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I N T E L I G Ê N C I A      P O L Í T I C A
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POLÍTICA INTERNACIONAL
Míssil norte-coreano causa polêmica

Por Fernando Toscano (*)

            Após adiar a operação por um dia, a Coréia do Norte lançou um foguete de longo alcance que teoricamente estaria levando um satélite de comunicações à órbita da Terra, levando tensão à Ásia. 

            A ação norte-coreana foi confirmada por diversas fontes, como o governo da Coréia do Sul, agência local “Yonhap” e a rede de TV sul-coreana KBS. A informação foi confirmada em seguida pelo Departamento de Estado dos EUA, governo japonês e a agência de notícias japonesa Kyodo. A operação foi registrada pelos radares do sistema de defesa da  Rússia, instalados no Extremo Oriente.

            Embora a Coréia do Norte não tenha divulgado dados do lançamento, o míssil subiu por volta de 11h30 local (23h30 deste sábado no Brasil).

Provocação

            Minutos antes, o presidente da Coréia do Sul, Lee Myung-Bak, convocou seu Conselho de Segurança Nacional para analisar a situação e acompanhar o desfecho do lançamento. O porta-voz presidencial, Lee Dong-Kwan, afirmou que o país responderá "firmemente diante da provocação".  

            O governo japonês, que prometia abater qualquer míssil que atravessasse o país, disse que não tentou interceptar o foguete norte-coreano, mesmo depois de o equipamento sobrevoar seu território em direção ao Oceano Pacífico. O porta-voz do governo japonês, Takeo Kawamura, divulgou nota afirmando que o sobrevoo "foi sumamente lamentável".

            Os EUA também lamentaram a operação norte-coreana. O porta-voz do Departamento de Estado, Fred Lash, disse que a ação "é uma provocação". 

Tanques de combustível

            Segundo as agências internacionais de notícias, uma parte do míssil, supostamente um primeiro tanque de combustível, foi desconectada e caiu no Mar do Japão, a mais de 160 km da costa japonesa. O segundo estágio do voo previa que outro tanque ainda iria se desprender do equipamento, e cair no Pacífico, a cerca de 1.200 km do Japão.

Mesmo com fins pacíficos, foguete norte-coreano seria uma ameaça

            O lançamento de um foguete por uma nação potencialmente hostil, mesmo que para fins pacíficos, é sempre controverso. Isso porque esta é uma tecnologia de chamado uso dual - serve, na mesma forma, tanto para aplicações legítimas, como o lançamento de satélites, como para fins militares, como um ataque com bombas nucleares. Por isso toda a repercussão sobre o lançamento norte-coreano.

            Os países que detêm a tecnologia de foguetes têm por norma não repassar esse conhecimento, como parte da política de não-proliferação de armas atômicas. Afinal de contas, o meio preferencial para um ataque com bombas nucleares é o uso de foguetes, que podem em princípio levar as ogivas diretamente ao alvo, em qualquer lugar do planeta. E a mesma tecnologia que serve para guiar um satélite até a órbita também serve para apontar um foguete para qualquer país do mundo.

            Por isso até mesmo nações pacíficas, como o Brasil, acabam tendo de desenvolver seus foguetes de forma praticamente independente.  E, no caso de governos hostis, como a Coréia do Norte e o Irã (que recentemente também lançou um satélite ao espaço), a reação dos países ocidentais acaba sendo muito maior.

            Não surpreende, portanto, que os Estados Unidos se manifestem completamente contrários e peçam sanções aos norte-coreanos. O Japão e a Coréia do Sul - dois potenciais alvos para os foguetes do país vizinho - também se alinham da mesma forma.

            Já Rússia e China tendem a ser mais moderados. Não custa lembrar que, informalmente, os russos são os que menos se preocupam com a não-proliferação. Eles vendem peças e serviços de assessoria para países que querem desenvolver lançadores de satélite - como aconteceu no desenvolvimento da espaçonave chinesa tripulada e está acontecendo no aperfeiçoamento do VLS-1, veículo lançador brasileiro.

            Quanto à China, ela defende o acesso de outras nações a essas tecnologias como forma de legitimar sua própria ascensão a potência espacial, o que aconteceu principalmente ao longo da última década, com o lançamento dos primeiros astronautas chineses ao espaço e o teste de um foguete capaz de destruir satélites em órbita.

            Não por acaso, foram exatamente essas as posturas tomadas pelos países antes de entrarem na reunião do Conselho de Segurança da ONU.


Posição dos países

            O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou que o Conselho de Segurança deveria enviar uma mensagem enfática à Coréia do Norte por conta do que analistas acreditam que foi, de fato, o teste de um míssil desenvolvido para transportar uma ogiva a uma distância equivalente a até o Alasca.

            "Com esse ato de provocação, a Coréia do Norte ignorou as suas obrigações internacionais, rejeitou os pedidos por moderação e se isolou ainda mais da comunidade de nações", disse em comunicado Obama, num giro pela Europa.

            A Coréia do Sul classificou o lançamento do foguete como um ato "irresponsável." Segundo o Japão, foi "extremamente lamentável." A União Européia "condenou com o ênfase" a ação. A China e a Rússia pediram calma e moderação a todos os lados.

Ponderação

            A segurança mundial e seu equilíbrio é importante para a paz já que o ser humano é um ser psicopata de natureza. Precisa de ameaça para garantir a paz. Os Estados Unidos, por um lado, sempre reclama porque quer deter a hegemonia mundial; China e Rússia não reclamam por interesses econômicos já que eles vendem muito para países que desenvolvem seus produtos; a Europa reclama porque não vendeu, não tem a hegemonia e se sente insegura, mas, principalmente, Japão e Coréia do Sul têm preocupações verdadeiras já que são vizinhos desse país isolado.

            Mesmo considerando tudo isso penso que o direito é igual para todos, desde que fatores como religião, excessos e descontroles emocionais de seus dirigentes não coloquem em risco a população mundial. Uma coisa é certa: o homem está procurando defesa contra ele mesmo e isso poderá levar à extinção da raça humana na Terra.

(*) Fernando Toscano é o editor-chefe do Portal Brasil ==> Seu currículo

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