O Salmo 131 poderia ser o salmo do Natal porque alude a uma criança de peito e, conquanto pequeno, é profundo e cirúrgico na mensagem, assim como JESUS, um bebê pequeno, encerrou em si o que DEUS tem de melhor e único para a salvação da alma:

“Senhor, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha para contigo.” 

            O início desse salmo de Davi, o grande rei de Israel, é a essência contracultura, da  contra-correnteza ao modus vivendi do mundo: “não ando à procura de coisas grandes”. Só o grande rei Davi para dizer algo assim, para ser desprendido nesse jaez. Mas há outra mensagem mais profunda no Salmo 131: “como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe”. Desmamada é a criança que já foi mamada, que chorou e se lhe supriram todas as necessidades, contudo permanece inquieta, como o história do jovem rico corroído por um vazio existencial interior insuportável, como na frase de Jean Paul Sartre de que o homem é um eterno insatisfeito, porque ainda que “desmamado” se inquieta.

            A criança desmamada se aquieta porque precisa conectar-se a quem lhe gerou. O homem pode estar “desmamado”, mas se não se aquietar no seio de quem o criou, viverá inquieto. E quem o criou foi DEUS. Daí JESUS dizer: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” – Mateus, capítulo 10, versículo 28. O profeta Isaías registrara que os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias, correrão, e não se cansarão andarão, e não se fatigarão – Isaías, capítulo 40, versículo 31. Deitar-me faz em pastos verdejantes e leva-me às águas de descanso, são expressões do Salmo 23 no mesmo carril.

            Que nesse Natal, além da mesa cheia, que mergulhe nas Escrituras – a palavra de DEUS – , como Davi fez e o demonstrou fazer no Salmo 119, experimentando uma alma cheia, e não “desmamada”, porque pode-se substituir o leite materno, existe o NAM da Nestlé e outros, mas o colo de DEUS é insubstituível.