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- Inteligência Política -
25.04.2004

I N T E L I G Ê N C I A    P O L Í T I C A

SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
A Contaminação da Água e a Vida no Planeta

Por Marcílio Novaes Maxxon

            A partir da revolução industrial seguiu-se uma época de desenvolvimento orientada por interesses econômicos inescrupulosos. Os dejetos lançados nas águas de forma não tratada têm provocado nos últimos 100 anos a poluição, devido ao acúmulo de fatores contaminadores. Nosso planeta tem esquentado gradualmente desde a última Idade do Gelo há 10.000 mil anos atrás. Até o momento, as temperaturas tem aumentado um quarto de grau por cada 1.000 anos, a Amazônia a nossa flora e fauna, os altos níveis de carbono na atmosfera, as barreiras de corais (recifes coralinos), os nossos rios e oceanos, e os gases emitidos estão criando uma pressão atmosférica que poderá causar um efeito dominó nas mudanças climáticas, que levará a uma grande devastação, sem precedentes em nossa história, e é o que vamos analisar hoje em nossa coluna, porque o mundo já vive uma situação de emergência.

Água

            Nosso corpo é composto por dois terços de água, um elemento essencial para a vida do planeta. A água é composta pela combinação de hidrogênio e oxigênio e pode ser encontrada em três estados: sólido, líquido e gasoso.

            As grandes concentrações demográficas contribuem para a rápida contaminação da água e outros tipos de contaminação. A água é considerada contaminada quando já não pode ser utilizada em seu estado natural, ou quando suas propriedades químicas, físicas, biológicas e/ou sua composição foram alteradas. Em linhas gerais, a água está contaminada quando perde sua
potabilidade para o consumo diário ou já não pode ser utilizada em atividades domésticas, industriais e agrícolas. Cerca de 70% da água é consumida na agricultura, outros 20% são aplicados no uso industrial e os 10% restantes se destinam ao uso doméstico.

            Desde o começo da civilização, o mar tem sido um eficiente filtro natural, assegurando a biodegradação e absorção das impurezas das águas residuais. Os desequilíbrios no meio ambiente marinho nos últimos 100 anos são cada vez mais freqüentes, devido ao acúmulo de fatores contaminadores.

            A água cobre 70% da superfície da terra. Dito assim, parece ser um volume muito grande, mas é preciso levar em consideração o fato de que a água do planeta tem características únicas e não pode ser reposta. É verdade que a água pode ser "fabricada", mas este processo sairia muito caro, considerando a quantidade de água que a humanidade e todo o planeta irão precisar para desenvolver-se no futuro próximo.

            Entre as muitas propriedades da água, uma das mais importantes é a sua capacidade de dissolução.  Quando se misturam em alguma das etapas do ciclo da água, os agentes contaminadores, como os resíduos químicos, a gasolina ou o petróleo, podem poluir a água da superfície e até o solo. Como em seu estado líquido e gasoso as moléculas da água estão em contínuo movimento, elas são capazes de transportar esses elementos de um lugar a outro do planeta, estejam os agentes contaminadores dissolvidos ou em estado de suspensão. Em outras palavras o contaminador que jogamos na água pode dar a volta ao mundo várias vezes, quer seja nas vísceras de um peixe ou simplesmente arrastado pelas correntes.

            As principais fontes de contaminação da água são os despejos industriais, os inseticidas, pesticidas e fertilizantes agrícolas e as águas residuais do uso doméstico. A contaminação química ainda acontece através de produtos orgânicos como
detergentes aniônicos e ácidos gordurosos e inorgânicos em forma de íons de sulfatos, fosfatos, nitratos, cloretos e bicarbonatos entre muitos outros. Entre os agentes contaminadores que têm efeitos tóxicos sobre o organismo podemos citar: pesticidas, hidrocarbonetos, arsênico, mercúrio, chumbo, selênio e cádmio entre outros.

Conseqüências do Consumo
            
            Para exemplificar como a água é contaminada no uso doméstico, basta relacionar todos os produtos que são usados no lar, muitos dos quais não são biodegradáveis: detergentes, sabões, xampus, limpadores, desinfetantes, amaciantes de roupa, pesticidas, óleos, solventes e combustíveis variados que deixam nossas casas e, através da rede de esgotos, chegam diretamente aos rios ou ao mar. A curto prazo, o acúmulo de despejos transforma os leitos dos rios onde foram despejadas essas águas residuais em uma espécie de fossa, com todas as conseqüências indesejadas que isto, logicamente, acarreta.

