Turismo Brasil - Parte VI, "Infraestrutura aeroportuária Brasileira - Norte", por Fernando Toscano, www.portalbrasil.net

Área Cultural Área Técnica

 Ciência e Tecnologia  -  Colunistas  -  Cultura e Lazer
 
Educação  -  Esportes  -  Geografia  -  Serviços ao Usuário

 Aviação Comercial  -  Chat  -  Downloads  -  Economia
 
Medicina e Saúde  -  Mulher  -  Política  -  Reportagens

Página Principal

T U R I S M O
0 1  /  A G O S T O  /  2 0 1 3
ATUALIZAÇÕES QUINZENAIS

 

Fernando Toscano - Editor-Chefe do Portal Brasil - www.portalbrasil.netTurismo Brasil - Parte VI
"Infraestrutura aeroportuária brasileira - Norte"

Por Fernando Toscano (*)

O norte do Brasil engloba os estados do Amazonas, Pará, Tocantins, Amapá, Roraima, Rondônia e Acre. Se considerando o Brasil como um todo podemos dizer, sob o aspecto turístico, econômico e desenvolvimento como o todo com o o mais prejudicado de todos. Mas a Amazônia brasileira possui recursos únicos no mundo. O turismo ecológico se destaca de forma esplendorosa; são milhões e milhões de hectares de mata fechada que nos trazem uma beleza exuberante com uma vida selvagem única.

AEROPORTO DE MANAUS - Foto/Crédito: InfraeroConsiderando apenas os aspectos de infraestrutura aeroportuária, que é o tratado aqui, dois destaques apenas: Aeroporto de Manaus (inaugurado em 26 de março de 1976, denominado, através da Lei nº 5.967/73, "Aeroporto Internacional Eduardo Gomes") e o Aeroporto de Belém (inaugurado em 24 de janeiro de 1959, denominado, através da Lei nº 12.228/2010, "Aeroporto Internacional Júlio Cézar Ribeiro" ou simplesmente, como é conhecido, "Aeroporto Val-de-Cans"). Todos os aeroportos comerciais da Região Norte têm administração estatal através da Infraero. Em Manaus a pujança da "Zona Franca", composta de grandes indústrias com diversos benefícios fiscais, movimenta fortemente o setor cargueiro de forma que o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes é um dos principais do país. De acordo com os últimos dados disponíveis no Portal Brasil, fornecidos pela ANAC (ano-base 2010), a principal rota cargueira do país é São Paulo (Guarulhos) - Manaus (98.337 toneladas/ano), quase cinco vezes maior que a segunda principal rota cargueira do país (São Paulo - Fortaleza, com 20.072 toneladas/ano). Mas não é apenas essa rota que é destaque: Brasília - Manaus (7ª rota cargueira do país); Manaus-Belém (10ª); Manaus-Fortaleza (11ª); e Brasília-Belém (12ª). Apesar da área de transporte cargueiro não servir diretamente como referência para o setor turístico posso demonstrar com isso, pelo menos três coisas importantes: a) A distância para os principais centro dos país, que acaba por exigir o transporte aéreo para cargas urgentes; b) Há volume de carga para movimentar esse setor, principalmente na época das chuvas quando as principais rodovias, muitas delas não asfaltadas, ficam intransitáveis; c) Falta de estrutura adequada nesses aeroportos que impedem o crescimento, dificultam a eficiência e atrasam o crescimento e desenvolvimento da região, em consequência, do país também. Os demais aeroportos comercial das Região Norte são os de Palmas (TO), Boa Vista (RR), Macapá (AP), Rio Branco (AC), Porto Velho (RO), nas capitais; e, no interior, destaques para Santarém e Tucurui (PA), Vilhena e Porto Nacional (RO), Tefé, São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga (AM) e Cruzeiro do Sul (AC).

Dentre todos os aeroportos da região norte o mais novo é o de Palmas, inaugurado em 05 de outubro de 2001 (no aniversário do 13º ano do Estado de Tocantins), denominado "Aeroporto Brigadeiro Lysias Rodrigues", instalado numa área de 23.739 hectares. A sua construção, iniciada em 22 de setembro de 1999, consumiu R$ 91,5 milhões (80% da Infraero e 20% do Governo do Estado de Tocantins). O Aeroporto possui uma pista de 2.495 metros e largura de 45 metros, suficiente para receber aeronaves até o porte de um Boeing 767. Os dois pátios construídos (para aviação comercial e aviação geral) possuem uma área total de 41.360 metros quadrados. Apesar de planejado ainda falta infraestrutura adequada para maior conforto do passageiro.

