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- Inteligência Política -
16.10.2004

I N T E L I G Ê N C I A      P O L Í T I C A          

A História do Vôo dentro da Cronologia do Tempo
De 1500 a 2004
Por Marcílio Novaes Maxxon
Breve Ensaio


SUMÁRIO

De Leonardo da Vinci ao Concorde - siga a história do vôo do início até a nostálgica despedida de um velho amigo.

1500 - Leonardo Da Vinci, cria os primeiros desenhos de máquinas para voar - Na Itália, o gênio do Renascimento Leonardo da Vinci esboça seus primeiros desenhos de máquinas voadoras - depois de estudar e dissecar a estrutura das asas dos pássaros e morcegos. A máquina de alçar vôo de Leonardo - ou o ornitóptero - possui os elementos essenciais do helicóptero moderno. Leonardo da Vinci disse: "Uma vez que consiga provar que pode voar, o Homem, caminhará sempre na terra com os olhos vendo o céu, porque já esteve lá e sempre vai querer voltar". http://www.bbc.co.uk/science/leonardo/

1783 - Primeiros humanos a voarem num Balão - Em 1783, na cidade de Annonay, França, Joseph e Jacques Montgolfier oferecem uma exibição pública do seu balão feito de seda e forrado com papel para conservar o gás. Eleva-se mais de 6.000 pés (1.830 metros), viaja mais de uma milha (1,6 quilômetros) e mantém o vôo por 10 minutos. Os passageiros a bordo do segundo vôo feito pelos Montgolfiers (realizado em frente do Rei Luis VI e Maria Antonieta) foram um galo, um pato e uma ovelha!
www.centennialofflight.gov/essay/Dictionary/Montgolfier/DI35.htm

1895 - Vôo do Primeiro Planador com Humano - O alemão Otto Lilienthal é o primeiro homem a desenhar um planador que pode transportar uma pessoa e voar em longas distâncias. Após mais de 2.000 vôos de sucesso com o planador, ele morre em 1896 ao perder o controle da nave e bate devido aos fortes ventos. Lilienthal disse uma vez: "Inventar um avião não é nada. Construir um é algo. Mas voar é tudo".
http://www.lilienthal-museum.de/olma/ehome.htm

1903 - Primeiro vôo impulsionado, tripulado e controlado da história - Em 17 de dezembro de 1903, o avião dos irmãos Wright - 'O Voador' se eleva no ar às 10h35. O vôo dura apenas 12 segundos e cobre uma distância de apenas 121 pés (37 metros). Com este vôo, os irmãos Wright mudaram o mundo para sempre. Toda a indústria aeroespacial baseou-se numa simples e brilhante invenção.
http://www.first-to-fly.com/

1909 - Primeiro Vôo sobre o Canal da Mancha - Em julho de 1909, Louis Blériot (França) se transforma no primeiro homem a voar num avião através do Canal da Mancha. Em seu monoplano, desafia o mau tempo a 22 milhas do mar enquanto viaja de Les Barraques, França para Dover, Reino Unido.
http://www.centennialofflight.gov/essay/Dictionary/Bleriot/DI11.htm

1916 - O nascimento da BOEING - William E. Boeing (EEUU) constrói e aprova seu primeiro aeroplano, o avião de treinamento 'B&W' e cria sua própria companhia - Pacific Aero Products. Em 1917, muda o nome para Boeing Airplane Company.
http://www.boeing.com/history/boeing/

1919 - Voar torna-se de interesse comercial - O primeiro serviço aéreo comercial internacional de passageiros começa entre Paris e Bruxelas.

1927 - Primeiro Vôo solitário sobre o Atlântico - Em 20 de maio de 1927, Charles 'Lucky Lindy' Lindbergh (EUA) decola em 'Espírito de São Luis' (que o ajudou a desenhar) para a cidade de Nova Iorque às 7h52. Trinta e três horas e meia mais tarde e a 3.600 milhas (5.790 quilômetros), aterrissa perto de Paris. Lindbergh não foi somente o primeiro aviador a cruzar sozinho o Atlântico, mas também inventou um coração artificial para um cirurgião francês em 1931-35.
http://www.charleslindbergh.com/

1930 - Primeiro Vôo da Inglaterra à Austrália - Amy Johnson (Reino Unido) realiza o primeiro vôo solo da Inglaterra à Austrália pilotado por uma mulher.

