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- C O M P O R T A M E N T O -
16 de setembro de 2006

Tornar simples o complicado é fácil.    
Tornar o complicado simples, isto é criatividade.
    

(Charles Mingus)    

AS 15 REGRAS DA COMPETÊNCIA, Parte II
Por Tom Coelho, colunista-titular do Portal Brasil 

6. Criatividade

            Criatividade é o ato de dar existência a algo novo, único e original. Mais ainda, podemos considerá-la como uma técnica para a resolução de problemas.

            Há duas formas básicas de manifestação da criatividade. A primeira delas é a invenção ou inovação, que se caracteriza pela associação de dois ou mais fatores aparentemente díspares que leva a um terceiro fator que tem parte dos anteriores, mas que, em relação a eles, é novo.

            A segunda forma é a descoberta, que ocorre quando se percebe algo já existente e se verbaliza esta constatação, seja através de uma definição, uma equação ou fórmula matemática.

            A criatividade é uma competência muito valorizada no mundo corporativo porque consiste no melhor instrumento para a quebra de paradigmas. Algumas pessoas têm uma capacidade nata de criar, mas é possível aprender o processo criativo.

            Para criar, você deve antes de tudo identificar e definir com clareza o problema que se lhe apresenta. O maior erro das organizações reside em fazer as perguntas erradas.

            Após esta fase, você deve coletar o máximo de informações possíveis, seja no ambiente interno, no seio de se sua empresa, seja no externo, no mercado. Na verdade, a maioria das respostas encontra-se da porta para fora de sua corporação, e não o inverso.

            Reunidas as informações, passamos a um estágio que denominamos incubação. Trata-se de um momento peculiar no qual você deve procurar abstrair-se do problema, exercendo outras atividades, permitindo que a mente opere com liberdade, associando idéias, permitindo a conjunção da racionalidade das informações, da subjetividade da imaginação e da experiência da memória.

            Você saberá quando a fase da incubação estiver concluída quando lhe ocorrer o insight. Estamos falando daquela sensação de iluminação, uma percepção súbita de uma solução. O insight é a resposta que precede a própria pergunta.

            A partir deste ponto, basta elaborar a ação e verificar sua exeqüibilidade.

            Lembre-se de que o mais importante é você se conscientizar de que existe um criador dentro de você. Por isso, evite os bloqueios mentais que lhe são impostos por terceiros, segundo os quais há sempre uma resposta certa, você deve buscar ser lógico, prático e evitar erros, brincadeiras e ambigüidades.

7. Conhecimento e Curiosidade

 “Para alcançar o conhecimento, acrescente coisas todos os dias.
Para alcançar a sabedoria, remova coisas todos os dias.”

(Lao Tse)

            O mundo produz anualmente o mesmo volume de informações que a humanidade levou 40 mil anos para acumular. Todos os dias, quantos jornais podemos ler? Quantas revistas podemos consultar? Quantas e-zines podemos receber? Quantos canais de TV podemos assistir? Qual o custo de acessar informação nesta magnitude, muita dela em duplicidade? E qual sua aplicação prática?

            Estamos próximos de uma situação limite. Um bombardeio frenético de informações diante do qual agimos como buracos-negros, absorvendo tudo, mas assimilando pouco. Uma overdose que gera conhecimento superficial e sabedoria reduzida.

            O segredo está em buscar informações, a matéria-prima para a tomada consistente de decisões, mas sabendo processá-la em forma de conhecimento. E fazê-lo pessoalmente, ora pesquisando o mercado, observando as novidades e os fatores de atração ao consumidor; ora avaliando os concorrentes, suas estratégias comerciais, suas políticas de atendimento.

            Colocar a curiosidade a serviço dos negócios significa olhar não apenas para a árvore, mas para a floresta. Estender o olhar para o horizonte e cultivar a visão de longo prazo. Estudar, analisar, investigar. E adotar a humildade para se consultar outras pessoas e especialistas obtendo informações fidedignas e qualificadas.

8. Estabelecimento de Metas

 “A fórmula da minha felicidade:
um sim, um não, uma linha reta, um objetivo.”

(Friedrich Nietzsche)

            Temos o hábito de confundir desejos com metas. Desejo é uma expectativa consciente ou inconsciente de possuir ou alcançar algo. Mora no plano subjetivo, no mundo das aspirações e pode jamais se concretizar. Um exemplo muito comum de desejo ocorre quando dizemos: “Quero comprar uma casa”.

            Já uma meta é revestida pela objetividade. Deve ser redigida e apresentar cinco características fundamentais. São elas:

a) Especificidade. Uma meta deve ser amplamente definida. Comprar uma casa com 125 metros quadrados de área total, com três dormitórios e duas vagas para garagem é uma meta. E quanto maior seu detalhamento, mais palpável ela se torna. Assim, o ideal é que se defina cores e padrões de acabamento do imóvel projetado, entre outros aspectos.

b) Mensurabilidade. Sua meta deve ser quantificável. A casa definida em nosso exemplo demandará que valor de investimento financeiro?

c) Exeqüibilidade. A meta tem que ser alcançável, possível, viável. Assim, quanto você dispõe de recursos hoje e quanto deverá poupar a fim de adquirir o imóvel planejado?

d) Relevância. A meta tem que ser importante, significativa, desafiadora. É evidente que uma casa atende a estes requisitos, pois confere segurança e estabilidade para quem a adquire. Mas imagine metas corporativas como a elevação da participação relativa no mercado. De nada adianta propor metas pouco ousadas que não estimulem e desafiem os membros da equipe?

e) Temporalidade. A característica derradeira e mais negligenciada na redação de uma meta. É imprescindível determinar prazos para início e conclusão de uma meta.

