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- Inteligência Política -
16 / janeiro / 2005

I N T E L I G Ê N C I A      P O L Í T I C A
A (DES) QUALIFICAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS
O exemplo do "Velho Continente"
Por NunoVarajão Barbosa (*)


            “Tenho 52 anos, trabalho desde os 12 anos, nesta idade já não vou aprender mais nada relativamente às vendas e estou aqui porque o meu patrão me pediu” – foi a resposta que me foi dada após ter questionado um formando sobre o motivo da sua presença no treinamento sobre Técnicas de Vendas.

            Face a este tipo de mentalidade e o reduzido investimento pessoal e empresarial no treinamento dos recursos humanos, os mercados de trabalho português e brasileiro não se livram da desqualificação do elemento humano.

            Para o empregado, depois do seu horário de trabalho é preferível estar num bar a falar com os amigos ou em casa a ver o seu programa preferido na TV, do que frequentar um curso que lhe proporcione a melhoria das suas competências profissionais. Como se constata no exemplo acima, também há pessoas que pensam que a experiência adquirida no dia-a-dia é suficiente. 

            Para o empregador, o empregado não pode frequentar o curso no horário de trabalho e pagar-lhe o respectivo curso representa um custo e não um investimento que poderá ter retorno após aplicação dos conhecimentos adquiridos no treinamento.

            A desqualificação dos recursos humanos é admitida pelos empregadores, pois se tal não acontecesse, não publicavam anúncios com ofertas de emprego referindo que pretendem candidatos com conhecimentos de informática. Será que os empregadores do séc. XXI não se lembram que não saber lidar com o computador é sinónimo de analfabetismo?

            Quando uma empresa pretende recrutar pessoas com experiência anterior, uma das razões é o pouco interesse dos empregadores na formação dos seus empregados e/ou dos jovens à procura do primeiro emprego.

            A falta de visão estratégica relativamente à rentabilização dos recursos humanos é uma das causas para a existência de níveis de produtividade relativamente baixos.

            No caso português, a existência de condições proporcionadas pelo Estado para a realização do treinamento, tem como resposta uma reduzida procura das pessoas para a frequência dos cursos, principalmente dos activos.

            Além de haver formação profissional co-financiada pela União Europeia à cerca de vinte anos, ou seja sem custos para o trabalhador que deseje frequentar um curso promovido por centenas de empresas privadas de Formação Profissional, o novo Código do Trabalho em Portugal obriga a que a entidade patronal proporcione aos seus colaboradores 20 horas de treinamento anual.

            Essas contribuições são importantes para os empresários e os empregados ficarem sensibilizados para a importância do treinamento como um instrumento essencial para a melhoria do desempenho individual e da produtividade da empresa. 

            A melhoria das competências dos recursos humanos portugueses, brasileiros ou de qualquer outro país só e possível com a presença das pessoas nos cursos de aperfeiçoamento, reciclagem e atualização de conhecimentos, mas quando o trabalhador não troca o lazer pela frequência de um treinamento, não pode melhorar a sua performance na sua atividade profissional.

            A maioria das pessoas só se lembram de recorrer ao treinamento, quando se encontram na situação de desempregados, pois nessa nova situação, constatam que enquanto pertencerem ao grupo dos desqualificados não conseguem nova colocação no mercado de trabalho, cada vez mais exigente e selectivo.

            A diferença entre ter sucesso ou não explica-se pelo tipo de atitude de cada pessoa face ao mercado de trabalho. Os mais atentos e os melhor preparados terão sempre mais probabilidades de serem bem sucedidos.


(*) Nuno Varajão Barbosa é português e colunista do Portal Brasil, assinando a coluna de Atendimento & Vendas ==>CLIQUE AQUI e confira


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