Área Cultural | Área Técnica |
Ciência
e Tecnologia
- Colunistas
- Cultura
e Lazer |
Aviação
Comercial -
Chat
- Downloads
- Economia |
Página Principal |
T U R I S M O
0 1 / A G O S T O / 2 0 1 2
ATUALIZAÇÕES QUINZENAIS
A Bahia com os seus
mistérios e sedução
Por Márcia Castro (*)
Falar da Bahia é falar de um povo festeiro, acolhedor, místico e hospitaleiro. As belezas naturais associadas à simpatia baiana permite um movimento turístico cada vez maior na chamada “Boa Terra”. Inúmeros são os fatores que contribuem para o aumento da demanda não só de estrangeiros, mas de todas as partes do Brasil. A começar pelo clima, o verão é o ano inteiro e no Carnaval a população de Salvador chega a triplicar. O trio elétrico é uma das maiores atrações neste período e permanece por um bom tempo, pois sempre começa antes e termina depois. O Carnaval é considerado então, uma das festas mais populares do país e com a maior concentração de estrangeiros. As praias, festas e tradições culturais completam as opções dos visitantes. Folclore e sincretismo religioso são destaques para quem busca conhecer a cultura baiana. A musicalidade de grandes artistas, cantores e compositores também tem grande influência na curiosidade de se conhecer esta terra tão apimentada e acolhedora.
“Você já foi a Bahia?” Uma das inúmeras músicas cantadas na voz do inesquecível Dorival Caymmi onde destacava sempre a boa terra com suas inúmeras qualidades e belezas. Entretanto, são muitos os artistas que ficaram extasiados e tiveram como Salvador a sua casa. Carybé (1911-1997) argentino, mas baiano de coração, retratou a cultura do povo da Bahia. Em 1938, foi para Salvador, fixando-se definitivamente na Bahia a partir de 1950. Sete anos mais tarde, naturalizou-se brasileiro. Foi inspirado pela cultura afro-brasileira, no início da década de 70, e depois passou a fazer talhas que focalizavam rituais e orixás, em obras como Festa de Nanã, Alá de Oxalá, Ajerê e Pilão de Oxalá. Um verdadeiro filho da Bahia e teve seus quadros consagrados por todo o país. Já Ary Barroso (7/11/1903 MG – 9/2/1964 RJ), compositor, pianista, locutor e apresentador, compunha músicas também tendo como tema a Bahia. De origem mineira, passou a adotar a cidade em seu coração fazendo composições como: “No tabuleiro da baiana tem”; “Quando penso na Bahia”; “Os quindins de Iaiá”; “Na baixa do sapateiro” e, em 1945, “Bahia imortal” e a inigualável e inesquecível “ Aquarela do Brasil”, dentre outras. Foi o mineiro mais baiano que ouvi falar.
Carmem Miranda, portuguesa, foi naturalizada brasileira ao chegar ao nosso país. Após um sucesso aqui, no Rio de janeiro, mudou-se para os Estados Unidos com a famosa roupa de baiana, colares, pulseiras e o famoso turbante, divulgando o Brasil através da sua vestimenta.
Falando sobre as grandes personalidades literárias, não posso esquecer o grande Jorge Amado, Castro Alves, Afrânio Peixoto, João Ubaldo Ribeiro, dentre outros. O povo baiano, tão singular, é o resultado da miscigenação entre o índio nativo, o português colonizador e o negro escravizado. Daí o sincretismo religioso, ou seja, a fusão do Cristianismo e o Candomblé. A Mãe Menininha do Gantois (1894-1986) foi uma das maiores divulgadoras do Candomblé no Brasil e ganhou seguidores famosos como Jorge Amado e Caetano Veloso. A Igreja Nosso Senhor do Bonfim, tão famosa, é um dos melhores exemplos de como o sincretismo vigora até os dias de hoje. Todos os anos, os fiéis se unem para adorar tanto os deuses africanos como os santos cristãos (é o segundo evento que perde apenas para o carnaval). O ritual da lavagem da escadaria da Igreja do Bonfim ocorre em janeiro, no segundo domingo após o Dia de Reis (seis de janeiro). A procissão até a ladeira do Bonfim inicia-se às 10 horas da manhã na frente da Igreja Nossa Senhora da Conceição, na cidade baixa. De lá, cerca de 500 mulheres com o tradicional vestido de baiana partem em direção ao Bonfim. Na igreja usam água e lavanda para lavar os degraus, cantando hinos de candomblé. E a cada ano, milhares de brasileiros e estrangeiros visitam os terreiros de Salvador para receber as graças do babalorixá (líder de um centro de culto de uma das religiões afro-brasileiras).
