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A D M I N I S T R A Ç Ã O     D E     E M P R E S A S
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O que têm precedência, o lucro ou o poder?
Por
Ivan Postigo
(*) 

Li há muito tempo uma frase afixada em uma empresa que dizia: ”Aqui fazemos bons navios, com lucro se possível, mas sempre bons navios”.

Essa frase nos remete ao velho debate sobre a razoabilidade do lucro, assunto que já debati em alguns artigos, contudo há outro tema pouco abordado nas empresas que é quem tem a precedência: o lucro ou poder?

O objetivo único das empresas é o lucro. Ninguém arriscará seu patrimônio se não tiver vantagens. Em tese.

Esse é o fator que mantém viva uma empresa, portanto coloca de lado qualquer abordagem romântica sobre o assunto. Prática.

Há, portanto, uma questão que precisa ser resolvida em muitas empresas, principalmente familiares: O que precede o quê, o lucro ou o poder?

Semanas após semanas, anos após anos, vejo que a precedência do poder tem levado muitas empresas à bancarrota.

Para muitos gestores, determinadas ações ou planos só podem ser implementados se lhes forem atribuídos os louros ou se forem idéias suas. Fora isso barreiras enormes são criadas, impedindo que as empresas se modernizem administrativamente, pagando os colaboradores mais criativos caros pedágios para a permanência nessas organizações.

Dedicação ao trabalho para superar dificuldades técnicas desgasta menos que trabalho duro para superar a tolice e a estupidez!

O tributo da vida à tolice e a estupidez no meio empresarial é o inferno da falência, muitas vezes precedida da viagem ao purgatório da concordata.

Por que profissionais experientes, sabendo que a empresa sem lucro pode naufragar, muitas vezes barram planos que a colocaria numa situação mais confortável financeira ou administrativa?

Por que estes profissionais arriscam o futuro das empresas e até seus cargos, mantendo-se inflexíveis frente a situações com as quais não querem concordar, indo contra evidências?

Por uma série de razões, mas principalmente, como dizia um velho amigo, pela síndrome de He-man.

Quem não ouviu a falar do famoso personagem dos desenhos animados que dizia: “Eu tenho a força?”

Em nome do poder, a humanidade tem sofrido e as empresas como células menores, por conseqüência, também.

Desastrosa, mas educativa, é a história do império romano que serve como parâmetro para exemplificar o sucesso e o fracasso.

Não foi o modelo de gestão Romana que levou todo um império ao fracasso, mas o modelo de gestor.

A gestão pela força demanda que se faça duas covas: uma para o gestor e outra para o objeto de sua gestão.

A gestão pela força não precisa se caracterizar pela “gritaria e pancadaria”, pode se caracterizar pela frieza, pelo silêncio, pela ignorância e pelo desprezo.

Há forma melhor para desmotivar um profissional que o desprezo pelas suas idéias?

O combate a uma ideia é a melhor forma de colocá-la em evidência, portanto a gestão pela força, a que combate com o desinteresse e com o desprezo, costuma mais ser mais difícil de ser rechaçada.

Dito desta forma, parece que estou defendendo a construção da cartilha do mal, contudo são aspectos que todo profissional um dia vivenciou, em maior ou menor grau.

Alguém é capaz de negar que o momento político pelo qual passa nosso país tem muitos aspectos ligados à síndrome de He-man?

Qualquer pessoa envolvida nos escândalos não teria sido capaz de imaginar que um dia as falcatruas viriam à tona?

Certamente que sim, mas a ganância, o desejo do poder as impediram de agir forma sensata.

“O poder sou eu” dá a dimensão de um estado, de uma situação passageira. Pessoas com essa síndrome colocam-se na posição de “Eu sou o Poder”, como algo definitivo.

Perdemos todos quando o poder supera a razão.

Neste momento estamos mais carentes de razão e sensibilidade do que de ordem e progresso.

(*) Ivan Postigo é Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP e
Diretor de Gestão Empresarial da Postigo Consultoria, Comunicação e Gestão - www.postigoconsultoria.com.br.

PUBLICAÇÃO AUTORIZADA EXPRESSAMENTE PELO AUTOR
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