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- Comportamento -
Cultura do Curto Prazo

“Os anos ensinam muitas coisas que os dias jamais 
chegam a conhecer.” (Ralph Waldo Emerson)

            Um maço de cigarros, uma latinha de refrigerante, uns minutos a mais no celular. Pequenos gastos cotidianos de relevância nula em nosso orçamento pessoal. Por apresentarem baixo valor adicionado, são relegados à categoria das despesas fantasmas, que não controlamos e não contabilizamos.

            Longe da pretensão de cultuar a privação aos pequenos prazeres e indulgências, o que me chama a atenção é o fato por trás destes atos. Uma característica muito própria de nossa cultura representada pelo imediatismo, pelo desestímulo à poupança e pela visão de curto prazo.

            Estes pequenos dispêndios diários, quando anualizados, perfazem um valor suficiente para se adquirir desde um par de passagens aéreas, até um curso de aprimoramento pessoal ou profissional, passando pela aquisição de algum objeto de consumo desejado.

            Quando analisamos as oportunidades de trabalho em países como os Estados Unidos, observamos que o salário nominal ofertado é expresso em milhares de dólares por ano. Analogamente, o faturamento das empresas é informado sempre correspondendo ao ano fiscal anterior ou aos últimos doze meses. As taxas de juros são apresentadas em um percentual ao ano. Enfim, tudo conspira em favor de uma consciência de mais longo prazo.

            Quando você raciocina com base num período de um ano, fica palpável planejar ao menos outros cinco. Você educa seu cérebro a pensar em “pacotes de tempo” maiores. Isso simplifica a tarefa de imaginar e redigir metas, colocando-as em prática, elevando sua probabilidade de êxito. Por outro lado, quando adotamos um padrão de tempo diário ou mensal, planejamento passa a ser uma atividade inoportuna: o mero período de um ano transforma-se em longo prazo, distante e intangível.

            O conceito de planejamento estratégico, seja na vida pessoal ou no mundo corporativo, guarda uma associação intrínseca entre as palavras negócio, missão, valores e visão.

            Somos movidos por visões, ou seja, desejos e expectativas de onde e como queremos estar num futuro próximo ou distante. Mas uma visão só se torna exeqüível quando concebida alinhada com uma percepção adequada de seu negócio de atuação. Qual é o seu negócio? Qual o maior benefício esperado pelas pessoas naquilo em que você se propõe realizar? Uma companhia aérea, por exemplo, não vende passagens, serviço de bordo ou conforto. Ela vende tempo. Um professor não vende aulas, conhecimento ou expectativa de diploma. Ele vende educação.

            Dotado de visão e de senso de propósito, você pode construir uma missão, sua própria razão de existência, tendo seus valores pessoais como norteadores de sua conduta. E, assim, planejar seu futuro, quebrando o paradigma do curto prazo, que nos amordaça, nos turva e nos apequena.

Tom Coelho
Matéria da 2ª semana de maio / 2004


Tom Coelho, com graduação em Economia pela FEA/USP, Publicidade pela ESPM/SP e especialização em Marketing pela MMS/SP e em Qualidade de Vida no Trabalho pela FIA/USP, é empresário, consultor, escritor e palestrante, Diretor da Infinity Consulting, Diretor do Simb/Abrinq e Membro Executivo do NJE/Fiesp. Contatos através do e-mail [email protected]. Visite www.tomcoelho.com.br.


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