1931 - Nasce a Propulsão a Jato - Frank Whittle desenha e patenteia o primeiro motor de propulsão a jato. É evidente que se a Força Aérea Real não tivessem se metido, as coisas não teriam mudado. Eles rejeitaram a princípio a idéia de Whittle quando ele a apresentou pela primeira vez na década de 20!  O protótipo de Franks Whittle era capaz de propulsar 562 kg.
http://www.bbc.co.uk/history/historic_figures/whittle_frank.shtml 

1942 - Decola o Primeiro Vôo de Propulsão a Jato - Decola o Messerschmitt 262, o primeiro avião a jato de combate operacional do mundo.

1947 - Primeiro Vôo Supersônico - Em 14 de outubro de 1947, o piloto americano, capitão Charles (Chuck) E Yeager, transforma-se no primeiro homem a voar mais rápido do que a velocidade do som. A bordo do Bell X-1, propulsado por foguetes, alcança uma velocidade máxima de 1.06 Mach (700 milhas por hora). Yeager transforma-se imediatamente no ' homem mais rápido'. Três dias antes de quebrar a barreira do som, Yeager fraturou três costelas num acidente montando a cavalo. Ele
ocultou o fato por temor de que o vôo fosse cancelado.
http://www.chuckyeager.com/ 

1949 - Primeiro Avião Comercial a Jato - Trabalhando sobre a tecnologia dos motores a jato na Segunda Guerra Mundial, o fabricante britânico Havilland desenvolve e faz voar o primeiro avião a jato comercial em 1949 - o Cometa. Infelizmente, após uma série de acidentes devido às falhas do desenho, os dias do Cometa chegaram ao fim.
http://aerospaceweb.org/aircraft/jetliner/comet/index.shtml 

1958 - Entra em Serviço o Primeiro Avião a Jato de Sucesso - O Boeing 707 é o primeiro avião de longo alcance e grande capacidade de passageiros, marcando o verdadeiro começo da revolucionária era do jato no transporte aéreo. São construídos mais de 900 Boeing 707, mas em 1980 os 707 são descontinuados.
http://www.boeing.com

1970 - O Jumbo Jet entra em Serviço - Em 21 de janeiro de 1970, o Boeing 747 - conhecido carinhosamente como 'jumbo jet'- entra em serviço comercial através da empresa americana Pan American World Airways, num vôo de Nova Iorque a Londres. O 747, o maior avião de passageiros do mundo, revoluciona o transporte aéreo comercial. A seção econômica do 747-400 é longa o suficiente (150 pés) para conter o primeiro vôo dos irmãos Wright (45 metros) em Kitty Hawk, Estados Unidos!

1976 - O Primeiro Avião Comercial Supersônico do Mundo - Em 1976, o Concorde inicia seu serviço comercial. É o primeiro avião comercial do mundo a voar mais rápido do que a velocidade do som. Os passageiros agora podem viajar de Londres a Nova Iorque em menos de três horas e meia - menos da metade do tempo normal do vôo de outros jatos. A velocidade de 1.350 mph da rota do Concorde é equivalente a saída de uma bala de fuzil.
http://www.concorde-jet.com/ 

1989 - O Avião de Bombardeio de Caça B-2 realiza seu Primeiro Vôo - O primeiro avião de bombardeio de caça B-2 faz seu vôo inicial em 17 de julho de 1989. Um grande avance na aviação militar, suas características de pouca visibilidade ou de 'ação furtiva' o ajudam a penetrar melhor as defesas mais sofisticadas do inimigo e ameaçar seus alvos mais importantes.
http://www.airforce-technology.com 

1994 - Primeiro Vôo de testes do Boeing 777 - O primeiro avião desenhado totalmente num computador é colocado em teste.

