O FIM
"By Lela"

Coração sem dono, terra de ninguém,
vive em abandono, esperando quem?
Chegam, param, e se vão. Momentos vãos,
tolos amores de uma alegria e todas as dores.
Breves passageiros, solitários, loucos.
Não sabem se dar, lacônico amar.
Vagas, turbilhões, mar de amor revolto,
almas desalmadas, e este corpo roto,
trêmulo, perdido, assombrado,
que no caminho anseia algo que não vem.
Olhos cegos, toscos, esperando alguém.
Tantos sentimentos, e a beleza que se esvai,
e com ela a dor da alma e a multidão de momentos,
tantos ais.
E no lamento exangue verte lágrimas aflitas:
Guerreei e não me coube a vitória!
Abaixo do esplendoroso céu,
só me coube o véu que minha alucinação oculta.
Perdi minhas asas, o brilho e o meu querer. A luta!
O que me resta agora? O meu ser atordoado,
meu pranto derramado, desengano, desamparo.
Silêncio!
Cheguei ao porto final.