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B U S I N E S S    &     L I F E     C O A C H I N G
C O L U N A S     D E     2 0 1 2
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Fantasmas do presente
Por Denise Amaral (*)

Minha avó adorava fazer crochê. Com mais de 90 anos ainda fazia seus trabalhinhos, e os mostrava com orgulho, dizendo com frequência: “Olha que lindo este ponto novo que eu aprendi!”

Será mesmo possível aprender coisas novas depois de tantos anos? Sim, é possível, e é isso o que torna o trabalho sempre atual, sempre empolgante. Acompanhar as mudanças do tempo, aproveitar os novos recursos disponíveis, usar a criatividade e aprimorar o que já está sendo feito são formas seguras de crescer em uma carreira. Mas somente aqueles que gostam realmente do que fazem têm a curiosidade e o interesse constantes de aprender coisas novas, e se realizam com o prazer de melhorar ainda mais aquilo que já fazem com tanta dedicação e de forma tão primorosa.

Se uma senhora que criou seus filhos, casou seus netos e viu nascerem seus dez bisnetos, ainda tinha coisas novas para aprender, imagine os jovens profissionais de hoje, cercados de tantos recursos!

A cada dia surge uma ideia nova no mundo, uma nova descoberta, uma nova experiência, e a tecnologia as espalha por todos os cantos do planeta em instantes. Temos acesso imediato e completo a matérias, pesquisas e depoimentos que são uma fonte inesgotável de ideias. A vida não para por nenhum segundo, e cada momento abraça uma novidade que leva a muitas outras, fazendo com que o desenvolvimento siga em progressão geométrica. No momento em que alguém diz que já sabe tudo sobre determinado assunto, e que não há mais nada para aprender, é porque seu interesse pelo trabalho já não existe mais, e é hora de buscar novas coisas para fazer.

Quem ama o que faz consegue enxergar os caminhos que levam ao novo, consegue perceber as pequenas nuances que fazem crescer, consegue captar o potencial que existe em cada detalhe e sabe transforma-lo em benefício real. Quem faz as coisas por fazer, mecanicamente, e motivado apenas pelo salário – necessário – no final do mês, não consegue encontrar dentro de si uma gota sequer de motivação para modificar (leia-se “melhorar”) o que quer que seja. Quanto mais simples, melhor, quanto menos que tiver que pensar, menos terá que se desgastar.

Como alguém apaixonado, que está sempre buscando formas de surpreender a agradar a pessoa amada, o profissional que gosta do que faz está constantemente procurando meios de inovar, de crescer, de se aperfeiçoar. O que para muitos passa despercebido, para ele serve de inspiração. Porque sua mente trabalha ligada ao seu coração, e todos os seus sentidos concorrem para alimentar a sua paixão. O trabalho, que para uns é um peso a ser carregado, para ele é a correnteza que leva seu barco, passando por lugares interessantes, e o levando para um futuro emocionante, promissor e desconhecido. A vida se torna uma aventura, e sua vontade de descobrir o que o aguarda mais adiante compensa todos os obstáculos que ele encontra pelo caminho.

O profissional que ama o que faz é naturalmente um líder, pois atrai pela intensidade com que enxerga os desafios, e a vontade com que busca soluções. Está sempre à frente de seu próprio tempo, antecipando novos empreendimentos, novas oportunidades, e levando consigo uma multidão de pessoas motivadas e entusiasmadas com as perspectivas que, por si só, elas não conseguem ver.

Nosso mundo está em movimento constante. Movem-se os mares, move-se o solo, o planeta se redesenha e se redefine, contando uma história realmente impressionante. Cada um de nós é parte deste ambiente, parte desta energia, e não podemos simplesmente parar em um ponto do tempo e do espaço. Parar não é manter-se na mesma situação indefinidamente – é ficar rapidamente para trás. O profissional estagnado faz parte do passado, é um fantasma do presente. Podemos vê-lo, mas é como se ele não estivesse mais ali. É apenas uma sombra daquilo que foi.

Temos que estar em sintonia com a energia positiva do universo, fortemente conectados com a evolução contínua de nosso trabalho e de nossos relacionamentos, dispostos a criar, aprimorar, renovar, revolucionar, e sempre prontos a abraçar o novo. Mais do que apenas viver, é importante que nos “sintamos” vivos, utilizando nossa fonte inesgotável de potencial para abrir novas trilhas que poderão ser percorridas com segurança por muitas outras pessoas.

(*) Denise Rodrigues do Amaral é escritora, advogada e pós-graduada em Teoria da Comunicação, especialista em comunicação e produtividade e membro da CCF – Certified Coaches Federation.
É autora do livro "Crianças podem voar", publicado pela Editora Internacional e possui mais de 450 editoriais publicados na área de relacionamento no trabalho.

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