O Oxigênio e a Vida

            Em todos os ecossistemas aquáticos o oxigênio é um componente primordial. Em alguns lugares a quantidade de oxigênio dissolvido na água tem sido alterada pela ação do homem, particularmente devido às águas residuais não purificadas e aos resíduos industriais despejados nos mares e rios. A ação dos despejos de origem humana tem reduzido a biodiversidade na maioria dos ecossistemas produzindo a extinção de muitas espécies. O grau de contaminação pode ser calculado através da demanda bioquímica de oxigênio. P|ara isto determina-se o peso do oxigênio dissolvido por unidade de volume de água.

            Os sabões, fosfatos, amoníacos e resíduos orgânicos das águas despejadas alimentam bactérias e microorganismos que se multiplicam com maior rapidez em águas contaminadas. O crescimento rápido da sua população provoca o consumo da maior parte ou da totalidade do oxigênio dissolvido, o que destrói as outras formas de vida. Se o acúmulo de substâncias contaminadoras aumenta, a degradação da água esgota o oxigênio existente, podendo asfixiar uma extensa quantidade de animais aquáticos. Os mais afetados por este tipo de contaminação são os peixes, as algas e as aves costeiras.

Petróleo

            A contaminação da água pode ser acidental, como no caso de alguns derramamentos de petróleo. Entretanto, muitas vezes as substâncias tóxicas são derramadas por desinteresse ou ignorância a respeito das graves conseqüências da contaminação. Os hidrocarbonetos espalhados no mar tem origem não apenas nos derramamentos acidentais, tristemente batizados de "marés negras", mas também na água utilizada pelos petroleiros na limpeza de seus depósitos que chega a lançar ao mar mais de 1% de sua carga. Com o passar do tempo a quantidade de produtos derivados do petróleo lançados ao mar chega a alguns milhões de toneladas. As embarcações a motor também colaboram com o derramamento de várias espécies de hidrocarbonetos.

            Os derramamentos de petróleo são responsáveis pela morte de milhões e milhões de seres vivos. Algas, plâncton, espécies variadas de moluscos, peixes, aves costeiras e mamíferos marinhos, todos têm o direito de viver no planeta que os habita.

Chuva Ácida

            Normalmente pode-se considerar que a água da chuva é neutra. Mas, sem dúvida, a utilização de combustíveis fósseis libera dióxido de carbono e dióxido de enxofre na atmosfera terrestre. Ao chegar a certos níveis de concentração, estes gases, misturados com a chuva, provocam a sua acidificação, com conseqüências negativas para os organismos que dependem dela. A chuva ácida destrói a vida dos lagos perto das áreas industriais e produz danos enormes em algumas espécies de árvores.

Poluição Térmica

            Determinados processos industriais utilizam grandes quantidades de água em caldeiras ou como elemento de refrigeração, o que altera sensivelmente sua temperatura natural. Modificar a temperatura da água é outra forma de alterar o ecossistema e é chamado de poluição térmica.

            O aumento da temperatura das águas, implica em maior demanda bioquímica de oxigênio.

A Radioatividade na Água

            A radioatividade natural que existe na água não tem conseqüências ou efeitos nocivos para a saúde, pois seus níveis são muito baixos. Em compensação, a contaminação originária dos resíduos radiativos lançados ao mar, demolição de arsenais nucleares, lixo, explosões atômicas submarinas ou fugas radioativas, em geral podem ter conseqüências gravíssimas. A
radioatividade é altamente cancerígena e não tem sabor, cheiro ou cor.

O Mercúrio na Água

            As baterias que se desenvolvem no ambiente doméstico contém em sua composição metais pesados, entre eles o mercúrio. Estas substância é uma das mais perigosas fontes de poluição ambiental. Muitos dos aparelhos domésticos
funcionam com baterias descartáveis. Rádios, gravadores e telefones são apenas alguns dos milhares de sistemas que utilizam esse tipo de energia.

            A bateria descarregada que hoje jogamos no lixo, leva perto de setenta anos para se decompor. Nos lixões, o mercúrio se infiltra através do solo contaminando as camadas subterrâneas de água. O mercúrio e seus derivados são altamente tóxicos e absorvidos em doses elevadas produzem uma intoxicação que afeta o aparelho digestivo e o sistema nervoso.

