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Administrar o capital humano, ou administrar conflitos?
Por Denise Amaral (*)

De certa forma, trata-se da mesma coisa. Quem lida com pessoas, e se aproxima o suficiente para realmente fazer alguma diferença, tem que estar pronto para enfrentar uma avalanche de problemas de todo tipo. Cada pessoa tem suas dúvidas, seus medos, seus problemas, seus sonhos, suas dificuldades, sua aspirações, suas ideias, suas diferenças, suas fraquezas, seus talentos, e muitos simplesmente estão tão perdidos na corrida contra o pouco tempo que têm que simplesmente não sabem o que fazer com tudo isso – e principalmente, não têm a menor ideia de como organizar tudo, e utilizar pelo menos alguma coisa, de forma positiva.

As pessoas têm seus sonhos, suas aspirações, e os deixam guardados no fundo de suas mentes, em um lugar remoto onde não atrapalhem muito, onde não sejam capazes de ficar lembrando o tempo todo que a vida poderia ser diferente, mas não é. Gostam de visitá-los de vez em quando, quem sabe estimulados por uma conversa, ou por um saudosismo repentino, para provar mais uma vez aquela dorzinha familiar de frustração.

As pessoas também têm ideias, muitas delas boas, inovadoras, mas lidam com ela como crianças desajeitadas lidam com o filhotinho de seu animalzinho de estimação. Querem levar para lá e para cá, mas não sabem nem como pegar direito, e o bichinho reclama, incomodado, então resolvem deixá-lo de lado, esperando que cresça um pouco e fique mais fáceis de brincar. Afinal, que graça tem, mal consegue abrir os olhos. Logo o animalzinho cresce, e perde o ar de novidade.

E o que é mais comum, as pessoas têm problemas – problemas simples ou complicados, novos ou antigos, problemas com os quais já se habituaram, e outros que tentam de alguma forma esconder ou ignorar. Problemas que se acumulam sem que ninguém faça nada a respeito. E na caminhada de uma empresa rumo a um bom posicionamento no mercado globalizado e competitivo em que está inserida, estes conflitos começam como pequenas fendas no caminho, transforma-se em buracos, depois em crateras, até que o desabamento se torna um perigo iminente. E os profissionais desviam deles – pois todos sabem que estão ali, mas não fazem nada para solucioná-los. Podem colocar avisos de “cuidado”, podem mesmo fechar certos trechos do caminho para evitar acidentes maiores. E a estrada passa a não fluir direito, aparecem trechos de lentidão e congestionamento, as pessoas ficam nervosas – não sabem o que ainda terão que enfrentar pela frente, não têm ideia de quando – ou onde – vão chegar.

Quando não cuidamos de um conflito porque julgamos ser pequeno ou insignificante, abrimos espaço para que se torne uma crise, e eventualmente se transforme em guerra. Aí o tratamento tem que ser outro – descobrir o que deu errado, e porque, e definir estratégias para contê-lo. Uma vez acalmado, deve-se iniciar um esforço de manutenção dos relacionamentos pacíficos, e um programa de reconstrução do trabalho, com um foco especial na recuperação do tempo perdido.

Mas como na estrada, melhor lidar com o inconveniente e a possível lentidão que resulta de uma equipe trabalhando para recuperar as pequenas fendas do solo e tornar o trajeto novamente rápido e seguro, do que ter que enfrentar uma estrada completamente interditada por conta de um desabamento, que pode inclusive ter algumas vítimas em estado bastante grave.

Administrar pessoas é um trabalho complexo, porque conta com infinitas variáveis – o que cada um pensa, o que cada um quer, o que cada um sabe, o que cada um pode, e principalmente, o que cada um está disposto a fazer para melhorar ou para complicar a situação. É verdade, alguns parecem querer complicar, porque não conseguem enxergar além de seus interesses pessoais e de suas necessidades particulares, e para eles é muito difícil compreender que uma empresa é um corpo de pessoas com interesses e objetivos comuns. Para estes é preciso mostrar claramente que, se todos ganham, eles também vão ganhar.

De pouco adianta investir em um empreendimento se as falhas maiores estão na atitude de sua própria equipe de profissionais. A estrutura deve ser forte e confiável. O caminho do bom desempenho no mercado tem que ser livre, a manutenção tem que ser constante e eficiente, pois a criatividade e as novas ideias precisam de espaço à frente para mostrar onde – e a que velocidade – são capazes de chegar.

(*) Denise Rodrigues do Amaral é escritora, advogada e pós-graduada em Teoria da Comunicação, especialista em comunicação e produtividade e membro da CCF – Certified Coaches Federation.
É autora do livro "Crianças podem voar", publicado pela Editora Internacional e possui mais de 450 editoriais publicados na área de relacionamento no trabalho.

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