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Nascem, crescem, florescem
Sem que ninguém suponha
Possam ser bons ou maus.
Seres de aparência normal
De doce sorriso, de lábia fatal
Homens que vêm ao mundo
e em algum segundo de esquecimento
de falha, de susto ou tormento
se mostram perniciosos,
decidem pelo mal;
outros, optam ou são iluminados,
uma boa semente, um deus encarnado,
algo não declarado, mas evidenciado
determinam o exercício da bondade,
seja através de atitudes, palavras,
da própria vida, um gesto, um movimento,
um olhar, uma mão que afaga.
Anônimos ou célebres,
imprimem a marca do bem.
E este bem leva um sopro de alívio,
faz suportável o convívio
neste mundo obscuro e indecifrável.
Mundo perdido, um lugar onde
nossos corpos se deteriorarão
e tudo passará.
Tristemente milhares de meninos
em milhares de dias hão de sofrer, doer, chorar
e o que passa tão velozmente quando há prazer,
em dor, se tornará interminavelmente longo,
enquanto o adulterado e venal, o devasso
acumula o que sequer lhes pertence,
e assim se alimentam do fígado, do rim, do coração
e da dor dos meninos que morrem.
Existirá o dia perfeito? Onde estará?
Os poderosos imbuídos de maldade
e os abutres que orbitam ao seu redor e
os vermes que nascem do limbo de seus pés,
haverão de conhecer o inferno do isolamento
e o veneno destilado dos bichos desprezíveis.
Longe desses tais,
ofertemo-nos, pois, a excelência! |