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O que em teu seio há, oh! Terra?
que fazes o mundo desabar, sucumbir
como se fora o fim dos tempos?
Profecia bíblica, Nostradamus,
previsões catastróficas, cataclismos,
a perdição e o abismo
rasgando a face do Planeta,
desfigurando-a impiedosamente, consecutivamente
sem dar tempo para que as profundas feridas fechem?
desastres e dores, odores de morte
e os olhos aos céus:
derramando estão os anjos suas taças sobre a terra?
Qual trombeta está sendo tocada?
fim dos tempos ou que nome se dá?
Tudo que parece cientificamente justificável
nos estarrece e não parece natural.
Os lugares baixos, os lugares altos chamados à
inexistência,
engolidos pela água, pelo fogo, pelo átomo desintegrado
e as pessoas banidas do seu espaço num piscar de olhos;
desesperados outros sem abrigo, sem amigo, sem os seus,
devorados por ti e contigo, oh! Terra que em teu seio encerras
os mistérios e os filhos dos homens.
O que será de nós? Para onde iremos?
O que será de nossas almas insípidas e enegrecidas
a vaguear por este mundo como intrusos
caminhando sem rumo, sem prumo, sem rota
Socorro Pai!
Somos tão cegos que não conseguimos
compreender, não sabemos ver o caminho a seguir?
Como podemos ser tua imagem e semelhança,
se em nossa ignorância, tateamos e nada conseguimos decifrar,
sequer sabemos encontrar, Te encontrar!
Misericórdia pedimos, de joelhos clamamos:
não salva nossas vidas, salva nossas almas
da morte e do pavor! |