2001 - Atentado terrorista do World Trade Center gera uma crise sem precedentes na história da aviação. Em 11 de setembro de 2001, um avião da American Airlines é seqüestrado por terroristas. Momentos depois a aeronave atinge o prédio do Pentágono. O impacto destrói várias colunas do prédio, causa um grande incêndio e culmina na morte de inúmeros funcionários.

2002 - É lançado o Primeiro Jato Hipersônico de Sucesso - O primeiro avião desenhado totalmente num computador é colocado em teste.O termo 'hipersônico' indica velocidades superiores cinco vezes acima da velocidade do som.
http://www.mech.uq.edu.au/hyper/ 

2003 - O Concorde realiza seu último Vôo - Após 27 anos de serviço como o único avião supersônico comercial do mundo, o Concorde realiza seu último vôo no dia 24 de outubro de 2003. O fluxo de passageiros nunca se recuperou após o acidente perto de Paris em 2000 e o avião já não dava lucro. O acidente ocorreu em 25 de julho de 2000. Durante a decolagem, o pneu do Concorde estoura ao passar em cima de uma peça de metal que caiu de um outro avião. O incidente dá início a uma série de eventos críticos que resultam na queda da aeronave. Todos os passageiros e tripulantes são mortos. Depois do acidente, a frota de Concordes acaba saindo de circulação.

2004 - É testado o Scramjet ou X-43A - Avião a jato quebra recorde de velocidade - Analistas acreditam que a tecnologia usada no X-43A possa ser usada em vôos
comerciais - Um jato experimental não-tripulado construído pela Nasa, a agência espacial americana, rompeu em 16 de novembro, o recorde de velocidade, voando a cerca de dez vezes a velocidade do som. O avião X-43A - um tipo de supersônico chamado em inglês de "scramjet" - foi rebocado por um avião bombardeiro até uma altitude de 12 km, quando um foguete de impulso que o levou até uma altitude de 33,5 km sobre o Oceano Pacífico, na costa da Califórnia.

            Foi então que o avião fez seu vôo de alguns segundos a aproximadamente 11,2 mil km/h, e depois caiu no mar, como o previsto. O sistema de propulsão do jato do scramjet é diferente do de jatos convencionais, e vem sendo pesquisado para o possível uso também em foguetes e mísseis, além de aviões.

Vôos comerciais


            Alguns analistas também acreditam que os scramjets possam ser usados um dia em vôos comerciais tripulados, diminuindo de forma significativa vôos de
longa distância. Os scramjets atingem altas velocidades por meio da queima de hidrogênio, mas, ao contrário dos foguetes convencionais, eles não precisam carregar
pesados tanques de oxigênio para permitir a combustão. Eles retiram o oxigênio do ar, que é comprimido naturalmente pela própria velocidade da aeronave e sua forma inovadora.

            A tecnologia permite uma maior capacidade de carga do avião a um custo menor. O X-43 A, que media apenas 3,7 metros de comprimento, já havia batido o
recorde de velocidade em um vôo em março deste ano, quando atingiu 6,83 vezes a velocidade do som.

Algumas Novas Tecnologias para a Aviação
Carro voador deve chegar ao mercado 'em 25 anos'

            Carros voadores devem começar a chegar ao mercado em 25 anos, de acordo com previsões de pesquisadores de empresas como a Boeing e a Nasa. A Nasa está trabalhando em veículos voadores, com o objetivo inicial de transformar as viagens em pequenos aviões e desafogar o tráfego áreo regional nos Estados Unidos.

            Em cinco anos, pesquisadores da Nasa esperam ter desenvolvido a tecnologia necessária para a construção de veículos voadores tão fáceis de dirigir como
um carro. O objetivo da Nasa é manter o custo do veículo em torno dos US$ 100 mil (R$ 300 mil), preço de um BMW série 5 no Brasil.

Obstáculos
O projeto, porém, ainda enfrenta obstáculos tecnológicos consideráveis.