            Basta lembrar os resultados catastróficos ocasionados por fábricas em Cubatão e Paulínea, em São Paulo, onde foi encontrado um derivado do mercúrio (dimetilmercúrio), que causou a morte de dezenas de pessoas, vítimas de lesões cerebrais severas, além também de ter sido registradas lesões congênitas em várias crianças recém-nascidas.

            Agora mesmo a SHELL do Brasil, está sofrendo um novo processo por crime ambiental em Vila Carioca, em São Paulo, por poluir a atmosfera com a emissão de gases dos combustíveis que armazena em sua base local, o que tem causado vários danos a saúde da população. Na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, onde está localizado o Aeroporto Internacional de Cumbica - o maior da América Latina, freqüentado por 10 mil passageiros diariamente - a água usada no abastecimento do bairro de Lavras está ameaçada de contaminação por substâncias tóxicas. Por ser um local afastado e ermo, o bairro de Lavras onde fica localizado o Aeroporto, funciona como um cemitério químico clandestino. Durante a madrugada, caminhões cruzam as ruas
sem asfalto da região lançando da carroceria dejetos tóxicos e entulhos, inclusive no leito de córregos. Para agravar a situação, existe no bairro um dos terrenos utilizados pelo governo do Estado para depósito do lodo retirado da obra de aprofundamento da calha do Rio Tietê. Esse material, segundo o IPT, também seria perigoso por apresentar uma quantidade de gás benzopireno - atualmente em estado sólido, agregado aos dejetos - superior ao permitido pela legislação brasileira.

            Nos últimos anos os fabricantes de baterias tentaram reduzir a percentagem de mercúrio de seus produtos. Na atualidade cada unidade contém uma ínfima proporção de mercúrio, mas se considerarmos o número de baterias que são consumidas diariamente, veremos que as cifras em uma escala mundial são alarmantes. Só no Brasil são trocadas em média 1,8 milhões de baterias por ano, e mais de 23 milhões de pilhas.

            Em 1991 foi lançada no mercado a primeira bateria sem mercúrio, mas na maioria dos países não existem sequer campanhas de informação que eduquem o consumidor a exigir e a escolher o produto certo.

Biodegradabilidade

            O mar tem uma enorme capacidade de autopurificação. Além disso é um meio desfavorável para o desenvolvimento de microorganismos patogênicos. Porém, o grau de concentração dos despejos de águas residuais urbanas e dos detritos industriais deterioram essa capacidade. A natureza realiza por si mesma um processo de biodegradação através de bactérias, mas se a concentração de substâncias contaminadoras supera certos limites a água perde esse potencial e não pode regenerar-se, sendo necessário o seu tratamento em estações de água.

            Graças ao aumento no número de estudos sobre os ecossistemas, hoje tem-se uma idéia mais apurada de quais são os fenômenos prejudiciais para os rios e mares. Conseguir reduzir ao mínimo a contaminação da água significa trabalhar de forma eficaz para combater a destruição dos processos ecológicos que nela se manifestam.

            Neste momento da história, uma das maneiras de se evitar esta problemática é transformar profundamente a concepção do sistema produtivo, cujas conseqüências podem ser hoje avaliadas e modificadas através de ações concretas. Não se trata apenas de aplicar tecnologias menos contaminadoras, mas de compreender porque o sistema de desenvolvimento vigente em nossa civilização destrói o meio ambiente.

            Voltar a viver em um planeta onde a água seja pura e poder bebê-la sem temer as enfermidades será possível através de campanhas de massa para a educação ecológica. Enquanto buscamos uma solução, as calotas polares e alguns glaciais são as
últimas reservas de água sem vestígios de contaminação na Terra.

Alternativas Naturais

            Está comprovado a eficácia do cultivo de lírios aquáticos para a limpeza da água. Estas plantas aquáticas flutuantes atuam como purificadoras de águas contaminadas por resíduos do esgoto e industriais, com um alto percentual de eficiência. Com um custo menor que a purificação feita com substâncias químicas, estes lírios de água (Eichornia crassipes) podem filtrar águas contaminadas graças à sua assombrosa capacidade de absorção dos agentes contaminadores. Isso permite que eles purifiquem a água tirando dela os resíduos de chumbo, mercúrio, detergentes e outras substâncias, inclusive os hidrocarbonetos.

