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- C O M P O R T A M E N T O -
16 de maio de 2006

“É na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais.”   
(Coelho Neto)   

LAÇOS DE TERNURA
Por Tom Coelho, colunista-titular do Portal Brasil (*)     

 


Convite para uma breve reflexão sobre o relacionamento entre pais e filhos.


            Eles já gritaram com você e te colocaram de castigo. E lhe proibiram telefonemas, som e computador.

 

           Também já brigaram com você para tomar banho, arrumar o quarto e fazer as tarefas escolares. Já lhe fizeram comer ervilhas, quiabo e jiló, quando você preferia batatas fritas, refrigerante e bolo de chocolate.

 

            Já desligaram a televisão no último capítulo do filme, o videogame quando o recorde estava para ser batido e fizeram você voltar da festa mais cedo, bem quando aquele beijo estava por acontecer...

 

            Eles também já opinaram sobre seu presente e seu futuro, questionando algumas de suas amizades, desdenhando de seus namoros e sugerindo opções de carreira para sua vida profissional.

 

            E por conta de tudo isso você já lhes respondeu em alto e bom tom de voz. Talvez até já os tenha ferido com xingamentos e gestos obscenos.

 

            Você já bateu com a porta na cara deles, já fez greve de fome e de silêncio, já prometeu fugir de casa, depois sair de casa e depois sair da vida deles.

 

            Já lhes disse não querer e não precisar de opinião, pois você sabe o que deseja e faz. Já os chamou de caretas, ultrapassados, antiquados, atrasados, fracos.

 

            E por inúmeras vezes proferiu a frase: “Vocês não me entendem mesmo!”.

 

            Daí um dia você desperta e percebe que bom sono e boa alimentação fizeram de você uma pessoa mais saudável. Que disciplina e estudo contribuíram com seu desenvolvimento. E que alguns de seus amigos não eram tão amigos assim...

 

            Descobre que idealismo demanda muito esforço e ação para se tornar realidade. E que a experiência é como uma lanterna que desfere um facho de luz que, vindo de trás, ilumina o caminho que se tem adiante.

 

            Neste dia, você descobre que amadureceu. E começa a entender que eles não eram caretas, mas comedidos; antiquados, mas experientes; fracos, mas precavidos.

 

            E começa a enxergar que eles já pegaram você no colo quando chorou. E que já lhe estenderam a mão para atravessar a rua para ir à escola – ou para subir as escadas após o porre de uma noite infeliz.

 

           Percebe que não lhe faltaram roupas para acalentar o frio, ervilhas e também batatas fritas para lhe saciar a fome, medicamentos para lhe proporcionar a cura, livros e cadernos para lhe promover o conhecimento. E carinho, afeto e afago para lhe nutrir de virtudes, moldar-lhe o caráter, ungir-lhe de compaixão.

 

            Talvez você se dê por conta disso tudo no dia em que for deixar de conviver sob o mesmo teto, seja em função de estudos, de uma oportunidade profissional ou simplesmente porque vai casar-se.

 

            Talvez você nunca se dê por conta disso tudo...

 

            Mas espero apenas que você possa refletir a este respeito. E que possa fazê-lo enquanto ainda houver tempo para ao menos agradecer a eles, pessoalmente. A eles, seus pais.

Tom Coelho
Matéria da 2ª quinzena de maio de 2006


(*) Tom Coelho, com graduação em Economia pela FEA/USP, Publicidade pela ESPM/SP e especialização em Marketing pela MMS/SP e em Qualidade de Vida no Trabalho pela FIA/USP, é empresário, consultor, escritor e palestrante, Diretor da Infinity Consulting, Diretor do Simb/Abrinq e Membro Executivo do NJE/Fiesp. Contatos através do e-mail [email protected]. Visite www.tomcoelho.com.br.


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