            "Quando se tenta superá-los, você tem o pior dos dois mundos: um veículo pesado, lento e caro, que é difícil de usar", disse Mark Moore, chefe da divisão de veículo aéreo pessoal (PAV, na siga em inglês) do Centro de Pesquisas Langley, da Nasa, em Hampton, nos Estados Unidos.

            A Boeing também trabalha em projetos semelhantes e, além dos desafios de engenharia, a empresa tenta prever formas de evitar problemas de trânsito, quando milhares de carros estiverem voando ao mesmo tempo. "O mais fascinante é pensar em como será a aparência do veículo", disse Dick Paul, vice-presidente da Phantom Works, o braço de pesquisa e desenvolvimento da Boeing.

            Entre as alternativas em estudo, está a inclusão de sistemas de inteligência artificial para evitar colisões e ajudar na condução do veículo.

Celulares no Vôo
Nova tecnologia permite uso de celular em aviões

            Os aviões constituem hoje um dos poucos lugares em que as pessoas estão livres do toque de um telefone celular. Mas isso pode estar mudando. No começo do mês, a American Airlines apresentou um novo sistema para permitir o uso de celulares durante o vôo. A fábrica de aviões Airbus está  desenvolvendo uma tecnologia própria com o mesmo objetivo.

            Hoje em dia já existem algumas empresas aéreas que permitem o acesso à internet para quem viaja com seu laptop e dispõe de conexão sem fio à rede. Mas outras empresas proíbem até mesmo que os passageiros joguem uma partida de gameboy. As regras para uso de equipamentos eletrônicos a bordo de aviões são
notoriamente complexas e contraditórias e variam de país a país.

            Na Grã-Bretanha, por exemplo, a maioria das empresas aéreas veta o uso de celulares durante todo o tempo em que o passageiro estiver no avião, embora
algumas tenham relaxado a regra se há um atraso prolongado na decolagem. Um dos principais motivos é que as ondas de rádio emitidas pelos telefones celulares podem afetar os sistemas de comunicação usados pelos pilotos ou derrubar os sistemas de controle do avião. Nos Estados Unidos, os passageiros estão tendo maior margem de tempo de uso desde que várias empresas aéreas permitiram o uso dos celulares enquanto o avião estiver manobrando no aeroporto.

CD não pode

            Outros aparelhos eletrônicos, como laptops, toca-MP3, palm tops e videogames de bolso, em geral, são permitidos enquanto o avião não está nem decolando
nem pousando. Mas há casos particulares - como o da irlandesa Aer Lingus, que proíbe o uso de CD-players, mas libera o de laptops, mesmo que eles tenham um CD-player embutido. (A empresa está mudando estas normas.)

Discussão

            Mas em que medida os telefones celulares e outros equipamentos realmente ameaçam a segurança de uma aeronave?

            Este é um tema que ainda gera muita discussão. Afinal de contas, em qualquer vôo sempre há um punhado de passageiros que simplesmente esquecem de desligar seus celulares. Apesar disso, no ano passado, o órgão que regula a área de segurança aérea nos Estados Unidos disse que nenhum acidente até o momento foi causado pela interferência de equipamentos eletrônicos a bordo do avião.

            Por outro lado, uma pesquisa publicada no ano passado pela Autoridade Britânica de Aviação Civil concluiu que os sinais recebidos por telefones celulares afetavam os sistemas de navegação dos aviões. A entidade afirma que já registrou alguns incidentes com telefones celulares interferindo com os sistemas de comando de aeronaves.

            Todos os equipamentos eletrônicos emitem radiação eletromagnética. Alguns, como os telefones celulares, fazem isso de forma intencional a fim de atingir uma estação-base. Outros, como CD players, lançam radiação de forma não-intencional e têm baixos níveis de emissão. Quando dois aparelhos estão próximo um do outro, o pulsos eletrônicos podem causar interferência mútua e, teoricamente, mau funcionamento.

