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Escrever.
O quê?
Tudo e nada chega até você.
A mente está cheia, a mente está vazia.
Momentos de poeta, daquele que pensa
a existência, a dor, a alegria.
Do amor que chega, do amor que se perdeu
Do antigo amor que acabou,
mas que teima em morar na tua vida,
de um amor que irá chegar,
mas que você pode recusar
e nunca se saberá.
Vazio o coração, o ser está vazio,
corpo trêmulo, olhar perdido,
encarcerada a imaginação,
essência do que carece absolutamente
falar do que vê, do que sente, do que expressa,
do que sofre, do que faz o outro sofrer,
da morte, da vida, do ser.
Os temas discorrem, dançam diante de ti.
Quantas páginas exibem os registros,
poesia nos detalhes, poesia nos escritos,
mas a alma ressequida não consegue absorvê-la.
As razões não se mostram preciosas,
ou por assim ser, não consegue descrevê-la
versos que escorregam pelos meandros
das ideias em tumulto. E a inspiração?
Tomou rumo desconhecido.
E o que é o poeta com seus sentimentos perdidos?
Um quarto escuro, o ar que falta, o leito do rio
que já não existe,
um belo rosto de olhar extremamente triste... |