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P E N S A M E N T O S    &   C I A.
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Sobre felicidade
"By Lela"

Motivo de polêmica nos últimos dias tem sido “os falsos felizes”. Não que este seja um assunto recente, mas no momento há uma onda em que o tema constante tem sido a felicidade. Não a felicidade pura e simples, mas sobre as pessoas que exibem uma felicidade que não é verdadeira. Redes sociais e até programas de televisão, como recentemente um apresentador muito enfatizou, têm debatido este estado de espírito dos “novos felizes” que não o são.

Honestamente, discordo totalmente desta teoria, e me parece mais ser este um assunto reinventado visando gerar polêmicas, ter o que comentar. Felicidade é uma história batida e debatida e todo mundo sabe que felicidade plena e permanente não existe da forma como a imaginamos. No mundo globalizado, as pessoas têm mais visibilidade e é fácil nos mostrarmos em situações de alegria, momentos agradáveis, mesmo porque nos momentos de tragédias e tristeza ninguém tem a condição de expor o que está passando. Se não for algo que chame a atenção da mídia e a mesma se encarregue de divulgar, evidente que cada um vai guardar seu sofrimento no recesso das quatro paredes do seu canto.

Faz-se fotos, publica-se, comenta-se, dá-se demonstração de euforia, quando a situação é de descontração e contentamento, então não creio que esta seja uma forma de dizer ao mundo: Olá pessoas! Eu sou uma pessoa linda e feliz! É natural que hajam instantes descontraídos em que as pessoas estão mais bonitas, bem vestidas, divertindo-se e, como somos vaidosos, queremos mostrar o lado bom que vivemos, porém todos têm as próprias dificuldades, dívidas, dúvidas, problemas de relacionamento com cônjuges, filhos, amigos... e nem por isto temos que fazer uma exposição de sentimentos difíceis para quem pouco conhecemos, ou companheiros de festa, colegas de trabalho. A própria sociologia, psicologia, antropologia tenta explicar várias facetas do “eu” e dou como exemplo o eu social que, a grosso modo, é a forma como nos apresentamos ante a sociedade e, normalmente não somos a aquela mesma pessoa quando estamos em nosso lar, despidos de pudores, sem olhos que nos julguem, como somos quando sabemos que estamos sendo observados. Assim sempre nos apresentaremos diferentes nas diferentes situações.

Por outro lado, qual o ser humano não quer sentir a sensação de bem-estar? Momentos bons, alívio da dor, o bem-estar de ter uma dívida que o martirizava, quitada; um bom emprego; poder ir a um bom restaurante e regalar-se com o prato preferido pelo menos de vez em quando. E quando essas experiências são mais constantes, ainda melhor e (mais felizes). Ninguém vai chorar na mesa de um restaurante quando está ali para satisfazer uma de suas necessidades mais prazerosas. Certamente esta pessoa vai estar com um sorriso, a demonstrar que está bem.

A história da humanidade está recheada de exemplos que tudo gira em torno de desfrutar sensações derivados da realização e a plenitude dos seus anseios: seja através do encontro entre um  homem e uma mulher, seja através do poder conquistado; seja por meio de ideais; pelo nascimento de um filho e tantos exemplos que poderiam ser apresentados aqui.

Felicidade na verdade é uma palavra mágica, mas vulgarizada, como vulgarizada se tornou a palavra amor, Deus e  tantas outras, mas a essência da felicidade é algo complexo e depende do que cada um busca para si. Ela está no que fazemos, pensamos, buscamos, no dia a dia de lutas, do nosso desejo de ter aquilo que nos dá satisfação, e outras e outras formas, portanto a felicidade está no quanto a desejamos, na busca por ela e nas partículas de sensações agradáveis que sentimos. Às vezes por um instante, às vezes por um dia ou semanas. Podemos ser felizes mesmo quando estamos infelizes. Se estamos passando por algum tipo de crise que nos joga para baixo, podemos em meio a estas dores experimentar a alegria da vitória de um filho, na conquista do emprego tão esperado pelo cônjuge ou por nós, isto mostra a discrepância e a expectativa que este sentimento, ou busca, explicação, definição que esta palavra nos traz.

Concluo, assim, que mesmo quando alguém, se for o caso, finge estar feliz, naquele exato momento, ele está sendo feliz, mesmo que o coração doa por algum outro motivo. Todos nós temos nossa porção de bem-estar e outra porção de desilusões, decepções, frustrações e, o positivo e o negativo convivem perfeitamente, pois somos seres que sabem sim, administrar ambos. Basta perceber a humanidade inteira aí de pé, dirigindo seus conflitos e suas alegrias. É inerente ao gênero humano. Portanto vejo como balela isto de dizer que se finge ser feliz seja lá porque motivo. Não! Somos mesmo naturalmente felizes e infelizes sempre e demonstramos isto às vezes mais, às vezes menos, e assim caminha a humanidade...

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