GRANDES VULTOS DA AVIAÇÃO
Leonardo da Vinci, 1452-1519

            Leonardo da Vinci foi votado recentemente o artista de maior influência e inventor dos últimos mil anos. Um homem tão adiantado do seu próprio tempo que seus desenhos e modelos encontram-se há mais de 400 anos nas máquinas que vemos hoje em dia.

            Leonardo foi o primeiro a assumir uma aproximação moderna e analítica na solução de problemas. O gênio do Renascimento Italiano comparava as máquinas
com os corpos humanos e as dissecou até chegar nos seus componentes. Apesar deste pensamento virar uma prática comum, este estudo foi revolucionário na sua época.

            Pioneiro inicial dos vôos com máquinas, Leonardo inventou uma variedade de máquinas voadoras. O Parafuso aéreo - Aerial Screw (um precursor do helicóptero), uma máquina para testar ventos fortes, um planador com pontas manobráveis, uma nave voadora, uma asa articulada e um pára-quedas estão entre as suas famosas invenções.

            Da Vinci também refletiu sobre outras áreas da vida e do conhecimento, entre elas, a arquitetura, geologia, botânica, ciência e novas tecnologias. Suas extraordinárias visões ainda sobrevivem em anotações e desenhos - alguns deles fazem parte da Coleção Real da Inglaterra. Essa coleção, de preço incalculável, é mantida num cofre, afastada de luzes que possam danificá-la. Ela foi mostrada numa exibição pelo Reino Unido para comemorar a Celebração de Ouro da Rainha em 2002.

            A máquina voadora Ornithopter, na qual baseiam-se os helicópteros modernos, é talvez um dos desenhos mais inovadores de Leonardo Da Vinci.

Santos Dumont, 1873/1932

            Em 1932, o aviador brasileiro Alberto Santos Dumont se suicidou aos 59 anos de idade. Durante doze anos gloriosos, ele foi um personagem constante nas manchetes dos jornais do mundo inteiro. Em todo esse tempo (entre 1898 e 1909), desenhou, construiu e colocou para funcionar 20 invenções diferentes (o relógio de pulso, o dirigível, o hangar, os aeroplanos, entre outros). Uma média que o transforma no inventor mais produtivo de todos os tempos, ultrapassando até Leonardo Da Vinci.

            Quando em 1898 Santos Dumont começava sua carreira de inventor, ele se surpreendeu ao descobrir que a idéia de construir um balão que voasse sem a ajuda do vento tivesse sido abandonada. O problema era escolher um motor capaz de impulsioná-lo. O motor elétrico fazia com que o aerostato fosse muito pesado. O último dirigível que ele tinha conseguido fazer voar pesava 2 mil quilos. Treze anos se passaram até que o jovem brasileiro projetasse seu dirigível número 1, com um motor que pesava pouco mais de 100 quilos.

            O N° 1 não explodiu e sobrevoou Paris diversas vezes. Como era de se esperar, ele chamou a atenção do público, que nunca tinha visto um dirigível motorizado passeando sobre suas cabeças. Santos Dumont foi a primeira pessoa em confiar no futuro do motor a petróleo e a primeira em colocá-lo em prática num transporte aéreo.

            Hoje, um monumento em Paris confirma que Santos Dumont realizou o primeiro vôo registrado oficialmente em um aeroplano. Em toda a América do Sul, ele é
considerado o verdadeiro pai da aviação. Mesmo que este título possa ser discutível, Santos Dumont foi um dos pioneiros mais dedicados: O primeiro piloto com autorização para voar balões, dirigíveis, biplanos e monoplanos. Mesmo assim, seu nome parece ter sido excluído dos livros e anais da história mundial.

            Ele queria que suas criações se destinassem ao avanço da comunidade mundial, já que os mistérios que ele buscava desvendar eram compartilhados pela raça
humana havia séculos.

