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- I N T E L I G Ê N C I A      P O L Í T I C A -
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SENADO APROVA A FIGURA DO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL
Aprovação do PL beneficiará dez milhões de trabalhadores informais

Por Fernando Toscano (*)

            Com a unanimidade de 49 votos, o Plenário do Senado aprovou, com emendas, o projeto de lei da Câmara que institui a figura do microempreendedor individual (MEI), o que poderá favorecer pessoas que atualmente trabalham no mercado informal (sem carteira assinada ou outro registro de trabalho), com rendimento anual de até R$ 36 mil. A proposta (PLC 128/08 - Complementar), que teve como relator o senador Adelmir Santana (DEM-DF), retorna para análise da Câmara.

            De autoria do deputado federal Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), o projeto PLP 02/07 - Complementar, na Casa de origem) altera dispositivos da Lei Complementar 123/06, que institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; da Lei 8.212/91, que dispõe sobre a organização da Seguridade Social; e da Lei 8.213/91, que dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social.

            O projeto considera microempreendedor individual (MEI) o empresário individual que tenha auferido receita bruta, no ano calendário anterior, de até R$ 36 mil, e seja optante do Simples Nacional. Esse empresário poderá optar pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, independentemente da receita bruta auferida por mês.

            Também estabelece que esses empreendedores devem fazer a comprovação da receita bruta mediante apresentação do registro de vendas ou de prestação de serviços, ficando dispensados da emissão do documento fiscal. Eles também terão direito à aposentadoria pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pagando 11% sobre o valor do salário mínimo, o equivalente a R$ 45,65 por mês, e poderão ter um único empregado que receba um salário mínimo (R$ 415).

            Em audiência no último dia 25, o ministro da Previdência Social, José Pimentel, defendeu a aprovação da matéria junto ao presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho. Segundo ele, o projeto deverá beneficiar cerca de 10 milhões de pessoas no país que atualmente vivem na informalidade, tais como ambulantes, costureiras, pipoqueiros, donos de bares, artesãos e manicures, entre outras ocupações.

            Para Pimentel, a formalização será boa para esses trabalhadores, que passarão a usufruir imediatamente dos benefícios previdenciários, e também para a Previdência Social, que aumentará sua arrecadação. Técnicos do setor avaliam que, em um primeiro momento, a medida deverá contribuir para a formalização de, pelo menos, 30% desses negócios, provocando grandes mudanças no mercado informal.

            A proposição permite ainda o direito ao crédito correspondente ao ICMS para empresas não-optantes do Simples Nacional. Esse crédito deverá ser concedido no ato da obtenção de produtos fornecidos por empresas de pequeno porte que fazem parte do Supersimples, com a obrigatoriedade de as mercadorias obtidas serem destinadas à comercialização ou industrialização.

            Outra medida prevista no projeto é a permissão para microempresas e empresas de pequeno porte optantes do Simples Nacional realizarem negócios de compra e venda de bens para os mercados nacional e internacional, por meio de sociedade de propósito específico nos termos e condições estabelecidos pelo Executivo federal.

            Ao alterar a Lei Complementar 123/06, o projeto aumenta o número de participantes do Comitê Gestor do Simples Nacional, vinculado ao Ministério da Fazenda, que passa a ser composto por quatro representantes da Secretaria da Receita Federal do Brasil, dois representantes dos estados e do Distrito Federal e dois dos municípios. Esse comitê é responsável pelos assuntos tributários dessa legislação.

Discussão

            No início da discussão da proposta, Adelmir Santana destacou o apoio recebido pelo projeto de todas as lideranças partidárias e a participação da Secretaria da Receita Federal do Brasil. "O projeto significará uma revolução na inclusão social daqueles microempresários que hoje se encontram na informalidade. O projeto é consenso de todos nós e beneficiará todo o país", afirmou.

            Já o senador José Agripino (DEM-RN) disse que a proposta talvez represente o maior projeto de inclusão sustentável do país, sem a previsão de nenhuma ação paternalista, mas abrindo a oportunidade para a consolidação dos negócios dos microempreendedores. "Só em São Paulo, serão três milhões de beneficiários".