AEROPORTO DE BELÉM - Foto/Crédito: InfraeroOs principais aeroportos da região sofrem muito com a distância, entre 2h40m e 4 horas para os principais aeroportos, horários geralmente ruins (muitos deles pela madrugada), falta de opções, tarifas bastante caras em relação aos demais centros e também, não sempre, mas muitas vezes, as aeronaves mais antigas das frotas das companhias atuam nessa região. Se bem que não podemos reclamar da idade média das aeronaves brasileiras. Pelo menos as principais companhias (TAM, Gol, Avianca, Azul, Trip) possuem aeronaves bem novas e atualizadas. Eu, pessoalmente, conheço quatro dos sete aeroportos das capitais dessa região: Manaus, Belém, Palmas e Boa Vista. Tirando Manaus e Belém, Palmas e Boa Vista possuem aeroportos relativamente novos, bastante pequenos e com poucos voos e pouca opção ao passageiro. Me lembro certa vez, em 2010, quando fiquei quase cinco horas no Aeroporto de Palmas aguardando um voo da Avianca para Brasília e não havia um restaurante sequer. Apenas a "Casa do Pão de Queijo" que era onde os passageiros se "refugiavam" passando o dia "à la mineira": muito cansativo!

Também as conexões são, geralmente, complicadas. Vou citar outro exemplo pessoal: certa vez, quando ocupava a presidência da Associação Brasileira de Previdência, estava em São Paulo e necessitava chegar a Boa Vista e depois Belém para duas reuniões no Sindicato dos Bancários (Boa Vista) e num salão alugado em um hotel (Belém) para tratar de assuntos de Direito Previdenciário e aposentadoria de pedevistas e ex-funcionários do Banco do Brasil. O meu voo saiu logo cedo de Congonhas (São Paulo), fiz conexão em Brasília, tomei outro avião até Manaus e depois outra conexão a Boa Vista - quase nove horas voando. Fiz a reunião e por volta de meia noite peguei outro voo de Boa Vista para Belém, com conexão em Manaus, pela madrugada - quase duas horas e meia de espera. Em seguida tomei um voo a Belém onde cheguei por volta de sete horas da manhã. Me surpreendeu o Aeroporto de Manaus completamente lotado, com muitos voos saindo pela madrugada. Essa é a diferença de se voar na região norte. Voos existem, mas as opções geralmente são ruins.

A320 da TAM pousando no Aeroporto de Palmas, TO (Foto/Crédito: Fernando Toscano, www.portalbrasil.ent)Quanto a capacidade operacional desses aeroportos posso afirmar, considerando a média da região, que são os piores do país. Os dados, pelo menos, indicam isso: Manaus (13º) e Belém (14º) são os únicos com classificação entre os vinte principais do Brasil no volume de passageiros movimentados. Juntos seriam apenas o 11º do país. No volume de carga transportada a situação melhora bastante: Manaus é o 3º e Belém o 11º. Juntos continuariam em 3º, após Guarulhos (São Paulo) e Viracopos (Campinas). Entretanto, entre 2002 e 2010, o volume de carga movimentada no Aeroporto de Manaus cresceu 133,42% contra crescimento de 18,26% (Guarulhos), 109,90% (Campinas), 47,09% (Brasília) e crescimento negativo de -12,15% no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, principais do Brasil. O de Belém teve crescimento positivo de 49,75%, mas, apesar de 11º do país, só movimentou 16% do total de carga movimentada no Aeroporto de Manaus. Dentre todos os aeroportos brasileiros as pistas para pouso/decolagem do norte têm algum destaque (entre as 100 mais extensas): Belém (12º do país, com 2.800 metros); Manaus e Boa Vista (15º, com 2.700m); São Gabriel da Cachoeira-AM e Vilhena (21º, com 2.600m); Palmas (29º, com 2.495m); Porto Velho (31º, com 2.416m); Santarém-PA e Cruzeiro do Sul-AC (32º, com 2.400m); Manaus "pista 2" (35º, com 2.318m); Tefé-AM (41º, com 2.200m); Tabatinga-AM (45º, com 2.150m); Macapá (47º, com 2.100m); Belém "pista 2" (64º, com 1.830m); Porto Nacional (78º, com 1.700m); Belém "pista 3" (89º, com 1.500m).

Para mais detalhes e informações sobre os aeroportos brasileiros acesse o site da INFRAERO - www.infraero.gov.br. Para dados estatísticos e diversas outras informações sobre os aeroportos brasileiros, empresas aéreas, aeronaves além de informações complementares e fotos acesse a nossa página sobre aviação comercial: http://www.portalbrasil.net/aviacao.htm.

Até a próxima quinzena...

Saiba tudo sobre o Brasil aqui no Portal Brasil

(*) Fernando Toscano é natural de Belo Horizonte (MG), reside em Brasília desde 1976, e é o editor do Portal Brasil. Seu currículo.

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO AUTOR E AO PORTAL BRASIL.
A REPRODUÇÃO É LIVRE MEDIANTE PRÉVIA E EXPRESSA ANUÊNCIA

 


FALE CONOSCO ==> CLIQUE AQUI