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- C O M P O R T A M E N T O -
01
de outubro de 2006

“Não me preocupo tanto com o que sou na opinião dos outros,     
quanto o que sou na minha própria opinião;     
gostaria de ser rico de mim mesmo e não por empréstimo.”
     
(Michel de Montaigne)    

AS 15 REGRAS DA COMPETÊNCIA, Parte III
Por Tom Coelho, colunista-titular do Portal Brasil 

11. Marketing Pessoal

            O Marketing Pessoal significa projetar uma imagem de marca em relação a você mesmo, tomando a si próprio como se fora um produto ou serviço. Para construir sua marca pessoal, siga os passos abaixo: 

a) Embalagem: O aspecto externo é o princípio de tudo. Você nunca terá uma segunda oportunidade de causar uma primeira boa impressão. Portanto, cuide de sua aparência, trajando-se adequadamente, evitando o uso excessivo de acessórios e cosméticos, aprendendo regras de etiqueta e melhorando seu vocabulário, tanto falado quanto escrito. Manter seu carro limpo e sua maleta executiva organizada também compõem esta regra.

b) Conteúdo: Embora o design seja determinante, se o que estiver por dentro não respaldar a expectativa criada, você seguramente deixará de se estabelecer. Por isso, cuide de sua formação acadêmica. Aprenda a redigir um currículo personalizado, objetivo e atualizado. Seja uma pessoa de atitude, autêntica e abuse da transparência e da ética. É o melhor caminho para conquistar a confiança e simpatia das pessoas.

c) Visibilidade: Não adianta fazer a melhor coisa do mundo se ninguém tomar conhecimento. É preciso comunicar e repercutir. Por isso, tenha sempre seu cartão de visitas à mão, mesmo que você esteja desempregado. Crie uma website pessoal e aprenda a utilizar o e-mail. E participe de eventos para ver e ser visto.

d) Ênfase: Uma marca, para ser lembrada, precisa ser repetida. Priorize nomes que facilitem a memorização e a identidade visual.

e) Divulgação: Você deve virar notícia – evidentemente não das páginas policiais. Neste momento, a publicação de artigos e participação em eventos são instrumentos certeiros. Coloque a palavra networking em seu vocabulário e em sua agenda.

f) Diferenciação: Seguindo todos os passos anteriores você ainda correrá um risco: o de ser notado como somente mais um player, mais uma marca dentre tantas disponíveis no mercado. Por isso, você precisa se diferenciar. Desenvolver um estilo próprio, fazer as coisas de forma diferente e, assim, tornar-se único, exclusivo, admirado e presente no coração e na mente das pessoas.

12. Persuasão e Rede de Contatos

“Você é quem você conhece, não o que você faz.”
(Azalba)

            Pesquisa recente realizada pelo Grupo Catho junto a 17.801 profissionais indicou que 56% dos cargos operacionais e 43% dos cargos de gerência foram preenchidos com base no QI do candidato. Mas não estamos falando do famigerado “quociente de inteligência” e sim do “quem indicou”. Networking, relacionamento, estas são as palavras de ordem.

            Muitos profissionais demonstram insatisfação com a empresa em que trabalham. As queixas vão da falta de reconhecimento e ausência de desafios à baixa remuneração e inexistência de plano de carreira, passando inexoravelmente por problemas de relacionamento interpessoal, seja junto à direção, seja com os próprios colegas.

            Estes profissionais vislumbram como única solução pedir demissão e buscar novos horizontes, como se o ambiente fosse a origem de todos os males, acreditando que em outra corporação os mesmos dissabores não acontecerão.

            Responda francamente: o problema está na empresa, nos outros ou em você?

            Diante dos fatos, alguns cuidados devem ser tomados para que uma proposta pretensamente interessante não se apresente como uma armadilha:

a) Cheque a oportunidade de trabalho. Verifique se a mesma é concreta e, mais ainda, permanente. Pode tratar-se de uma posição temporária e que não lhe garantirá estabilidade.

b) Pesquise a empresa. A internet é fonte inesgotável de informações. Acesse o site da empresa e os buscadores para obter mais informações sobre o perfil da companhia e sua posição relativa no mercado. Dê especial atenção aos valores declarados pela organização a fim de observar se estão alinhados com seus valores pessoais.

c) Dissocie relações afetivas e profissionais. Se a indicação dada foi positiva, ótimo. E fim da história! Seja grato, mas seja independente.

d) Prefira o pouco certo ao muito duvidoso. A menos que você disponha de uma boa herança ou alguém que lhe sustente, abdicar de uma remuneração trar-lhe-á mais preocupação, angústia e ansiedade. Peça demissão somente após ter firmado sua recolocação.

e) Caia fora na hora certa. Isso não é um jogo de pôquer, mas é um jogo. Se a proposta de trabalho não corresponder às promessas feitas ou não atender aos seus anseios, prepare sua saída o quanto antes evitando prolongar sua insatisfação.

            Recorde-se sempre de que na Era da Integração, num mundo sem fronteiras e regido pela conectividade, não são dados ou informações, máquinas e tecnologia, que fazem a diferença. São pessoas. E mais do que isso, relacionamentos.

