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ATUALIZAÇÕES QUINZENAIS


TÚLIO SOUSA BORGES, Colunista de cinema do Portal Brasil - www.portalbrasil.net

COLUNA 16 DE FEVEREIRO

           Apesar do relógio inexplicavelmente adiantado – quatro ou cinco minutos na frente do Observatório Nacional, da grosseria de alguns funcionários, dos problemas técnicos do site e do progressivo investimento em mostras com mais postura política do que mérito artístico, o CCBB Brasília ainda acerta de vez em quando. Um bom exemplo é a mostra Testamento Kieslowski: o Decálogo versus Trilogia das Cores, em cartaz até o fim de fevereiro. Nesse caso, nem foi preciso um grande investimento, apenas a obtenção do apoio da Versátil para a exibição dos DVDs. Por conta do formato digital, a entrada é franca. Assim, quem ainda não conhece os filmes tem uma ótima oportunidade para preencher uma séria lacuna cultural enquanto outros poderão rever essas magníficas obras que estão entre as mais belas já produzidas pelo cinema.

            Os dez capítulos de Decálogo (1988) não são muito conhecidos dos brasileiros. Lançada por aqui no ano passado, a série provocou uma disputa judicial entre a Versátil e a Silver Screen Collection (selo da Continental). Cada episódio dura cerca de uma hora e fundamenta-se na tensão entre o concreto e o abstrato. Filatelia, assassinato, adultério, um marido sexualmente impotente, uma criança roubada. Alguns episódios são esquemáticos; outros, sublimes (Decálogo 1 é um belo exemplo de cinema como alta cultura). Todos, não obstante, são invariavelmente humanistas, retratos poéticos e vivazes de pessoas que se vêem diante de complexos dilemas morais.

            Dois capítulos acabaram recebendo versões estendidas que foram exibidas separadamente ao redor do mundo. Uma delas, do sexto, é chamada no Brasil de Não amarás. Pois é, vivendo e aprendendo. Eu simplesmente desconhecia a existência desse mandamento...

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           Mas o Brasil sempre foi muito incompetente na hora de rebatizar filmes estrangeiros. E essa infame tradição segue firme e forte. Politist, adj. (2009), inteligente filme romeno dirigido por Corneliu Porumboiu, recebeu de algum ignorante o título Polícia, adjetivo. O correto, é claro, seria Policial, adjetivo – que respeitaria não apenas a gramática, mas também o espírito do filme, cujo título se refere tanto a um tradicional gênero literário/cinematográfico quando à natureza de um Estado repressor.

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           Escrevi na coluna de 16 de janeiro que Werner Herzog é um dos cineastas responsáveis pela revitalização do decadente cinema hollywoodiano. Entrevistado na Berlinale, cujo júri preside, o próprio Herzog confirma minha afirmação: “existe uma crise de dramaturgia em Hollywood. Não existem mais filmes como O Tesouro de Sierra Madre ou Casablanca. Por isso, eles estão cada vez mais olhando na minha direção."

Por Túlio Sousa Borges, [email protected].

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