Pai da Aviação

            Para incentivar novos inventores, havia em julho de 1906 dois prêmios de aviação a se disputar: um de 1.500 francos, oferecido pelo Aeroclube dA França ao primeiro aeroplano que, levantando-se por seus próprios meios, cobrisse um percurso de 100 metros; e outro - a Taça Archdeacon - de 3.000 francos, parao primeiro aeroplano que por si só voasse 25 metros. Sendo essencialmente um gênio improvisador, Santos Dumont não perdeu tempo em estudar o que se fizera antes dele no campo da aviação. Aprendeu primeiro a planar. Fabricou depois um aeroplano e prendeu-o a um dirigível para testá-lo nos ares. Chamou ao dirigível "no. 14", e ao aeroplano "14-bis." Com ele, se inscreveu para ambos os concursos.

            Depois de alguns testes no campo de Bagatelle, Santos Dumont conseguiu realizar, em 23 de outubro de 1906, o primeiro vôo mecânico do mundo devidamente homologado. Seu estranho aparelho, o 14-bis, alcançou a distância de 60 metros, a uma altura que variava entre 2 e 3 metros. O pequeno brasileiro aparecia mais uma vez nas primeiras páginas de jornais do mundo todo (inclusive o americano New York Herald), recebendo, perante uma enorme audiência, a Taça Archdeacon.

            Em 12 de novembro de 1906, Santos Dumont voltou ao campo de Bagatelle, disposto a ganhar o segundo prêmio, pelo percurso de 100 metros. Não compareceu sozinho. Ali já estavam os (futuramente famosos) aviadores Blériot e Voisin. Santos Dumont cedeu-lhes a vez, mas a máquina de seus concorrentes espinoteou e partiu-se sem desgarrar do chão. Ao cair da tarde, Santos Dumont alçou vôo em seu "14-bis", decolando do chão, percorrendo 220 metros de distância a 6 metros de altura, e aterrizando no espaço de 21 segundos. Conquistou, assim, o prêmio do Aeroclube de França - que mandou construir no campo de Bagatelle um monumento registrando este feito histórico, onde se lê até hoje:

AQUI, NO DIA 12 DE NOVEMBRO DE 1906, SOB O CONTROLE DO AEROCLUBE DE FRANÇA, 
SANTOS DUMONT ESTABELECEU OS PRIMEIROS REGISTROS DE AVIAÇÃO DO MUNDO.

Viagem do Século 21

            Desde a virada do século 21, a indústria da aviação comercial tem enfrentado muitos problemas: recessão da economia, ataques terroristas de 11 de setembro, o vírus SARS e a guerra do Iraque.

            As companhias aéreas no mundo todo estão operando 5.000 vôos a menos em comparação com dois anos atrás. A boa notícia, entretanto, é que ainda há bastante pioneirismo em desenho de aviação acontecendo. Em 2007, a Indústria de Ônibus Espacial da Europa estará lançando um superjumbo - o A380, 97 deles já foram encomendados por várias companhias aéreas do mundo todo.

            Com a capacidade para 555 passageiros, o A380 espera Revolucionar a viagem aérea, assim como o Boeing 747 fez há mais de 30 anos. Enquanto isso, depois de realizar seus planos de construir um "Cruzeiro Sônico" em 2001, o Boeing prevê que o futuro da viagem aérea virá em tamanho menor, jatos hi-tech que viajarão de ponto a ponto em tempos mais curtos.

            Desde que o Concorde provou ser economicamente impraticável, o grande desafio moderno passou a ser uma nova geração supersônica com um preço não
superior a 20% a mais do que um subsônico.Teria ainda que reduzir emissões de alta altitude, baixar os níveis de boom (som) e ter espaço para 300 passageiros. 

Turismo Espacial

            No próximo feriado que tal uma viagem para um lugar onde a vista é de outro mundo e você ainda se sentirá eufórico e flutuante: Uma viagem para a órbita
é a sua resposta - isso se você puder pagar milhões de dólares pela passagem!

            Transbordadro Espacial - Com a ajuda da Companhia Americana Space Adventures, os primeiros turistas espaciais - Dennis Tito (USA) e Mark Shuttleworth (África do Sul) - fizeram uma viagem de 10 dias para a Estação Espacial Internacional em abril de 2001 e 2002 respectivamente. Você também poderia decolar de uma das agências espaciais e aviação russa, e voar para a órbita a bordo de uma das aeronaves Soyuz - por cerca de U$ 20 milhões. O preço pode parecer alto, mas meio quilo de carga útil custa U$10.000 só para ser colocado em órbita no ônibus espacial.