13. Liderança 

“Um líder é alguém com a habilidade de levar outras pessoas
a fazerem o que elas não querem e, ainda, gostarem disso.”

(Harry Truman)

            Todos nós temos características inatas e outras que podem ser desenvolvidas. O mesmo dá-se com a liderança. Algumas pessoas nascem com este perfil e podem exercê-lo, desenvolvê-lo ou até negligenciá-lo, de acordo com os estímulos que recebe. Mas a liderança pode ser ensinada, porque é uma técnica e uma arte. Liderança é o processo de influenciar pessoas para obtenção de resultados em benefício de uma coletividade.

            A liderança tem evoluído muito ao longo da história da humanidade. Evoluímos do que poderíamos chamar de "Era Física", na qual os líderes eram intrépidos, fortes e tinham como objetivo conduzir seus seguidores, para a "Era Geopolítica", onde os líderes adotaram postura autoritária legitimada na defesa de suas ideologias e fronteiras geográficas. Hoje vivemos na "Era da Interdependência", comandada por um novo tipo de líder com competências para identificar e capitalizar aspectos comuns capazes de unir as pessoas. O que importa hoje não é a pessoa, mas a causa.

            Estudo realizado em novembro de 2002, pela Fundação Dom Cabral, indicou que o mercado procura líderes orientados para o resultado, com capacidade para trabalhar em equipe, dotados de pensamento sistêmico - visão do todo, comunicabilidade, bons negociadores e com perfil empreendedor. Mas o mesmo estudo aponta que o perfil encontrado corresponde a profissionais orientados, sim, para o resultado, mas que valorizam garra, ambição e capacidade de por a "mão na massa". Isso demonstra claramente que o mercado e os executivos têm os mesmos objetivos, mas não compactuam dos mesmos meios para atingi-los. Os profissionais adotam um discurso de trabalho em equipe, mas permanecem individualistas em seu âmago.

            Um líder é alguém capaz de conduzir um grupo com igual empenho e entusiasmo pelo mesmo objetivo. Alguém capaz de vislumbrar e desenvolver qualidades extraordinárias em pessoas comuns, alocando-as nas funções certas - aquelas em que podem exercer seus talentos. Enfim, é alguém capaz de inspirar as pessoas.  

            Compartilhar o poder, a informação, o compromisso e o resultado. Assim age o bom líder, aquele consciente de que sempre tem algo a aprender e, por isso, cultiva a humildade. Ele mantém sua equipe informada, planeja estrategicamente e define táticas em conjunto. Comemora o sucesso e debate o fracasso. O limite é a tênue fronteira na qual o diálogo propositivo passa a ser visto como abertura para permissividade.

            Boas equipes com uma liderança fraca ou se desintegram ou têm a liderança substituída. Já um bom líder é capaz de transformar discórdia em união, apatia em entusiasmo, prejuízo em lucro, ressentimento em sorriso. Mas não existem líderes solitários. Se o líder está só, na verdade não está liderando ninguém.

14. Independência e Autoconfiança

 “A confiança em si mesmo é o primeiro segredo do sucesso.”
(Ralph Waldo Emerson)

            Procure expressar confiança na própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio mesmo diante de grandes adversidades. Pratique a resiliência, ou seja, a habilidade de se superar em vez de resignar-se.

            Cultive também sua independência, mantendo se ponto de vista face à oposição de outrem ou de resultados em princípio desanimadores. Busque autonomia em suas decisões.

            Mas lembre-se: independente, sempre; isolado, nunca!

15. Paixão 

“Pessoas que vivem impulsionadas pela paixão são recompensadas
pela satisfação de saber qual é o seu lugar no mundo.”

(Po Bronson)

            Ainda que você reúna todas as quatorze competências apresentadas anteriormente, você não estará preparado se não colocar emoção em seu trabalho. Fazer o que gosta e, ainda mais importante, gostar do que faz. Se colocar o dinheiro em primeiro plano poderá até se tornar rico materialmente, mas se sentirá miserável espiritualmente. E entregando-se com prazer à sua vocação poderá ser bem sucedido e também cultivar a felicidade. Com brilho nos olhos e um largo sorriso.

            Como exercício final, responda para si:

1. Você se sente importante dentro de sua corporação?

2. Seu trabalho é reconhecido como significativo dentro da empresa?

3. Você gosta das pessoas com quem trabalha e elas de você?

4. Trabalhar é prazeroso e divertido?

5. Suas sete vidas (saúde e esporte, família e afetividade, carreira e vocação, cultura e lazer, sociedade e comunidade, bens e possessões, mente e espírito) estão em equilíbrio?

            Tenha em conta que mais importante do que estar à altura do que você deseja é esperar-se na medida exata do que você precisa.

Tom Coelho
Matéria da 1ª quinzena de outubro de 2006

MATÉRIA AUTORIZADA EXPRESSAMENTE PELO SEU AUTOR
OS DIREITOS AUTORAIS DESSE TEXTO ESTÃO RESERVADOS AO SEU AUTOR


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