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P E N S A M  E N T O S    &   C I A.
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D A       V A I D A D E
"By Lela"

E apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras, e vim a saber que também isto era aflição de espírito.

Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor. Eclesiastes 1: 7,8.

Da vaidade.

O que é a vaidade?

Por si só seu significado já nos dá a dica sobre o que representa, como  futilidade e coisa vã. “Presunção infundada de valor próprio” segundo o dicionário.

Existem vários tipos de vaidade, sendo a física mais comentada, e quando ela visa o cuidado com o corpo, não podemos desconsiderá-la mesmo sabendo que até neste item pode acontecer exagero. Mas outras tantas formas de vaidade existem e, particularmente, aquele que se julga maior por sua capacidade intelectual, é o que mais me chama atenção, pois costumeiramente consideram-se melhor que as demais pessoas; vangloriam-se do seu saber e quando não fazem assim são pródigos em ostentar as qualidades que se julga detentor. É o desejo humano de se colocar como o centro das atenções e admiração que, em contrapartida gera rejeição contra os demais e não aceitam válidas outras formas de pensar e existir, crendo ser seu pensamento o que deveria nortear as ações dos que o cercam, quando justamente estes quem deveriam absorver melhor compreensivamente e com flexibilidade o meio em que vive.

Temos a tendência em valorizar apenas o que é nosso e em nossa vaidade, atrevemo-nos a achar que somos mais que o próximo ao nosso lado. Somos pretensiosos porque lemos um pouco mais, porque estudamos um pouco mais, porque tivemos mais oportunidades, ou até mesmo porque gostamos de aprender, mas não atentamos para quem tem outras preferências, outro tipo de inteligência, que busca outro tipo de saber, ou não puderam ou não tiveram tempo de alcançar o que atingimos porque a vida nos foi mais fácil. Daí alimentamos nosso egoísmo e nos encerramos em nossos castelos que construímos para salvaguardar nossa própria insegurança, nossos medos e, neste bojo, estão as manias cultivadas e, os anos vividos, que poderiam ser bom conselheiro e nos enriquecer em prudência, nos faz mais chatos, arrogantes e, consequentemente, mais solitários, pois mesmo que haja o grupinho do “saber”, perdemo-nos neste mundo e deixamos de saborear tantas outras coisas, uma sabedoria diferente que dá prazer renovado, que não se importa com letras e pensadores jactanciosos e que pode ser encontrada tantas vezes em coisas que nada custam como buscar uma criança na escola, ou uma gargalhada irreverente, um sorriso inocente, ou em muitas outras coisas que desprezamos ou não vemos como essenciais para o bem-estar que lava a alma e pode fazer rir até quando as coisas não vão tão bem.

Somos engolidos pela mediocridade que por vezes valorizamos como indispensável e sobretudo cego tornamo-nos por não compreender que existem diversidade de pensamentos, diversidade de interesses, diversidade na escolha do estilo de vida e que o  que é bom para um, certamente não é para o outro.

Penso em quem se põe acima do outro, seja qual for a profissão, a formação e lembro de um professor que não aceitava ser questionado sobre seu conhecido saber por ter mestrado, doutorado e tantos “ados” sendo sempre ríspido e desprezando os alunos. Certa vez em almoço que aconteceu estar alunos e alguns professores, ele rechaçou impiedosamente uma aluna, demonstrando uma atitude elitista e preconceituosa porque a moça  cometeu um pequeno engano ao citar um tema distraidamente. Esta aluna mostrou-se firme em sua educação e não disse nada, mesmo porque emocionalmente, não lhe era possível. O socorro dos colegas em seu auxílio fez o dito professor perder a linha, desnortear-se e quase agredir os presentes, mostrando que todo seu conhecimento não lhe deu equilíbrio suficiente para lidar com algumas situações.

Por outro lado já vi certo senhor quase a passar necessidade por não acreditar que precisava da ajuda de outra pessoa para arranjar-lhe um emprego. Aos 59 anos, cheio de títulos e arrogância, não recebia o que lhe devia certo órgão, por implicância de uma chefe que lhe criava empecilhos para vingar-se da atitude grosseira e empedernida do ex-contratado quando lá trabalhou. O seu muito saber não o convencia de que agir com diplomacia lhe renderia benefícios. Contentava-se em criticar a tudo e a todos. Uma pessoa chata, perdendo todo tipo de oportunidade, achando-se incompreendido, mas sendo apenas alguém perdido em seus conceitos fechados.

No dia final todos iremos ao mesmo lugar: um sepulcro onde vaidade não existe, então de que terá valido tanta soberba, passando pela vida apenas a vomitar o orgulho que jamais foi capaz de saciar a alma.

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