            Sua principal vantagem como instrumento de purificação é o fato de reproduzir-se com rapidez. Porém, como essas plantas têm pouca tolerância ao clima frio, este tratamento de águas terá maior eficácia em lugares quentes ou temperados. A utilização deste sistema ainda não foi largamente implantada.

Efeito Estufa

            Os termos "aquecimento global" e "efeito estufa" transformaram-se em temas importantes durante os anos 80. Cientistas ambientalistas que trabalhavam no Hawaii descobriram que o dióxido de carbono tinha aumentado 8% entre 1959 e 1983. Eles atribuíram este aumento ao uso cada vez maior dos combustíveis fósseis.

            Os cientistas determinaram que os gases nocivos dos carros, da indústria e da agricultura eram as causas do problema detectado em nosso planeta. Entretanto, o aquecimento global e o efeito estufa são essenciais para a vida na terra. Quando o sol esquenta a terra, alguns gases da atmosfera atuam como o vidro de uma estufa, absorvendo o calor e conservando o planeta cálido o suficiente para manter a vida. Sem eles, nós estaríamos vivendo em temperaturas frias de 18 graus centígrados. O problema aparece quando acontecem mudanças sutis que afetam o equilíbrio. Os cientistas determinaram que as concentrações cada vez maiores de vapor de água, CFC, metano e dióxido de carbono estavam afetando o nosso meio ambiente. Grande quantidade dos "gases estufa" isolam efetivamente a Terra e evitam que o calor escape, fazendo com que as temperaturas do planeta aumentem a níveis alarmantes.

A Capa de Ozônio

            Alguns gases estufa, como o dióxido de carbono, aparecem naturalmente na atmosfera. Mas os CFC (abreviatura de clorofluorocarbono) são o resultado direto do processo industrial e da engenharia mecânica. Os CFC podem ser encontrados nos aerosóis, líquidos refrigerantes e ar condicionado; muito mais nocivos do que qualquer gás estufa.

            Acredita-se que os CFC são responsáveis pela destruição de uma parte da atmosfera conhecida como capa de ozônio. Situada a uma altitude de aproximadamente 10 km, o ozônio é uma capa protetora que reduz a quantidade de raios ultravioletas que o sol envia para a terra. Além de ser prejudicial para a nossa pele, os raios ultravioletas (raios UVA) também contribuem para
o aquecimento global.

            A pesar da ameaça dos CFC, o dióxido de carbono é ainda mais nocivo para o nosso meio ambiente, pois é produzido em maior quantidade. De fato, os níveis de carbono na atmosfera terrestre têm aumentado em mais de 30% desde que o homem começou a depender dos combustíveis fósseis a partir da revolução industrial, há 160 anos atrás.

            Os automóveis são agora responsáveis por cerca de 15% ou 400 milhões de toneladas da nossa produção total de carbono. Os cientistas sabem que se a quantidade de carros aumentar na mesma proporção atual, existirá mais de um bilhão em circulação no ano de 2025, aí estaremos numa situação de alerta total.

Pressão Atmosférica

            Todos sabemos que os animais inalam oxigênio e exalam dióxido de carbono (CO2). As plantas e os microorganismos, como plâncton do oceano, fazem exatamente ao contrário; transformam o CO2 em oxigênio através da fotossíntese.

            Estima-se que a fotossíntese transforma ao redor de 60 bilhões de toneladas  de dióxido de carbono todos os anos. De fato, esta é a maneira mais efetiva de reduzir os níveis de carbono, equilibrando a quantidade de CO2 que exalam os animais. Esta é a razão pela qual a destruição das selvas auxilia na alteração do ecossistema da terra. Mais de 50% das selvas que existiam no final da última Idade do Gelo desapareceram. As selvas da América do Sul, Ásia e África foram eliminadas dez vezes mais rápidas do que o processo de reflorestamento das nações do primeiro mundo. Não é preciso ser um gênio para perceber que a situação atual é insustentável, e que a Amazônia precisa ser salva.

As conseqüências já são visíveis

            As temperaturas do planeta aumentaram 0.6 graus centígrados durante os últimos 140 anos. Esta quantidade pode ser aparentemente insignificante, mas se as temperaturas continuarem aumentando neste ritmo, as conseqüências em 2050 seriam catastróficas.

