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Dez anos de PT
Por Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque (*)

No último dia 20 de fevereiro o PT realizou um grande evento para comemorar dez anos no comando do governo federal. Como era esperado, o partido voltou a exaltar seus feitos na tentativa de passar a ideia de que o Brasil está melhor porque os petistas passaram a governar o País a partir de 2003.

O Brasil realmente se desenvolveu no âmbito sócio econômico nos últimos anos. A inclusão de trinta milhões de pessoas à classe média é um fato positivo a ser destacado. Porém, isso não é obra apenas do PT, como rotineiramente apregoa o partido. A redução da pobreza durante a gestão petista só foi possível porque tudo começou a ser preparado no início dos anos 90, através de ações de vários governos.

Na gestão de Fernando Collor começou a abertura da economia brasileira. A história dos carros que pareciam “carroças” é emblemática. A economia do País era muita fechada e isso desestimulava inovações. Além disso, vale destacar que foi nessa época que começaram as privatizações. As estatais eram um poço sem fundo na absorção de recursos públicos.

No governo Itamar Franco as privatizações foram mantidas e teve início o processo de estabilização de preços. O Plano Real eliminou a hiperinflação em meados dos anos 90.

No governo Fernando Henrique as privatizações continuaram. Medidas como a Lei de Responsabilidade Fiscal, o regime de metas de inflação, o câmbio flutuante e a política de superávit fiscal foram determinantes para a estabilização da economia. Além disso, vale dizer que nessa época começou a ser criado o Bolsa-Família, programa que se tornou a grande bandeira do PT.

Em 2003 o PT assumiu e encontrou o caminho pavimentado para implementar políticas sociais de grande envergadura. O governo Lula começou a colher os frutos das privatizações, da abertura externa e da política de estabilidade macroeconômica dos anos anteriores. Há dez anos, o cenário estava montado para a ampliação de programas de seguridade social e de redistribuição de renda.

Ao assumir o governo, o PT encontrou um ambiente interno favorável para ampliar programas sociais. Fez o que deveria ter feito. Porém, cometeu um grave erro ao não dar continuidade às reformas iniciadas há mais de vinte anos e hoje isso compromete seriamente a competitividade da economia brasileira, colocando em risco os ganhos sociais recentes.

O desemprego em queda, a renda em alta e os programas de assistência social tiveram efeito político magnífico para o governo petista, que apenas preferiu curtir esse impacto. Esse foi um momento decisivo em que o partido poderia ter aproveitado para implementar uma nova rodada de mudanças, como as dos anos 90 e início desta década, visando tornar a economia mais competitiva. Faltou determinação e competência para o PT investir na qualificação de trabalhadores, ampliar e modernizar a infraestrutura e conduzir a reforma tributária.

(*) Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque é doutor em Economia pela Universidade Harvard (EUA), professor titular e vice-presidente da Fundação Getulio Vargas.
Internet: www.marcoscintra.org / E-mail: [email protected] - Twitter: http://twitter.com/marcoscintra.

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