Depois de sete meses do
anúncio da compra da Brasil
Telecom (BrT) pela Oi, o governo
legalizou o negócio, com a
assinatura do decreto
presidencial instituindo o novo
Plano Geral de Outorgas (PGO) da
telefonia fixa. A publicação das
novas regras, prevista para
o dia 21
próximo, permite que as
duas empresas iniciem a segunda
etapa para a conclusão da
compra, dando entrada na Agência
Nacional de Telecomunicações
(Anatel) com o pedido de
aprovação do negócio.
"O PGO é o primeiro
passo para modernizar o setor de
telecomunicações", disse o
ministro das Comunicações, Hélio
Costa, ao anunciar a assinatura
do decreto pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. O Palácio
do Planalto manteve o texto
sugerido pela Anatel, liberando
fusões entre duas
concessionárias. O novo PGO
também permite que o mesmo grupo
empresarial tenha duas
concessionárias fixas, como é o
caso da Oi e a BrT.
O texto inclui, porém,
algumas pequenas modificações do
ministério, como um dispositivo
determinando que em qualquer
fusão deva ser observado "o
princípio de maior benefício do
usuário e do interesse social e
econômico do País".
Segundo Costa, esse
dispositivo tem o objetivo de
proteger o consumidor e, com
ele, as operadoras se
comprometem a apresentar
propostas que atendam a
programas sociais do setor de
telecomunicações. "O que nós
procuramos foi deixar claro que
o consumidor tem de ser lembrado
como o mais importante objeto a
ser beneficiado num momento de
uma fusão como essa",
afirmou.
POLÊMICA
Mas, mal saíram do forno,
as novas regras já estão
provocando polêmica. O deputado
Arnaldo Jardim (PPS-SP) disse
ontem que vai apresentar um
projeto de decreto legislativo
para sustar o novo PGO. Ele
ameaçou também recorrer ao
Supremo Tribunal Federal (STF)
para impedir a conclusão da
compra da BrT. "É evidente
que essa alteração foi
casuística. É um arranjo para
beneficiar exclusivamente um
interesse empresarial",
afirmou. Na
verdade o deputado está coberto
de razão. É muita cara de pau
do nosso presidente autorizar
uma compra dessa magnitude
envolvendo empresa que investiu
na do seu filho! No mínimo
falta de escrúpulos... ô PT
difícil!!! Ainda bem que as
eleições estão se aproximando e
o PT não se manterá no governo.
O ministro Hélio Costa
disse que a Anatel, para aprovar
a compra, deve exigir
contrapartidas das empresas,
como o cumprimento de obrigações
que transfiram para os clientes
os ganhos com o negócio. Mas não
deu detalhes do que poderia ser
exigido.
Costa acredita que a
união das duas empresas trará
mais competição ao mercado e,
conseqüentemente, redução de
preços das tarifas. Segundo o
ministro, não haverá
concentração de mercado com a
fusão entre Oi e BrT, mesmo
quando a nova Oi estiver atuando
em praticamente todo o Brasil,
com exceção de São Paulo,
Triângulo Mineiro e a região de
Londrina, no Paraná.
Na opinião do ministro, "há
tempo suficiente" para que a
Anatel decida sobre o negócio
até 21 de dezembro, data fixada
pela Oi para concluir a compra,
sob pena de ter de pagar à
Brasil Telecom uma multa de R$
490 milhões. Ou seja, para
evitar o pagamento dessa multa,
a Anatel teria de aprovar o
acordo em um mês ou menos.
Costa ponderou que a
agência já vem discutindo a
compra da BrT desde fevereiro,
quando começou a elaborar a
proposta de mudança de regras.
Ele negou, no entanto, que a
Anatel esteja trabalhando com um
cronograma estabelecido pelas
empresas. "Todos os
procedimentos estão se
encaminhando, sem pressões.
Estamos seguindo o cronograma do
governo", disse o ministro.
A aquisição, que criará
uma operadora com posição
dominante em todos Estados menos
São Paulo, tem sido criticada
por associações de defesa do
consumidor.
CURTAS:
1. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que o governo brasileiro chamou o embaixador do Brasil no Equador para consultas depois do governo equatoriano entrar com pedido junto à Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional para suspender o pagamento da dívida para financiamento da hidrelétrica São Francisco junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), construída no país pela empresa brasileira Norberto Odebrecht. "O governo recebeu com muita preocupação a decisão do Equador de suspender o pagamento da dívida ao BNDES", afirmou Amorim durante breve declaração no final da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, em São Paulo. Por isso "chamamos nosso embaixador no Equador para consultas, e todo mundo que conhece algo de diplomacia sabe o que isto significa", destacou.
2. Hillay Clinton vai assumir uma secretaria no novo governo norte-americano. Isso tem causado grande desgaste político e público para Barak Obama. Os Clinton são conhecidos por se considerarem acima, intelectualmente falando, dos demais políticos mundiais. Um estrelismo sem pé nem cabeça porque o governo Clinton foi apenas mediano.
3. A Petrobras anunciou nesta sexta-feira, 21, novas descobertas de petróleo em reservatórios do pré-sal do Espírito Santo, localizados abaixo dos campos de óleo pesado de Baleia Franca, Baleia Azul e Jubarte, com reservas estimadas entre 1,5 bilhão e 2 bilhões de barris de óleo equivalente (boe). O óleo leve encontrado na área denominada Parque das Baleias é de ótima qualidade (30 graus na classificação API). A estatal concluiu a perfuração de dois novos poços no litoral capixaba e comunicou à Agência Nacional de Petróleo (ANP), segundo fato relevante.
4. Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmaram a cassação do mandato do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB). Segundo o TSE, o governador é acusado de ter distribuído cheques aos cidadãos de seu Estado, por meio de um programa assistencial mantido pela Fundação Ação Comunitária (FAC), instituição vinculada ao governo do Estado, durante o período eleitoral de 2006. De acordo com os autos do processo, a fundação era a responsável pela distribuição de cheques para a população. Na decisão, segundo o tribunal, os ministros não aceitaram recurso apresentado pelo governador contra decisão do Tribunal Regional Eleitoral paraibano (TRE-PB) que cassou o seu mandato. Ainda cabe recurso.