            De fato, alguns cientistas estão prevendo um aumento de 6 graus centígrados durante este século. Suas conclusões são fáceis de serem entendidas: um efeito dominó das mudanças climáticas poderia significar uma devastação generalizada nos nossos tempos. Inundações, o avanço do deserto através da Europa, terremotos, ondas gigantescas são alguns dos desastres que poderiam acontecer de imediato. Está é uma Situação de Emergência, onde ninguém está a salvo em nenhum lugar. Não haverá nenhum lugar onde poderemos correr para evitar o impacto do aquecimento global.

            O aumento das temperaturas e as mudanças das correntes oceânicas farão com que os gelos polares se derretam. Um dos maiores exemplos é a capa de gelo 'Larsen B da Antártica'. Um pedaço de gelo de 3.250 quilômetros que quebrou em março de 2002.

            Imagine milhões de quilômetros quadrados de gelo de centenas de quilômetros de largura misturado com os oceanos do mundo inteiro. Estima-se que os níveis dos mares do mundo aumentariam como água numa bacia. Modelos computadorizados prevêem que isto terá um efeito dramático, especialmente nos pontos de pouca altitude e em áreas costeiras densamente povoadas, como estuários e deltas. Um crescimento de apenas um metro poderia fazer transbordar o Delta do Nilo no Egito e deixar 20% de Bangladesh debaixo d'água. Em 2050, os países baixos poderiam alagar-se e uma parte de Londres e o sudeste da Inglaterra ficarem submergidos. Assim como a ruptura Continental nas Américas, levando todo o Caribe. As flutuações na corrente do Golfo e a largura do Oceano Atlântico poderiam ocasionar um transtorno muito sério nos sistemas climáticos da Europa. Se
as temperaturas continuarem aumentando nos próximos 50 anos, os desertos poderiam se expandir pelo norte da África e  através da Europa.

O Pior Acontece no Mar

            Nossos oceanos possuem um papel importante no controle do clima da Terra. Pela água ser 1.000 vezes mais densa do que o ar, retendo quatro vezes mais calor, os oceanos armazenam grandes quantidades de calor. As correntes do oceano transportam calor ao redor do globo, semelhante ao sistema de calefação das casas. Mas as mares quentes devastam os ecossistemas submarinos.

            As crescentes temperaturas estão tendo um efeito desastroso nos corais. Em 1998, os cientistas anunciaram que as maiorias dos corais estão morrendo. Grandes faixas de corais já desapareceram na costa da Flórida e Caribe. Os recifes coralinos são produzidos por pequenas criaturas marinhas chamadas pólipos. Elas possuem esqueletos externos rígidos feitos de cálcio,
formando vasta colônia através dos anos. O coral forma-se ao redor do mundo nas águas cálidas a mais de 20 graus centígrados e geralmente em profundidades menores que 50 metros. A grande Barreira de Coral é o maior e mais conhecido recife coralino que existe.

            Estima-se que mais de um quarto de todos os peixes que estão ao redor dos recifes coralinos ocupam apenas 0,02% dos oceanos do mundo. Isto poderia explicar porque os recifes de corais são chamados em algumas ocasiões de "selva dos oceanos". Como 15% de toda a pesca mundial de peixes é feita nestes recifes, isto traz sérias conseqüências para a economia mundial. Mas esta perda é muito mais profunda.

            A barreira atua como um quebra-mar que protege as ilhas e as costas das violentas tormentas do mar aberto, principalmente durante a temporada de furacões. É evidente que a temperatura dos oceanos também gera os furacões; as tormentas mais poderosas e temidas dos trópicos. Os furacões são enormes sistemas rotativos de baixa pressão; grandes o suficiente para serem vistos desde o espaço. Eles trazem consigo chuvas torrenciais, tormentas e ventos muito fortes. Os furacões elevam ao mesmo tempo o nível do mar e freqüentemente causam inundações nas costas baixas. Este fenômeno é conhecido como "grande onda de tormenta" e pode alcançar até 4 metros de altura.

            As condições devem ser precisas para que um furacão seja formado; a superfície marinha deve estar acima dos 26,5 graus centígrados. Para serem classificados como furacão, tufão ou ciclone, como são conhecidos na Ásia, a velocidade do vento deve ser superior a 117 km/hora. Cerca de 50 tormentas tropicais são classificados como  furacão a cada ano, essa é a média.