            Para a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), o projeto representa o complemento de uma futura reforma tributária a ser adotada pelo país. "Ganham o micro e o pequeno empresário, que agora vai ser reconhecido, a Previdência, a redução da carga tributaria e a inclusão social". A senadora explicou ainda que resolveu retirar emenda que havia apresentado à proposta, transformando o seu conteúdo em um novo projeto de lei (PLS 467/08) que acrescenta outras atividades de prestação de serviços às já passíveis de opção pelo Simples Nacional. A proposição de Ideli será encaminhada à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), presidida pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP).
FONTE: AGÊNCIA SENADO

CURTAS:

1. O Senado aprovou em decisão terminativa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma quarentena nas rodovias para os motoristas novatos. De acordo com o projeto do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), os motoristas com menos de 1 ano de habilitação deverão ficar proibidos de dirigir nas estradas. Atualmente, a legislação estabelece esse prazo para que se entregue a Carteira Nacional de Habitação (CNH) - desde que os novatos não tenham cometido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima no período ou que não sejam reincidentes em infração de grau médio.

            Relator do projeto na comissão, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) divulgou estatísticas do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) que associam acidentes nas estradas com os permissionados - motoristas com menos de um ano de habilitação. Segundo o Denatran, o porcentual de permissionados envolvidos em acidentes com vítimas nas rodovias federais é bem maior do que o de habilitandos, chegando a uma proporção de cinco para um. "Se considerarmos todos os acidentes com vítimas, essa proporção cresce de sete para um", informa o parecer do relator.

            Como a decisão na CCJ foi terminativa, o texto não precisa ser votado no plenário, a não ser que pelo menos nove senadores recorram da decisão. Já a sua votação na Câmara dos Deputados só deverá ocorrer no próximo ano, uma vez que em menos de três semanas começa o recesso parlamentar. A proposta exclui da proibição os trechos urbanos das rodovias e das estradas. No seu parecer, Suplicy faz referência aos moradores de áreas rurais, "que praticamente não poderiam dirigir durante o ano do estágio probatório, uma vez que as rodovias e estradas são, por definição, vias rurais".

2.  Está parado, desde abril de 2007, na Comissão de Trabalho, Administração e Serviços Públicos (CTASP), o Projeto de Lei 512/2007, de autoria dos deputados Daniel Almeida (PCdoB/BA) e Chico Lopes (PCdoB/CE). O relator é o deputado Roberto Santiago (PV/SP). Em conversa com um de seus assessores fui informado que o deputado irá dar parecer favorável ao PL e será levado para votação na comissão, na 4ª feira, dia 10.12. Se aprovado seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça e depois para a Comissão de Tributação e Finanças. Aprovado na Câmara seguirá para o Senado. O PL trata da readmissão e restituição de direitos dos PDVistas do Banco do Brasil.

            Apesar da grande expectativa dos PDVistas eu entendo ser impossível a viabilidade desse PL. Como pode ser posta em prática uma lei que restaura direitos trabalhistas quando é previsto na Constituição Federal que os direitos trabalhistas prescrevem em dois anos? E não são só demitidos do Banco do Brasil. Há de diversas outras estatais e empresas que foram privatizadas. É um projeto polêmico e serve apenas para se aproveitar da boa-fé dos eleitores já que, se aprovado, será motivo de tumulto nos tribunais com centenas de Ações Diretas de Inconstitucionalidade e vai prevalecer, com certeza, nossa Carta Magna. Enquanto isso, nossos aposentados e demitidos sonham. Fico triste com isso... perguntando no gabinete do relator sobre essa questão ainda ouvi: "Aqui nessa casa tudo pode. Depois isso será problema do judiciário...". É mesmo uma pena!

3. O ex-ministro de Minas e Energia Nelson Hubner criticou a falta de planejamento de longo prazo no setor elétrico brasileiro e afirmou que o País precisa se preparar para atender ao crescimento da demanda por energia. "Hoje, o mundo inveja a matriz energética brasileira. O ideal seria que o setor pudesse ser totalmente baseado em energia renovável", disse.

4. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou ontem que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) será mantido e reforçado, apesar das turbulências na economia mundial. Ela disse que os recursos previstos no orçamento do PAC terão aumento de 26%, para R$ 636,3 bilhões, que serão aplicados até 2010. Segundo a ministra, os maiores aportes serão feitos nos setores de petróleo, gás, ferrovias e eletricidade. De acordo com Dilma, boa parte dos investimentos previstos para o segmento de petróleo será focada na área do pré-sal. "O Brasil passará a ser exportador de petróleo (com o pré-sal). A economia mundial voltará a crescer e precisaremos da riqueza real, que é o petróleo", comentou.

            Dilma voltou a afirmar que os investimentos no PAC são prioridade para enfrentar a crise financeira. "A situação não é de corte de investimentos, e sim de custeio", justificou.


(*) Fernando Toscano
é editor-chefe do Portal Brasil. Seu currículo.

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