O mundo não consegue compreender a bondade/misericórdia de DEUS e, menos ainda a dimensão e o peso da sua justiça. JESUS morreu trucidado porque DEUS amou o mundo e porque, mesmo assim, não deixou de descerrar a fúria da sua justiça. JESUS foi a manifestação do amor de DEUS no madeiro e, outrossim, o que dele restou depois de passar pelo moedor da ira de DEUS. Aos que não nasceram de novo pelo poder do ESPÍRITO SANTO, mediante um encontro com JESUS, que se dá pela majestade da sua palavra, as Escrituras Sagradas, sobre os tais, subsiste a ira de DEUS, a despeito do que ocorreu com JESUS, porque não acolheram o amor do Evangelho para serem salvos. Os salvos são lavados pelo sangue de JESUS, de forma que espiritualmente entram na presença de DEUS sem serem fulminados pelos respectivos pecados, porque o sangue de JESUS os purifica e os livra da destruição, senão, da mesma forma que a luz dissipa as trevas, o homem natural seria dissolvido na presença de DEUS. Nesse contexto, poucos sabem, mas dele se extrai o porquê DEUS escolheu Moisés para tirar os israelitas da mão da escravidão – Números, capítulo 12, versículo:

“Ora, Moisés era homem mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.”

            Por que DEUS escolheu um homem em extremo manso, mais do que todos os que havia sobre a terra, encontrando nele apanágio que se verificaria em JESUS, o MESSIAS, o UNGIDO, o qual  testificou de si mesmo  que era manso e humilde – Mateus , capitulo 11, versículo 29 - , e o provou cabalmente na cruz, enfim, por que um manso? Há razões administrativas, de composição, de mediação, de alguém que conduziria uma nação peregrinando quarenta anos no deserto. Tudo isso contou na escolha, mas não foi só, pois subsistem fundamentos que desvelam uma  misericórdia de DEUS maior do que a capacidade de percepção humana, de descrição maior até do que o se há propagado até o momento, ladeando à misericórdia que se pode denominar de conhecida de DEUS, outra oculta, menos conhecida ou desconhecida.    

            Primeiro motivo que fundamenta a misericórdia oculta de DEUS esta em Ezequiel, capítulo 33, versículo 11: “Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que morrereis, ó casa de Israel?”. O segundo está em Ezequiel, capítulo 22, versículo 30: "E busquei dentre eles um homem que levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei”. Noutra dicção, DEUS não tem prazer na morte do ímpio e, ainda, antes de executar ira, de virar a taça do vinho do seu furor, busca na terra se há alguém clamando por ela para, havendo, ampliar o tempo da graça..  

            O terceiro indício da misericórdia oculta de DEUS na escolha de Moisés está em Êxodo, capítulo 32, versículos 30 a 32: “No dia seguinte, disse Moisés ao povo: Vós cometestes grande pecado; agora, porém, subirei ao Senhor e, porventura, farei propiciação por vosso pecado.Tomou Moisés ao Senhor e disse: Ora, o povo cometeu grande pecado, fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa o seu pecado; ou se não, risca-me do teu livro, que tens escrito. Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que tiver pecado contra mim, a este riscarei do meu livro.”

            Esse não foi o único, mas outros episódios transcorreram em que DEUS pediu para ele, Moisés, sair da frente porque ELE – DEUS – iria exterminar os filhos de Abraão, porque não só pecavam, eram de dureza e de obstinação desmensuradas, a ponto de tirar qualquer um do sério, até DEUS. Mas em todas, Moisés estava lá, intercedendo, pelo que, conquanto castigos e muitos mortos, não foram exterminados.

            A pergunta de ouro é: quem escolheu Moisés para guiar o povo pelo deserto sabia que sua mansidão seria brecha de oração, a favor daquele povo, para que não fossem exterminados? A resposta é sim, DEUS sabia porque é onisciente, daí escolheu Moisés para que, quando perdesse esgotasse a sua medida, Moisés, pela intimidade que desfrutava com o ALTÍSSIMO, o detivesse. Essa é a misericórdia oculta de DEUS e a razão do registro de Jeremias, capítulo 3, versículo 23:

“A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.”