Após a eliminatória dos 400 metros com barreira, a corredora Lucimar Teodoro não escondeu o desapontamento, mas manteve o bom humor. "Posso falar um palavrão? Não posso, né?", perguntou rindo. Mesmo diante da resposta positiva, ela preferiu não arriscar: "Vou dizer que hoje deu tudo errado. Tudo que nunca errei, errei hoje."

            Segundo a atleta, seu grande erro aconteceu na largada, quando saiu com o pé errado. "Eu faço 15 passadas até a sexta barreira. Saí errado. Tive que dar 16 (os corredores saltam sempre com a mesma perna). Se somar todas as passadas a mais, dá três metros."

            Lucimar explicou que a corrida com barreira é uma prova de precisão, de ritmo e acertos. Um erro no início é fatal. "Você não corrige mais no meio da prova. Tem que seguir errado até onde consegue ir. Só dá para arrumar um erro na reta (final)."

            A atleta, que salta com a perna direita, ressalta que a maioria das adversárias o faz com a esquerda. Segundo ela, é possível prever o tempo de uma corredora só de vê-la saltando. Apontando para a TV no caminho do vestiário, que transmitia ao vivo outra eliminatória, ela observa a líder da prova e acerta na mosca: "Olha aquela ali, vai fechar em 53 (segundos)."

            Apesar de manter o sorriso enquanto falava, a atleta garantiu que estava desapontada. "Se eu disser que estou feliz, estarei mentindo. Vim para bater o recorde sul-americano. Infelizmente aconteceu desse jeito."

            Ela, porém, ainda tem esperança quanto ao revezamento 4x4, que compete no dia 21. "Nós, no mundial, ficamos em 6º e somos as 13ªs do ranking. Acho que dá para pegar final", afirmou antes de se despedir. "Desculpa, tenho que ir agora. Cheguei em último e ainda vou para o doping", disse.