            Se os oceanos esquentarem mais, esta cifra poderia se duplicar. Os atóis tropicais como as Maldivas, que se elevam menos de 1.8 metros sobre o nível do mar, poderiam desaparecer para sempre junto com sua população de 270 mil pessoas. No Brasil, no dia 28 de março de 2004, o fenômeno registrado no Sul do país, no litoral catarinense que foi acompanhado pela NASA a agência espacial norte-americana, e observado por uma série de satélites em conjunto com o National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA). Reforça a tese de que a tempestade batizada de Catarina, foi mesmo um furacão nível 1. O primeiro já registrado, via satélite, no Atlântico Sul. Existe a possibilidade de que os furacões e ciclones se revelem com mais freqüência no País. Assim como em outros países estão ocorrendo fenômenos naturais cada vez mais intensos, no Brasil não será diferente. A diferença é que o furacão sustenta ventos de até 200 km/h por um tempo muito maior que o ciclone, que apresenta rajadas de vento de no máximo 70km/h.

Terremotos e Tsunamis

            Os geólogos acreditam que o crescente nível do mar terá complicações que poderiam ser mais decisivas do que o clima. O peso adicional de milhões de quilômetros cúbicos de água poderia causar tensão nos pontos mais fracos da crosta terrestre, conhecida como litosfera pelos especialistas. Isto poderia precipitar os terremotos, erupções vulcânicas e falhas geológicas, causando devastação local e enviando gases nocivos e escombros à atmosfera. Podem acontecer também riscos de tsunamis, inclusive no Brasil. Estas ondas gigantes são geradas por terremotos submarinos e podem viajar milhares de quilômetros ao redor do oceano a 800 km/hora. Elas aparecem sem avisar com ondas de até 30 metros de altura, muito comum no Hawaii.

            Os geólogos especializados na matéria prevêem que o vulcão de La Palma, das Ilhas Canárias, pode explodir em algum momento no futuro. Conseqüentemente, o desastre poderia enviar uma mega 'tsunami' de 500 metros de altura pelo Atlântico que engoliria partes da Europa. O aquecimento global é um fenômeno mundial e de conseqüências imprevisíveis. Continentes, países, cidades e comunidades poderiam estar a milhares de quilômetros de distância, mas ninguém vive totalmente isolado. As repercussões da conduta irresponsável do homem e os desastres naturais nos afetam e afetarão a todos em conjunto.

Num Futuro Próximo

            O panorama atual com o aquecimento global não é dos melhores e infelizmente vai piorar. Espera-se que a população mundial aumente de 6 a 8 bilhões nos próximos 50 anos. Estas pessoas, inevitavelmente, aumentarão a pressão sobre os recursos terrestres que já estão se tornando escassos.

            É essencial para os especialistas entender como funciona o ciclo global do carbono para que possam prever como comportaria nosso clima no futuro próximo. Nos ajudariam a entender quais as medidas que precisamos tomar para reverter a destruição do mundo. Não é um processo simples, mas prever o futuro nunca foi fácil, é preciso fé e confiança em Deus e extrema dedicação na investigação que estar dedicada a entender a física, a química e os processos biológicos dentro do nossos sistema climático.

            Sua investigação está sendo desenvolvida através de fundos do governo americano e um par de poderosos computadores 'Cray T3E', onde os especialistas monitoram as mudanças climáticas globais e as nacionais. Os cálculos matemáticos utilizados são tão complexos que só podem ser realizados por computadores. Programas de última tecnologia têm sido desenvolvidos para resolverem estas fórmulas. Estes são os chamados "modelos climáticos". Vários tipos de modelos são usados para determinar a grande gama de previsões.

Isto inclui:

* Química Atmosférica.
* Circulação Oceânica.
* Clima Regional.
* Emissões de Carbono e outros gases estufa.

            Os programas de modelos climáticos simulam representações detalhadas em 3-D das mudanças no clima global durante os últimos 100 anos. Eles também ilustram os tipos de variações climáticas que podemos esperar para o próximo século.

Evitando a Tendência Natural


            Para evitar os efeitos do aquecimento mundial, a grande maioria dos cientistas e os governos concordam que é necessário tomar medidas drásticas. É preciso reduzir as emissões de carbono do mundo, o nosso maior inimigo, recortar a produção de CFC e outros químicos destruidores da capa de ozônio e deter a devastação das nossas florestas, sobretudo da Amazônia brasileira.

            Em dezembro de 1997, as Nações Unidas celebraram em Kioto, Japão, a Convenção sobre a Mudança Climática. O Tratado de Kioto obriga legalmente as nações industrializadas a reduzirem a emissão de gás estufa numa média de 5,2% para o ano de 2012. Mas em menos de quatro anos após a Convenção, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, retirou-se do acordo de Kioto, causando com essa atitude grande comoção internacional.

