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B U S I N E S S    &     L I F E     C O A C H I N G
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Conflito de Gerações
Por Denise Amaral (*)

A felicidade tem tudo a ver com nossas conquistas, com o tipo de vida que levamos, as coisas que fazemos, as pessoas com as quais convivemos. E mais do que com as coisas em si, mas com a forma como as vemos, e como as abraçamos. Não existe uma realidade que seja perfeita para todos, pois até as situações mais privilegiadas podem se tornar um grande problema se não sabemos lidar com ela.

Cada pessoa tem suas próprias expectativas, baseada em suas experiências, naquilo que observam, no ambiente em que cresceram e nas informações que foram recebendo ao longo de sua vida – algumas delas claras e diretas, outras subliminares, e por isso mesmo muito fortes. Cada geração foi marcada por fatos históricos que determinaram um padrão de comportamento, adotado pela grande maioria das pessoas que viveram essas experiências de perto, e que tiveram suas vidas tocadas por elas. Uma pessoa que sofreu as privações de uma guerra, por exemplo, tem uma visão de mundo e uma lista de prioridades que pode ser incompreensível para aqueles que nunca passaram por situações como essa. Da mesma forma, pessoas que tiveram que lutar para ter um bom padrão de vida enxergam o mundo através de lentes muito diferentes do que aqueles que receberam tudo o que têm sem nenhum esforço – os valores mudam, e muda também a forma como as pessoas lidam com os bens que possuem. Quantas histórias não ouvimos de grandes fortunas serem construídas por uma geração para serem dilapidadas pelas gerações seguintes? De pessoas que se esforçam e se dedicam muito para dar um bom nível de vida aos filhos, sendo que estes crescem sem saber o valor do trabalho ou o custo do dinheiro?

As influências de cada momento histórico desenham o perfil das gerações. Os jovens de hoje são completamente diferentes de seus pais, pensam de forma diversa e tomam decisões baseados em fatores distintos. O que era importante para seus pais no início de suas carreiras – estabilidade, credibilidade, esforço – parece absolutamente irrelevante quando visualizam sua própria trajetória. Buscam satisfação pessoal, realização econômica rápida, e o comprometimento com o trabalho é diretamente proporcional aos dois primeiros objetivos.

O fácil acesso à informação e a grande quantidade de recursos à disposição do jovem profissional de hoje empresta a ele uma sensação de poder e superioridade que o faz sentir-se melhor do que os outros, e muitas vezes acima de seus próprios superiores. Uma certa arrogância intelectual que, mesmo tendo fundamento, cria um comportamento prejudicial que não se ajusta facilmente a uma estrutura hierárquica.

O conhecimento técnico e a capacidade intelectual não funcionam sozinhos – é preciso aprender a lidar com as pessoas e todos os seus traumas. É muito bom encontrar e trabalhar com aqueles que sabem separar sua postura profissional de seus sentimentos pessoais, mas é também muito raro. O que acontece com mais frequência é que o ciúme, a inveja, a insegurança – juntos ou separados – determinem decisões que afetam a vida de muita gente.

Seja qual for a idade ou a mentalidade, precisamos aprender a trabalhar juntos, unindo a sabedoria própria de cada época, e os conhecimentos próprios de cada geração. Conciliar a capacidade de sonhar sem limites com a prudência de manter os pés no chão é uma atitude poderosa, capaz de criar rotas tão inovadoras quanto seguras para realizar os desejos e suprir necessidades importantes da humanidade. Como tudo na natureza, conhecimento e sabedoria não se desintegram e desaparecem, mas se transformam em energia nova, adaptada às necessidades de cada momento no tempo e no espaço. O que somos hoje não é mais nem melhor do que foram nossos antepassados – é uma extensão, trabalhada, transformada, adequada ao que hoje conhecemos como a realidade.

Todas as épocas conheceram grandes gênios, grandes visionários, homens e mulheres que influenciaram o movimento do mundo e determinaram o rumo seguido pela humanidade. O futuro não será diferente, e superará de formas inimagináveis aquilo que hoje temos como o topo do conhecimento e da criatividade humana. Isso porque o Universo não para.

O que somos, fazemos e sabemos hoje vai influenciar decisivamente as conquistas e realizações futuras. Nossos filhos olharão para o nosso mundo como nós olhamos para o mundo de nossos pais – um pouco de pena pelo que vemos, e a certeza absoluta de que somos e podemos mais, pois fomos privilegiados com oportunidades muito maiores do que as deles. E os filhos deles vão julga-los exatamente da mesma maneira... E os filhos dos seus filhos também.

É apenas saindo de nós mesmos e observando o mundo de longe que conseguimos ter uma noção mais real do papel que desempenhamos na história da humanidade. Essencial, não há dúvida, mas os outros são igualmente importantes. Compreender a universalidade dos fatos e a interligação das pessoas faz com que as respeitemos mais, e as compreendamos melhor.

A sabedoria está em saber-se parte de um todo imenso, intrincado e absolutamente maravilhoso. E em compreender que por melhor que sejamos, só temos sentido enquanto parte dessa estrutura eternamente criativa.

(*) Denise Rodrigues do Amaral é escritora, advogada e pós-graduada em Teoria da Comunicação, especialista em comunicação e produtividade e membro da CCF – Certified Coaches Federation.
É autora dos livros "Crianças podem voar", “Perfil de sucesso”, “Sounds like success” (English edition), “Essas mulheres incríveis e suas histórias maravilhosas”, e possui mais de 500 artigos publicados sobre alcançar o sucesso.

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