Os rios e as matas são como uma igreja
Com harpas e cantigas, turva o pensamento
Quem conhece deste rio suas estranhezas,
A não ser primeiramente seu acolhimento? 

Ombrófila Densa, mata deste lugar
Berço de um povo, índios Pataxós
Dignos de carinho e de proteção
Quem deve dá-los, por merecimento, se não nós! 

Que mágico momento nos envolve a cena,
O encontro de suas cores com o sol dourado
O cheiro, a cor, o gosto, bucólica vila
Visitantes sedentos completa o quadro 

Em busca da natureza quase indizível
Deste pequeno canto do planeta
Paraíso perdido e reencontrado
Quase se ouve anjos a tocar trombetas 

Homens e mulheres enfeitam teu seio
Onde as cores fulguram já em demasia
Misturam-se aos nativos e, enamorados,
Afundam nas areias da tua magia

Quanto mar, quanto oceano, a me falar da História
De tudo és testemunha, oh! Minha pequena
Por aqui caravelas um dia aportaram
Desvirginando esta terra de pele morena 

Águas mornas, belas praias, pessoas vorazes
Ansiosos de batismo pelas tuas águas
Renovar o ar, purificar a alma
Paz e liberdade nestas tuas plagas 

Verão de vida calma, vida pura
Jovens ansiosos por tua sedução
Recarrega nossas forças, nos transfigura,
Entre o ficar quieto ou agitação

Preguiçoso rio que a todos acolhe
No regaço transporta os seus viajantes
Oferta gracioso banho em suas águas
Para então atirar-se em seu mar amante.