Volto de minhas andanças
pelos muitos caminhos,
mas minha alma prossegue
a viajar por lugares distantes,
incessantemente sem descanso,
pois as estradas abrem-se diante de mim
para serem percorridas
e eu não sei parar.
As terras me estarrecem e me enfeitiçam
falam-me de mistérios de muitas vidas
histórias infindas e ancestrais
como minha alma antiga
envolvida na magia que nunca acaba.
Palmilhei um percurso,
jamais findo a viagem,
o querer, a busca pela rocha exata
onde fincar o meu anseio.
Encontro apenas fragmentos
que me frustram, mas não roubam
a minha aspiração, meu suspiro vital,
minha fonte que me justifica.
Há alegria e sinuosidade por onde sigo
e uma saudade dos recantos
ainda não marcados por meus pés,
saudade de ti ainda oculto,
do teu nome preso em meus lábios
porque ainda não sei como chamar-te.
Serás meu marinheiro audaz,
ou um poeta extasiado?
quero encontrar tua mão
para juntos continuar a jornada
pois meus olhos rejeitam privar-se
da beleza e da emoção,
e meu peito do compasso da paixão
e da festa da vida onde peregrina sou.