressão que precede a vingança, que precede o revide e assim sucessivamente. Só a graça, que é favor imerecido, pode romper o ciclo da desgraça pela ausência de perdão.

            Esta é a moral da história de José: sem perdão não há salvação, não há família, não há relacionamento saudável entre marido e esposa, entre pais e filhos e, sobretudo, não haveria o reino de DEUS na terra. Cada um dos filhos de Jacó profeticamente simboliza as doze tribos espirituais do Israel de DEUS, portanto, o perdão é a liga bendita de DEUS para unir os salvos, os filhos de Abraão, contrariado a razão e o sentimento humano-faccioso, porque o humanismo é carnal e nada tem de DEUS.

Leia outras colunas sobre Religião ==> CLIQUE AQUI


FALE CONOSCO ==> CLIQUE AQUI