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P E N S A M  E N T O S    &   C I A.
1 6  /  J U L H O  /  2 0 1 1

C O V A R D I A
"By Lela"

 

 “A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.” Drummond.

Existem várias definições para a palavra covardia, porém quero ater-me ao sentido da covardia como medo, indecisão, não ter atitude para fazer o que a vida pede em determinadas instâncias e ficar parado em uma encruzilhada sem forças para seguir o caminho que gostaria. Encruzilhada mesmo, não sair do lugar, não seguir adiante e tampouco voltar para onde estava; parar a própria vida e deixar que passem os anos, o cérebro em tempestade, o sofrimento como parte da vida a corroer as aspirações, os sonhos, os anseios e um medo muito grande de errar.

Ora, o que é a vida se não erros e acertos?  Por que alguém para no tempo por medo de ousar, de sair dos padrões que lhes foi ditado como regras de vida? Inevitavelmente as informações e formas de conduta que é despejada na história de uma pessoa se arraiga de tal forma que fugir aos paradigmas é uma couraça difícil de ser rompida. O modelo a ser seguido está diante de si: imenso, ameaçador e ao mesmo tempo confortável por não exigir de mudanças, o confronto com o novo, o desconhecido.

Shakespeare  dizia: “O covarde morre várias vezes antes de sua morte...” e é verdade, e quanta dor experimenta ao morrer, morrer e nunca morrer. Provar quase sempre da dor de não conseguir enfrentar a timidez, não atrever-se, não empreender o que está gritando dentro de si. Um sentimento terrível que lhe corrói as entranhas todos os instantes, o choro reprimido que não se mostra, mas que goteja por dentro como ácido na alma por não conseguir dar um passo à frente, ir adiante; uma crueldade cultivada para maltratar a si mesmo. Os dias, meses, anos se vão sem muito sentido como punição por não conseguir soltar os grilhões que o encarcera. Alguém aparentemente livre, mas atado ao medo, às circunstâncias, às situações que nem sempre são suas, mas que lhe cai como um peso a ser carregado, tantas vezes equivocadamente por achar ser um dever manter-se acovardado, preso ante certas condições, torna-se um escravo.

Admiro os ousados que de certa forma parecem egoístas, mas não são.  Eles exercem a liberdade, a livre escolha que lhes pertencem e não temem o preço que por vezes são obrigados a pagar. Surpreendentes por viverem sem fantasmas, sem dedos em riste em sua direção, confiantes e desassombrados por buscarem o próprio caminho, os rituais de suas vidas, da qual são donos e que só a eles competem escolher o rumo.

Certa vez li em algum lugar que “covarde é aquele que não abre novos caminhos na vida...” Quão legítima me parece esta afirmação, quão apropriada! Quando estagnamos em nosso “conforto”, nos tornamos parasitas de nós mesmos, supérfluos, condenados. Deixamo-nos ser explorados, que tirem proveito de nossa fraqueza. Sofremos e tememos que a vontade que está muito bem escondida, possa trazer ainda mais pesar, ou mesmo que nos desnude, nos abra portas, perspectivas, com as quais não saberemos como lidar.

Todos temos a chave da própria vida e muitas vezes nos vemos prisioneiros de situações, mas não usamos a nossa chave. A consciência muitas vezes nos diz: não faça, não vá, não diga e assim fazemos e não diria que estamos sempre ou totalmente errados ao agirmos desta forma, Mas o medo  nos limita, nos preocupamos com o que as pessoas vão falar, a família vai opinar, os amigos julgar, e tantas outras minúcias, porém muitas vezes a escolha para seguirmos a nossa vocação para o bem-estar da alma, para sermos o que almejamos, para termos nosso naco de felicidade é usar esta chave, enfrentar a insegurança e descobrirmos que existe vida fora das barreiras que criamos, que nos impuseram e permitimos fossem feitos para nós. Não podemos ter tudo, mas podemos ser mais felizes. É uma questão de coragem, audácia, de romper as muralhas enlodadas que nos assustam, mas que somos capazes, sim, de transpô-las.

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