            Por isso, estabeleça e mantenha o foco. Várias flechas não garantem o acerto do alvo e vários alvos confundem o arqueiro. Esteja preparado para os tombos – um obstáculo é apenas uma das etapas do seu plano. Use a vaidade e o dinheiro como bons estímulos, mas jamais como objetivos. Redija suas metas de forma nítida, cuidando para que elas sejam específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais. Dê-lhes todo seu esforço e imaginação.

            E, finalmente, lembrando Richard Carlson, “pense no que você tem, em vez do que gostaria de ter. A felicidade não pode ser atingida quando estamos o tempo todo desejando novas metas. Quando você focaliza não o que se deseja, mas o que tem, termina obtendo mais do que gostaria”.

9. Planejamento e Monitoramento

 “Pessoas que falham em planejar estão planejando falhar.”
(George Hewell)

            Papel, lápis e borracha. São estes os instrumentos que compõem o arsenal do planejador. Metas definidas devem compor um plano de ação. Tarefas de curto prazo precisam ser priorizadas. Tarefas de grande porte necessitam ser subdivididas em mini-tarefas.

            Nesta fase, o tempo pode mostrar-se como fator crítico. É o momento no qual se decide delegar tarefas. O cuidado a se tomar é monitorar continuadamente a trajetória do delegado. Estar próximo, mostrar-se solícito a todo instante. 

            Os planos devem ser periodicamente revisados, à luz dos resultados obtidos e das mudanças circunstanciais a que estão sujeitos. Ou você corrige a rota, ou você muda a rota.

10. Administração do Tempo

 “Enquanto você não se der valor, não valorizará seu tempo.
Enquanto não der valor ao tempo, não fará nada de importante.”

(M. Scott Peck)

            O tempo é o mais democrático dos recursos. Pouco importa sua idade, escolaridade ou condição sócio-econômica. Todos temos 24 horas diárias e a forma como as utilizamos justifica nossos resultados e nos diferencia.

            Temos a sensação constante de que o tempo acelerou. Os dias parecem mais breves. Quando se vê, mais um mês se passou. E diante da rotina, das atividades meramente operacionais a que nos entregamos, a angústia e a frustração podem nos visitar.

            Por isso, é fundamental tomar consciência de que administrar o tempo é administrar a própria vida.

            Diante disso, proponho que você redija sua Constituição Pessoal. Primeiro, identifique os valores que governam sua vida. Em seguida, coloque-os em ordem de prioridade, fazendo escolhas. Depois, escreva um pequeno parágrafo para cada um destes valores. É o momento de unir razão e emoção, cabeça e coração. Por fim, leia esta sua pequena lista com freqüência e tome suas decisões com base nela.

            Peter Drucker, em seu último livro, The Effective Executive in Action, sentencia que gerenciar o tempo é a base da eficácia. E o guru desafia você a responder algumas questões:

a) O que eu estou fazendo que não precisa ser feito?

b) O que eu estou fazendo que poderia ser feito por outra pessoa?

c) O que eu estou fazendo que só eu posso fazer?

d) O que eu deveria fazer que não estou fazendo?

            Responder a estas questões, com olhos atentos em sua Constituição Pessoal, certamente lhe sinalizará a necessidade de delegar atividades, de retomar o foco em suas metas pessoais ou de corrigir rotas.

            Um dos instrumentos mais difundidos em termos de gestão do tempo é a chamada matriz desenvolvida por Covey que divide as tarefas a partir de sua urgência e importância.

            O primeiro quadrante reúne atividades urgentes e importantes. Trata-se de reuniões, atividades com prazos definidos e eventuais crises. Estas tarefas devem ser feitas de imediato e da melhor forma possível.

            O segundo quadrante engloba as atividades importantes, porém não urgentes. São tarefas que demandam planejamento, envolvem aprendizado e criatividade e que podem trazer consigo grandes oportunidades. Todavia, quando procrastinadas, são promovidas ao quadrante anterior, exigindo urgência em seu tratamento.

            No terceiro quadrante residem as atividades que correspondem aos maiores desperdiçadores de tempo. São as tarefas urgentes, mas não importantes, como telefonemas, correspondências, relatórios e até interrupções. Livre-se delas rapidamente, pois não contribuem com suas metas.

            Por fim, o último quadrante da matriz de gerenciamento do tempo contém atividades que não são importantes e também não são urgentes. Trata-se de trabalho irrelevante, telefonemas inúteis, situações alienantes, apego a detalhes. Enfim, pura perda de tempo. Aqui nada se produz.

E então, como você tem distribuído suas tarefas?

(termina na próxima quinzena...)

Tom Coelho
Matéria da 2ª quinzena de setembro de 2006

MATÉRIA AUTORIZADA EXPRESSAMENTE PELO SEU AUTOR
OS DIREITOS AUTORAIS DESSE TEXTO ESTÃO RESERVADOS AO SEU AUTOR


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