Área Cultural Área Técnica

 Ciência e Tecnologia  -  Colunistas  -  Cultura e Lazer
 
Educação  -  Esportes  -  Geografia  -  Serviços ao Usuário

 Aviação Comercial  -  Chat  -  Downloads  -  Economia
 
Medicina e Saúde  -  Mulher  -  Política  -  Reportagens

Página Principal

C  I  N  E  M  A
C R Í T I C A

0 1  /  A B R I L /  2 0 1 0
ATUALIZAÇÕES QUINZENAIS


TÚLIO SOUSA BORGES, Colunista de cinema do Portal Brasil - www.portalbrasil.net

O MAL DA ADOLESCÊNCIA PERPÉTUA
A Caixa destrói interessante argumento numa sucessão de tolices

            Langley, no Estado americano da Virgínia, 1976. Um jovem casal (James Marsden e Cameron Diaz) recebe um estranho pacote em sua casa suburbana. Dentro dele, há uma caixa com botão vermelho e uma carta que diz que eles serão visitados no dia seguinte. Quem aparece é um misterioso homem de rosto deformado (Frank Langella), que oferece uma escolha a Norma Lewis (Diaz): se ela e o marido apertarem o botão vermelho, uma pessoa que não conhecem morrerá, mas eles receberão um milhão de dólares.

            Parece uma estória promissora, não? Faz lembrar os bons episódios de Twilight Zone, aquela antiga série de televisão (ao que parece, a estória – tirada de um conto de Richard Matheson – chegou mesmo a virar um episódio da série nos anos oitenta). Mas não tão rápido, pois há um porém: A Caixa (2009) é simplesmente o novo filme de Richard Kelly. Quem é ele? Um jovem diretor nerd, que deve ter jogado muito videogame e RPG durante a adolescência e que ficou famoso há alguns anos por ter dirigido uma baboseira pseudo-intelectual chamada Donnie Darko (2001), filme que lançou as carreiras dos irmãos Gyllenhaal. Darko é uma infantil ficção científica, pretensamente filosófica, que trata, sem qualquer elegância, de coisas como buracos negros e portais do tempo.

            Infelizmente – e apesar do bom argumento envolvendo a escolha entre apertar ou não o botão vermelho, A Caixa segue o mesmo caminho, provando logo no início que Kelly sofre de algo bastante comum em nossa época, o mal da adolescência perpétua. Alguns detalhes do filme são autobiográficos, como a história das primeiras fotografias tiradas da superfície de Marte. Assim como James Marsden no filme, o pai do diretor trabalhava na NASA e desenvolveu a câmera usada na missão. Aliás, a dupla Marsden e Diaz está péssima, fazendo que um filme extremamente ruim se torne ainda pior. No fim das contas, A Caixa é simplesmente um dos piores filmes dos últimos anos. Um diálogo que ocorre no meio da projeção é emblemático. Imagine só: depois de ter suportado muita estupidez, o espectador ainda tem de escutar a solene fala de uma personagem sobre o baixo coeficiente de altruísmo dos terráqueos. Pessoalmente, só consigo pensar no alto coeficiente de asneira.

Por Túlio Sousa Borges, [email protected].

PROIBIDA REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA EXPRESSA
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO PORTAL BRASIL
® E AO SEU AUTOR

Para ler colunas anteriores, Clique aqui


FALE CONOSCO ==> CLIQUE AQUI