Área Cultural Área Técnica

 Ciência e Tecnologia  -  Colunistas  -  Cultura e Lazer
 
Educação  -  Esportes  -  Geografia  -  Serviços ao Usuário

 Aviação Comercial  -  Chat  -  Downloads  -  Economia
 
Medicina e Saúde  -  Mulher  -  Política  -  Reportagens

Página Principal

M O T I V A Ç Ã O   &   E M P R E E N D E D O R I S M O
01 / JANEIRO / 2008

A DELICADA ARTE DE VIVER EM PAZ
Por Denise Amaral (*)

            Nosso tempo é turbulento, e as notícias nos chegam com tal velocidade que o mundo se torna muito pequeno, e as realidades de todos os povos, muito próximas de nós.

            Alguns, mais conscientes, procuram formas de colaborar para que os problemas sejam minimizados de forma abrangente – movimentam-se, criam ONG’s ou fazem campanhas, ou simplesmente tomam medidas pessoais para que a sua própria existência e os seus hábitos diários não se tornem um peso excessivo para o ambiente, nem colaborem para agravar os problemas da humanidade.

            Com certeza, estas atitudes trazem, para todos aqueles que as tomam, uma sensação de paz. Mas em nosso dia-a-dia, na rotina de nosso trabalho e de nossos relacionamentos pessoais, sentimos todos o peso do stress e do nervosismo que se tornou uma característica desta geração.

            Somos constantemente pressionados pelo tempo cada vez mais curto, pela tecnologia cada vez mais avançada, pelos padrões de qualidade cada vez mais altos. Em nossas mãos está o poder de fazer um trabalho muito bem feito, seja qual for a área, e em nossos corações está a angústia de estar à altura das expectativas – e, sempre que possível, superá-las.

            Hoje é fácil ser bom – então temos que ser os melhores! É mais fácil estudar – então temos que atingir os níveis mais elevados de preparação e produção intelectual. Temos muitos recursos ao nosso alcance – temos que atingir níveis técnicos primorosos.

            Até mesmo em nossa vida pessoal somos levados a buscar a excelência. Temos que conciliar atividade profissional de sucesso com uma família bem estruturada, uma casa arrumada com filhos felizes e equilibrados, uma posição de destaque com tempo e disposição para receber amigos.

            O grande desafio está em separar nossas emoções, e não deixar que uma área de nossa vida se sobreponha negativamente à outra. Podemos permitir que a alegria e a satisfação por um trabalho realizado com sucesso nos faça mais agradáveis e divertidos com nossos familiares. Mas temos que ter extremo cuidado para que o inverso, isto é, o nervosismo e a preocupação que acompanham um assunto especialmente difícil, não seja verdadeiro, e que não sobrecarreguemos a família com problemas dos quais ela não faz a menor idéia.

            Mais fácil dito do que feito? Sim, muito mais!

            É muito difícil separar emoções como se fôssemos duas pessoas, vivendo em dois mundos – ou mais. É muito difícil sorrir e ser gentil, ou compreensivo com relação às dificuldades alheias, quando nosso interior está em plena ebulição. É muito difícil deixar de lado, mesmo que apenas por um par de horas, aqueles problemas que temos e que precisam de uma solução urgente, que nós, e apenas nós, temos que encontrar.

            Todos queremos estar em paz, e resolver as questões pendentes é um caminho necessário para se chegar a ela.

            Por isso, o esforço tem que ser conjunto. Se um membro da família chega em casa perseguido pelos fantasmas do dia, cabe aos outros amenizar os efeitos de seu nervosismo. Se alguém fala mais alto, não devemos responder mais alto ainda. Se alguém reclama por algo que não está do jeito que esperava, é melhor corrigir da maneira mais rápida e eficaz possível, do que piorar as coisas tentando justificar. Esfriar as brasas, e não atiçar ainda mais a fogueira.

            Podemos não ter poder sobre os acontecimentos, mas temos o poder de determinar a forma como reagimos a cada um deles.

            Se quisermos viver em paz, temos que fazer a nossa parte. Não evitaremos as dificuldades nem as crises, mas colaboraremos para que o peso dos dias seja menor, e para que as pessoas que convivem conosco sejam mais felizes.

            Não podemos ir cada dia ao trabalho pensando em como vamos responder para aquele colega que tanto nos irrita com suas reclamações constantes. Temos que encontrar maneiras de mostrar a ele, pacificamente, que os problemas são resolvidos mais facilmente quando todos trabalham juntos pelo mesmo objetivo.

            A paz está em compartilhar as dificuldades, tornando-as mais leves e simples na medida em que ficamos mais confiantes e seguros com a presença e a colaboração de outras pessoas. A paz está em saber que não estamos sozinhos, e que resolver os problemas do mundo não está apenas em nossas mãos, enquanto o resto da humanidade apenas usufrui o resultado de nossos esforços. O mesmo  princípio é verdadeiro para o pequeno universo de nossa vida – trabalho, família, amigos... às vezes, estamos tão mergulhados em nossos próprios problemas que não conseguimos ver que os outros enfrentam dificuldades também.

            Viver em paz é uma arte, pois não depende de uma vida sem responsabilidades ou questões para resolver, mas sim de uma postura interior capaz de lidar com tudo isso, com calma e equilíbrio, de forma a desfrutar de todas as coisas boas que continuam a crescer e a se multiplicar ao redor – e apesar – de todos os nossos problemas.

(*) Denise Rodrigues do Amaral é escritora, advogada e pós-graduada em Teoria da Comunicação, especialista em comunicação e produtividade.
É autora do livro "Crianças podem voar", publicado pela Editora Internacional e possui mais de 400 editoriais publicados na área de relacionamento no trabalho.
Seu e-mail: [email protected].

A PROPRIEDADE INTELECTUAL DOS TEXTOS É DE SEU AUTOR
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS©

Leia aqui mais colunas sobre Motivação & Empreendedorismo


FALE CONOSCO ==> CLIQUE AQUI