Inovação em São Paulo, por Professor Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque

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Inovação em São Paulo
Por Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque (*)
 

O crescimento econômico demanda disponibilidade de fatores humano e de capital. O Brasil vive uma situação que combina carência de infraestrutura e de trabalhadores qualificados.

A alternativa para a economia brasileira superar o quadro atual é o aumento da produtividade. A saída se traduz na elevação da função de produção do país através do progresso tecnológico. Assim, o papel da inovação passa a ter peso cada vez maior para a eficiência da atividade produtiva nacional. É preciso criar condições para acelerar o desenvolvimento científico e tecnológico, incorporando esses avanços ao processo de produção, de tal forma a elevar a produtividade total dos fatores.

Nesse sentido o Estado de São Paulo, que representa um terço do PIB nacional, se posiciona de modo estratégico para o Brasil superar suas limitações produtivas. É um dos maiores centros de inovação, ciência e tecnologia do hemisfério sul. Metade da ciência feita no país tem origem no Estado e suas universidades são as que mais titulam doutores na América Latina. Seu setor produtivo é o mais diversificado da economia brasileira e se diferencia pelo perfil inovador.

Em outras palavras, a estrutura organizacional paulista em ciência, tecnologia e inovação se revela como a mais avançada e produtiva do país, há mão de obra capacitada em alto nível e seu dinâmico setor empresarial é responsável por 65% dos gastos em pesquisa no estado frente aos 35% observados no Brasil. Mobilizar todo esse sistema é uma necessidade fundamental para que a economia paulista e brasileira alcancem um patamar mais elevado em termos de eficiência produtiva.

Historicamente, o Estado de São Paulo possui familiaridade com os avanços científicos e tecnológicos e sua incorporação ao processo produtivo. Inovações como, por exemplo, a ferrovia que permitiu a transposição da Serra do Mar na segunda metade do século 19 representa um marco nesse sentido. Algo que se apresentava como praticamente impossível se tornou realidade e teve grande impacto sobre a atividade produtiva paulista. Foi determinante para a expansão da economia cafeeira, que mais adiante teve papel fundamental no processo de industrialização estadual.

Atualmente, São Paulo conta com um moderno aparato científico e tecnológico representado por entidades como a Fapesp, IPT, IPEN, USP, Unicamp e muitos outros. São organizações caracterizadas pela excelência, mas que convivem com instituições que envelheceram e precisam ser renovadas. Esses órgãos foram fundamentais para o processo de diversificação e de modernização da produção, que transformaram São Paulo no estado mais rico do país e no principal polo econômico da América Latina. Porém, é preciso repensar e otimizar essa estrutura com o objetivo de articular de modo mais eficiente os equipamentos voltados à produção científica e tecnológica e de fomento à inovação.

Nesse sentido, São Paulo está preparando seu Plano Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação. Trata-se de um instrumento norteador das linhas mestras para a construção de um novo modelo de produção científica e de estímulo à inovação em sintonia com as necessidades da economia paulista e brasileira.

(*) Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque é doutor em Economia pela Universidade Harvard (EUA), professor titular e vice-presidente da Fundação Getulio Vargas.
Internet: www.marcoscintra.org / E-mail: [email protected] - Twitter: http://twitter.com/marcoscintra.

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