Outra grande manifestação popular é a Festa de Iemanjá, muito conhecida, - dia 2 de fevereiro - atrai até as praias do Rio Vermelho uma multidão de fiéis, curiosos e admiradores. Começam de madrugada as homenagens a essa orixá, com devotos do candomblé, umbanda e catolicismo. Ofertas e bilhetes com pedidos que são levados para o alto mar. Milhares de pessoas independentemente da religião comemoram do mesmo jeito, levando flores, perfumes e champanhe.
Quem vai a Salvador não pode deixar de ir às igrejas, um verdadeiro turismo sócio-cultural. São muitas, mas reza a lenda que existem 365 igrejas, uma para cada dia do ano. Quanto a isso existem divergências. Segundo historiadores e estudiosos, entre igrejas e capelas, o total gira em torno de 100, enquanto que outros juram que o número é bastante superior a 365. As mais importantes são:
Catedral Basílica – Catedral de Salvador - É a mais rica de todo o período barroco luso-brasileiro. Abóboda em madeira e interior com 13 altares da fase renascentista até o rococó.
Igreja e Convento de São Francisco – É a mais célebre da Bahia, de fama mundial, e visita obrigatória para todo e qualquer turista. Conhecida como a “igreja do ouro”.
Igreja Nosso Senhor do Bonfim – Sua construção foi em 1756. Em 1923 foi elevada a Basílica. É a igreja mais popular.
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco – Possui a mais bela fachada, em alto relevo e esculpida em pedra de cantaria, única no Brasil.
Igreja Nosso Senhor dos Passos - Foi reinaugurada na manhã de 16 de julho, em Feira de Santana, após uma reforma. A missa foi presidida pelo Arcebispo Dom Itamar Vian - a 109 km de Salvador.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos – localizada no Largo do Pelourinho. Construída à noite pelos escravos e negros livres, torres de estilo indiano.
A arquitetura e as igrejas do Centro Histórico são exemplos ricos do período colonial, quando Salvador foi a primeira capital do Brasil. Museus também fazem parte da sua viagem, um verdadeiro aprendizado e uma interação maior com a história da cidade e sua cultura.
Centro Histórico de Salvador – Chamado de pelourinho, embora não seja o bairro em si. É composto por ruas e monumentos arquitetônicos do Brasil Colônia. Em 1985 foi honrada como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO. O Centro Histórico é famoso por ter várias ruas, incluindo igrejas, cafés, restaurantes e lojas. Considerado importante ponto turístico. Em 2012 o Centro Histórico recebeu US$ 1 milhão para manter sua preservação (da American Express). Uma viagem a Salvador é sentir-se em casa, dada à simpatia e hospitalidade do povo, característica básica do baiano. O aroma exótico dos pratos, o artesanato em que a madeira é usada como uma das suas principais matérias-primas. Os potes de cerâmica também fazem grande sucesso entre os turistas. Para dar sorte nada melhor que a figa de madeira, enfeitada com bijuterias coloridas e, a já tão conhecida, fitinha do Senhor do Bonfim. Tudo isso e muito mais você pode encontrar no Mercado Modelo, tradicional centro de artesanato da Bahia, e com as apresentações de capoeira e pratos a serem saboreados com uma vista linda para o mar.
