Área Cultural | Área Técnica |
Ciência
e Tecnologia
- Colunistas
- Cultura e Lazer |
Aviação
Comercial -
Chat
- Downloads
- Economia |
Página Principal |
C O M P O R T
A M E N T O
0 1 / A B R I L /
2 0 1 4
A
volta da inflação
Por Tom Coelho
(*)
“Inflação é a única forma de
taxação
que pode ser imposta sem legislação.”
(Milton Friedman)
No ano em que o Plano Real
comemora seu aniversário de duas décadas, constatamos que a inflação inercial,
infelizmente, está de volta ao Brasil.
A série histórica recente comprova que não temos conseguido ficar no centro da
meta. Em verdade, os últimos dados indicam que possivelmente iremos superar o
teto estabelecido de 6,5% ao ano ainda em 2014. Isso poderá ser evitado mediante
a amarga elevação da taxa de juros, com impactos sobre o já pífio crescimento do
PIB (além de atrair capital estrangeiro meramente especulativo). Ou o uso de
subterfúgios, como por exemplo, postergar para janeiro o reajuste de tarifas
públicas e do preço dos combustíveis.
Talvez você não saiba, mas a inflação brasileira entre 1965 e 1994, ou seja, no
período compreendido entre o Golpe Militar e o Plano Real, atingiu a
impressionante marca de 1,1 quatrilhão por cento! Os jovens das gerações Y e Z
não vivenciaram os impactos da superinflação brasileira. Assim, sequer conseguem
imaginar o que significa, na prática, inflação diária de quase 3%. Tempos de
“overnight”, aplicação financeira automática oferecida pelos bancos para
amenizar a depreciação do capital. Tempos de “gatilho salarial”, reajuste
aplicado aos salários quando a inflação acumulada atingia o patamar de 20%.
Tempos de sucessivos e mal sucedidos “pacotes econômicos”.
A inflação é um mal sinistro e de braços longos. Ela atinge a todos, mas
é particularmente perversa com os mais pobres, que têm seu poder aquisitivo
reduzido e dispõem de poucos recursos para autodefesa. No longo prazo,
ela mina a capacidade de gerenciamento e planejamento, pois passa a ser
primordial aproveitar o momento: ou você compra hoje, ou pagará mais caro
amanhã. Assim, restringe o horizonte de pessoas, empresas e toda uma nação.
Neste momento, preocupa-me o tratamento que tem sido dado à questão
inflacionária. A persistir a inépcia das autoridades, corremos o risco de
recrudescer nas conquistas proporcionadas pela estabilidade econômica dos
últimos vinte anos. E o grande fantasma atende pelo nome de indexação – o
reajuste automático de preços com base na inflação passada, gerando a inflação
inercial a que me referi no início do texto. Neste estágio, os índices passam a
ser persistentemente crescentes e o final desta história, lamentavelmente, nós
já conhecemos.
(*)
Tom
Coelho é educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17
países. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e
comportamento” (Flor de Liz, 2011),
“Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional”
(Saraiva, 2008) e coautor de outras cinco obras. Contatos através do e-mail
[email protected].
Visite:
www.tomcoelho.com.br.
MATÉRIA AUTORIZADA
EXPRESSAMENTE PELO SEU AUTOR
OS DIREITOS AUTORAIS DESSE TEXTO ESTÃO RESERVADOS AO SEU AUTOR
FALE CONOSCO ==> CLIQUE AQUI