            Uma pequena versão do acordo foi aprovada posteriormente, dando concessões aos países que ajudarem a outros a reduzirem suas emissões. Segundo alguns críticos, isto abriria a porta ao abuso dentro do sistema, permitindo inclusive que alguns países aumentem suas emissões.

            Eles também argumentam que esses gases podem permanecer na atmosfera por um ou mais séculos. As emissões deveriam ser reduzidas em aproximadamente 60% para que a diferença apareça. Isto teria um efeito benéfico ao nosso meio ambiente e um impacto significativo nas economias globais. Janeiro, fevereiro, março e abril foram os meses mais quentes até agora registrados. Nossos verões serão cada vez mais freqüentes e os invernos escassos. Também se estima que devido à redução de 40% da umidade do solo a agricultura atravessará sérias dificuldades. Em 2080, a temperatura anual média poderá
aumentar de 2 a 3.5 graus centígrados. O nível do mar também está destinado a subir entre 26 a 86 cm. E isto significa que lugares como Caribe, Ilhas e o sudeste da Inglaterra estarão mais susceptíveis a ondas grandes e inundações.

            A bomba do tempo está ativada, e literalmente o mundo vive uma "SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA".

Caso Brasil
Um Primeiro Passo


            Em Genebra, o Banco Mundial negocia o maior projeto já idealizado na história da instituição no setor ambiental. Ainda na dependência de aprovação final pelo banco, o projeto prevê financiamento de até US$ 1 bilhão para que o governo brasileiro fortaleça políticas de desenvolvimento sustentável na área de turismo, no campo social e em investimentos em energia.

            Caso o projeto seja aprovado, as verbas serão liberadas durante os próximos quatro anos. A primeira parcela, de US$ 300 milhões, pode sair agora em 2004. O dinheiro irá para o Ministério da Fazenda, que então o repassaria às demais pastas. Para que isso ocorra, porém, o governo terá de aceitar o estabelecimento de metas ambientais para seus projetos nos diversos setores. A gestão ambiental deixaria de ser uma questão de um setor para ser uma política de governo.

            As negociações sobre metas devem ser concluídas nos próximos dois meses, o que abriria a possibilidade para que a cúpula do BIRD aprovasse o financiamento em junho. A primeira parcela do empréstimo seria para intensificar o debate sobre a
gestão ambiental no país e garantir que as reformas iniciadas nos últimos governos na preservação e no uso sustentável de recursos sejam mantidas e aprofundadas na atual administração LULA. O dinheiro iria, ainda, para programas e políticas de curto prazo que possam criar uma base para que os objetivos de longo prazo sejam atendidos nos próximos anos.

            Na primeira etapa está previsto o fortalecimento da capacidade técnica do Ministério do Meio Ambiente e maior eficiência do Sistema de Gerenciamento Ambiental do País. Programas de assistência técnica e a formulação de estudos também estão sendo avaliados.

            A segunda parcela do empréstimo o BIRD seria para promover reformas nas instituições para que incluam temas  ambientais na agenda, além de incentivar eventuais mudanças legislativas que sejam necessárias para que a gestão ambiental esteja no centro de projetos de desenvolvimento no país. A terceira e última etapa do programa seria para consolidar as reformas feitas no Brasil. 

            A escolha do Brasil como destino das verbas foi "estratégica". Até hoje, só o México e a Bulgária tiveram programas parecidos e, mesmo assim, com verbas menores. As ações para o futuro e a preservação dos nossos ecossistemas como patrimônio das futuras gerações devem se iniciar já. Vale aqui a ressalva de que isso não foi e não é iniciativa do nosso governo, infelizmente.

            O interesse do BIRD pelo Brasil se explica por sua situação única: o grande potencial de biodiversidade e de recursos hídricos do território nacional convive com as necessidades de atrair investimentos de peso em áreas que, se não  forem observadas com cuidado, podem causar importante impacto ambiental no futuro das civilizações do planeta que já estão vivenciando uma "Situação de Emergência". 

Terremoto na Ásia - Dezembro/2004:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2004/12/041226_terremoto8ro.shtml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2004/12/041226_terremotodepoimentos.shtml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2004/12/041226_testemunhamp.shtml

Marcí[email protected]


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