Com sol o ano inteiro, águas mornas e muitos coqueiros, são assim, as praias da Bahia. Momento de relaxamento total e também palco de cenários de rara beleza onde a natureza reina absoluta e agracia os visitantes com todo o seu encanto. De norte a sul e de leste a oeste, a paisagem transforma a Bahia em um lugar muito especial. São mais de 50 ilhas, entre fluviais e marítimas. O sossego e a tranquilidade, sob o sol tropical acompanhado da refrescante água de coco, é algo inigualável. O turista que quiser praticar o espeleoturismo deverá ir a Chapada Diamantina, pois lá concentra o maior acervo de grutas e cavernas da Bahia, naturalmente com um guia local. Inúmeras são as belezas naturais desta chamada Boa Terra, com cachoeiras, que são verdadeiras quedas d’água em meio a matas veladas, que guardam uma fauna e flora de rara beleza. As lagoas têm suas águas escuras, rodeadas por um imenso areal branco contrastando com o azul do céu, as nuvens brancas e os raios de sol compondo uma aquarela da natureza inigualável. A flora é exuberante e guarda raros exemplares de orquídeas em meio a goiabeiras e cajueiros, que são verdadeiros presentes da natureza. O parque da lagoa do Abaeté, de área preservada, é um dos maiores centros de lazer ecológico de todo o nordeste. Com todo o acervo cultural e natural que a Bahia proporciona, permite que o baiano tenha prosa de sua terra natal. Costuma-se dizer que baiano enxerga longe, dito popular, mas é devido ao azeite de dendê, que contém vitamina A e é boa para visão. Povo supersticioso é esse! A Bahia tem seus mistérios, supertições e crendices.
A cozinha da Bahia foi influenciada por ingredientes e temperos oriundos da África, como o quiabo, pimenta malagueta e o azeite de dendê. E os baianos conseguem produzir pratos populares como também elaborar cardápios de requinte. O grande segredo da culinária baiana: invenção, improviso e criatividade. Pimenta? Ela arde, queima, excita e provoca... a malagueta é sem dúvida, a melhor. O azeite de dendê está presente no dia a dia no prato do baiano. É bom, cheiroso e provocante. Agora, dizem que o importante mesmo é a “mão” da cozinheira. É ela quem dá o toque do tempero e acerta o ponto da mistura. Vatapá, caruru, mungunzá, moqueca, bobó de camarão e moqueca de siri mole, são alguns dos deliciosos pratos que você encontrará na Bahia. Na mesa do Bom Filho da terra não pode faltar a pimenta e a farinha de mandioca. E antes das refeições um pequeno trago de cachaça, a fim de abrir o apetite. A comida é colorida e provocante, vale a pena conferir! Estas e outras razões que o estrangeiro fica encantado com a Bahia - até porque lá não existem tais temperos.
Últimas notícias: Jornalistas do "Time" ficaram encantados com a Bahia – Foram três jornalistas da revista norte-americana que estiveram na Bahia para produzir um conteúdo especial sobre os destinos turísticos do estado e foram embora encantados com as belezas naturais nos três dias que por lá estiveram. Hospedados nos hotéis Sol Bahia e Catussaba gostaram bastante da estrutura hoteleira e a pluralidade de Salvador. Os profissionais entrevistaram o secretário de Turismo, Domingos Leonelli, e disseram que a Bahia foi indicada pelo ministro do turismo, Gastão Vieira, por ser um dos principais destinos de lazer dos brasileiros e estrangeiros. Ficaram encantados com a riqueza cultural e histórica do Pelourinho além de terem saboreados pratos deliciosos e iguarias da região, preparados pela chef Teresa Paim, em 16 de julho.
Bahia e Nepal vão trocar experiências sobre gestão do turismo – O embaixador do Nepal, Pra Dhumna Shah, reuniu-se com o secretário de Turismo, na Bahia, Domingos Leonelli, interessado em realizar intercâmbio de informações entre os dois países. O encontro foi realizado na sexta feira, 13 de julho. Durante a reunião, o embaixador falou da importância do Turismo Religioso para o país asiático e dos atrativos naturais, como as oito grandes montanhas do país, entre elas, o Monte Everest, que estão entre as 10 maiores do mundo. Além disso, Pradhumna Shah destacou o interesse em conhecer a cultura e os atrativos da Bahia, “que tem grande potencial para o turismo”.
Pontos turísticos principais da cidade: Elevador Lacerda, Pelourinho, Mercado Modelo, Centro Histórico de Salvador, Forte de Santo Antonio da Barra (Farol da Barra), Fundação Casa de Jorge Amado, Igreja e Convento de São Francisco, Museu de Arte Sacra, Museu Carlos Costa Pinto, dentre outros.
(*) Márcia Castro é carioca, professora e bacharel em Turismo.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS A
AUTORA E AO PORTAL BRASIL.
A REPRODUÇÃO É LIVRE MEDIANTE PRÉVIA E EXPRESSA ANUÊNCIA
FALE CONOSCO ==> CLIQUE AQUI