Quantos nomes perdidos nos cadernos, na memória,
nos cartões, nos convites,
nos versos das fotos, nos relatos da história...
quantos!
Nomes que fizeram derramar pranto,
fizeram sorrir tanto, assustaram,
foram embora para sempre,
ou ficaram como folha seca dentro de um livro,
como perfume na blusa fina,
tatuado no corpo de menina, moça, mulher.
Os nomes que adentraram a alma
marcaram, amaram,
foram odiados esqueceram, morreram.
Nomes, nomes, nomes.
As décadas da vida são tão poucas
e o jornal publicou uma notícia ocorrida ontem
e o ontem já tem 20 anos.
E as pessoas continuam iguais:
com o mesmo sorriso,
a mesma alegria,
a mesma vidinha,
as mesmas dores e odores
a mesma cor de vestido.
Só mudaram as nuances.
E os nomes já se foram
E nada mais são
que meras lembranças vagas
ou nada.
São fantasmas girando pelo salão
Com suas damas de longas vestes,
ou nos espreitam enquanto
buscamos outros nomes
no dia a dia para se tornarem
novamente sem importância
depois de os degustarmos em nossa
eterna sede e fome de tê-los
e depois serem jogados no mar do esquecimento,
no limbo, na dor eterna da alma.