            Desde 1961, menos de 1.000 pessoas tiveram a emoção de viajar no espaço e menos de 20 andaram na lua. O turismo espacial poderá movimentar uma indústria de U$10 bilhões por ano em duas décadas.

            Várias companhias de turismo espacial estão planejando construir veículos sub-órbitais, hotéis e naves de cruzeiro lunar nos próximos 20 anos. Quem sabe, em 30 anos aviões espaciais estarão decolando para a lua na mesma freqüencia dos aviões que fazem a rota New York e Los Angeles!.

SINOPSE DE ALGUNS GRANDES DESASTRES DA AVIAÇÃO

            Apesar de todo o tempo, dinheiro e esforços empreendidos no desenvolvimento de aeronaves comerciais, a história da aviação possui desastres devastadores
que causaram a morte de milhares de pessoas. As investigações desses acidentes são de extrema importância no sentido de descobrir o que deu errado e, assim, prevenir futuros incidentes. Os especialistas no assunto chamam este trabalho de "tecnologia do túmulo", ou seja, melhorias no setor de segurança ocorridas a partir do conhecimento de falhas anteriores. Ao examinar a estrutura e o projeto do A340-600, os leitores irão perceber como os avanços da engenharia elétrica, da previsão do tempo, dos procedimentos de segurança e do controle de trêfego aéreo estão diretamente ligados aos grandes desastres da história da aviação.

- Um jumbo da Pan Am está taxiando na pista do aeroporto de Tenerife, na Espanha. Neste mesmo momento e local, uma avião da KLM também se prepara para decolar. Problemas de comunicação e um forte nevoeiro, entre outros fatores, resultam na colisão das duas aeronaves. O desastre é considerado um dos piores do gênero na História, causando a morte de 583 pessoas.

- 21 de novembro de 2004: Xangai - Um avião Bombardier CRJ-200 com 55 passageiros e 6 tripulantes a bordo caiu na Mongólia, no norte da China. O aparelho, de fabricação Canadense e pertencente à China Eastern Airlines, havia acabado de decolar da cidade de Baotou, em direção a Xangai, e caiu em um parque sobre um lago
congelado. Alguns fragmentos da aeronave mataram dois funcionários do parque, destruíram uma casa e alguns barcos. Segundo as autoridades de Baotou, todos os ocupantes do avião morreram. Mergulhadores tiveram de entrar nas águas geladas para resgatar os corpos.

SÍNTESE DA SITUAÇÃO AÉREA MUNDIAL

Japão anuncia ajuda de R$ 2,2 bi a empresas aéreas - A Japan Airlines System (JAL) e a All Nippon Airways (ANA) devem receber um total de 85 bilhões de ienes (cerca de R$ 2,2 bilhões) em empréstimos. O dinheiro deve ajudar as companhias aéreas a superar a retração no setor provocada pela epidemia do vírus da Sars (sigla em inglês para Síndrome Respiratória Aguda Grave) e pela guerra no Iraque. O valor das ações das duas empresas subiu imediatamente após o anúncio.

Crise

            Como muitas outras companhias aéreas ao redor do mundo, especialmente na Ásia, a JAL e a ANA registraram uma forte queda no número de passageiros no
primeiro semestre do ano, embora o impacto do vírus da Sars no Japão tenha sido mínimo.

            Há alguns meses, a JAL chegou a registrar um prejuízo diário de US$ 7 milhões (mais de R$ 20,2 milhões). Por isso, a companhia deve receber a maior parte do dinheiro emprestado pelo governo japonês - 70 bilhões de ienes.

            A ANA, que depende menos do fluxo internacional de passageiros porque opera principalmente vôos domésticos, também registrou prejuízos no início deste
ano e vai receber um empréstimo de 15 bilhões de ienes.

            Essa não é a primeira vez que companhias aéreas japonesas recebem ajuda do governo. Grandes empréstimos também foram concedidos para ajudar as empresas a lidar com a crise no setor de aviação desencadeada pelos atentados de 11 de setembro de 2001.

Subsídios

            Nos Estados Unidos, o governo americano também utilizou recursos federais para subsidiar as operações das companhias aéreas baseadas no país.

            No entanto, a União Européia tem se esforçado para tentar convencer outros países a suspender a ajuda estatal à indústria da aviação e afirma que os
subsídios distorcem a competitividade internacional. Além disso, os governos do bloco europeu têm relutado em utilizar os seus recursos para ajudar as companhias aéreas locais.

            Para alguns analistas, a postura européia é uma das razões por trás do anúncio da fusão da Air France com a holandesa KLM. Sem a ajuda do Estado, as companhias aéreas são forçadas a cortar custos ou buscar fusões.

Motor de plasma passa da ficção científica para a órbita lunar da France Press, em Paris (França)

            Lugar comum durante mais de meio século na ficção, a impulsão de plasma virou realidade com a entrada da sonda lunar européia Smart-1 na órbita do
satélite terrestre com um gasto de apenas 59 kg de combustível. "O sistema de propulsão iônica é o futuro das viagens espaciais. Esta é uma missão pioneira", disse o astrônomo britânico Patrick Moore.

            Um dos problemas da viagem espacial é que é necessário levar todo o combustível necessário ao partir. Entretanto, quanto mais combustível se leva, maior a massa da nave, o que acaba exigindo mais combustível - um verdadeiro círculo vicioso.

            Os foguetes à base de químicos queimam o combustível, e os gases são expelidos para trás em grande quantidade. Isso provoca uma forte aceleração, mas em poucos minutos se consomem toneladas de combustível. Por outro lado, os motores de plasma expulsam apenas alguns íons - átomos com uma carga elétrica -, mas a mais de 55 mil quilômetros por hora. A grande velocidade de saída compensa em parte a minúscula massa do material, o que provoca aumenta a eficiência do sistema.

            Bastam 59 kg de xenônio - um gás de grande peso atômico - para o motor iônico da Smart-1, desenvolvido pela empresa francesa Snecma, funcionar durante 3.700 horas. Desta forma, o motor duplica a marca do único teste anterior deste tipo, da Deep Space One, cujo nome era uma homenagem à série de televisão "Star Trek - Deep Space 9". O aparelho realizou uma missão a um asteróide próximo a Terra na década de 90.

            "O desempenho [do motor da Smart-1] foi muito melhor do que esperávamos. Sem dúvida, vamos equipar nossas futuras naves de exploração com estes
sistemas
", disse Giorgio Saccoccia, chefe da divisão de Propulsão da ESA, a agência espacial européia. De fato, a Smart-1 gastou até menos xenônio do que o calculado e chegou dois meses antes do previsto.

            Entretanto, o motor de plasma tem uma aceleração muito pequena e não serve para decolar do planeta. Mas é ideal para uma viagem interplanetária, a partir de uma órbita de um corpo celeste, onde já não existe atrito atmosférico.

Teoria simples

            O funcionamento na teoria é simples, ainda que na prática isso exija um grande desenvolvimento tecnológico. O primeiro passo é dispor de 2,5 kW de
eletricidade - o dobro do consumo de uma máquina de lavar roupa - gerados por células solares.

            Esta eletricidade é usada para gerar um campo magnético na câmara do motor e para bombardear o xenônio. Cada átomo "atacado" perde um elétron e se
transforma em íon que, por repulsão elétrica, é expulso em alta velocidade pelo escapamento. A velocidade de saída é muito superior à dos gases de combustão de um motor químico.

            Em uma segunda etapa, uma usina nuclear em minuatura a bordo do veículo -algo já utilizado na sonda americana Cassini, que atualmente orbita Saturno, ainda que tenha sido para alimentar instrumentos - permitirá fornecer a eletricidade necessária para o motor de plasma em missões em direção à última fronteira, onde ninguém jamais esteve.

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