Transporte e Mapa de Rodovias

MAPA DAS FERROVIAS BRASILEIRAS OPERADAS SOB CONCESSÃO (2014) – CRÉDITO/IMAGEM: ANTT

Transporte rodoviário: Apesar do alto custo e das deficiências das estradas, é o principal meio de transporte do país. Em 1998 havia haviam 1,7 milhões de quilômetros de estradas, sendo que apenas 161 mil deles eram asfaltados (aproximadamente 9,5%), segundo informações do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). De acordo com a 4ª Pesquisa Rodoviária Nacional, realizada pela CNT em 1999, o estado geral de conservação, pavimentação e sinalização das rodovias federais foi considerado deficiente em 72,8% da área analisada. Foram considerados 38.188 km de estradas federais pavimentadas (74,3% do total) e 4.627 km de rodovias estaduais. Além disso, as rodovias apresentam falhas estruturais, como o predomínio de pistas simples em regiões de topografia acidentada, dentre outras.

Com a transferência das rodovias para o setor privado, cresce o número de pedágios e o valor das tarifas. Nos últimos quatro anos, no Estado de São Paulo, as viagens para o interior e outros estados que se utilizam de rodovias estaduais e federais teve um aumento do custo para os usuários em torno de 45%. Entretanto, por outro lado, as condições de segurança, sinalização e estado do piso são realmente bem superiores à média nacional e de outras rodovias que não dispõem do sistema de pedágios, visto que os valores ali arrecadados são para manutenção da sua própria malha viária.

Outro grande problema das rodovias brasileiras, tem sido o roubo de cargas (US$ 32 milhões anuais, em média, segundo a CNT). As cargas mais visadas, são pela ordem: produtos têxteis e confecções (15,7%), alimentícios (12%), eletroeletrônicos (10,6%) e de higiene e limpeza (7,1%). Cerca de 97,2% de toda carga roubada no país, concentra-se no Rio de Janeiro (63,6%) e São Paulo (33,6%), principalmente nas rodovias Presidente Dutra, Régis Bittencourt, Fernão Dias e Transbrasiliana.

A frota nacional de veículos é de 59,4 milhões de veículos (FONTE: DNIT, 2009). A maioria dos veículos tem mais de 10 anos de uso (54%), a média dos ônibus é de 12,5 anos e dos caminhões é de 13,8 anos. A cidade brasileira com o maior número bruto de veículos, é São Paulo; entretanto a maior média per capita é da capital federal, Brasília, que em 2012, já possui uma frota de 1,3 milhões de veículos.

O transporte urbano é inadequado em quase todas as cidades brasileiras, havendo uma verdadeira “guerra” com os perueiros e outros veículos que fazem o chamado transporte informal, concorrendo com o transporte público e o privado. As exceções são Brasília, Curitiba e Porto Alegre. Nas cidades de médio porte (acima de 300 mil habitantes), cerca de 71% tem transporte clandestino. Os veículos mais utilizados são vans e peruas, mas observa-se por todo o país uma expansão da utilização de automóveis particulares, que captam passageiros nos pontos de ônibus. Isto deve-se também à dificuldade financeira que tem exercido uma pressão cada vez maior sobre as classes média e baixa.

(Mapa ao lado (créditos): Wikimedia Commons).

Transporte ferroviário: Atualmente, o Brasil conta com 29,8 mil quilômetros de ferrovias e apenas 25% do que é produzido nos campos chega aos portos por trilhos. O Brasil precisaria de uma malha ferroviária de 52 mil quilômetros para atender a demanda atual de transporte de produtos no país, ou seja, praticamente dobrar o tamanho que tem hoje, aponta a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF). Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres, estão previstos R$ 91 bilhões de investimentos nas ferrovias brasileiras, nos próximos 25 anos (2014-2038). Já as concessionárias preveem desembolsos de R$ 16 bilhões, nos próximos três anos (2014/2016). O Ministério dos Transportes cumpriu a primeira etapa dos trabalhos definidos pelo Decreto n.º 7929/2013, de 18 de fevereiro de 2013, para a composição da reserva técnica de 605 bens imóveis não operacionais que margeiam as faixas de domínio das ferrovias do País. A relação compreende imóveis oriundos da extinta Rede Ferroviária Nacional S.A. (RFFSA), considerados essenciais e indispensáveis para a expansão e aumento da capacidade de prestação do serviço público de transporte ferroviário. Tudo isso no entanto engloba o planejamento para ferrovias cargueiras e não para o transporte de passageiros.

A única opção de viagens de longo percurso ferroviário no Brasil está em Minas Gerais. Além de transportar nossos minérios, duas ferrovias operadas pela Vale no Brasil oferecem as principais opções de trem de passageiros do país: a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e a Estrada de Ferro Carajás (EFC). As ferrovias possuem sistemas de controle monitorados 24 horas por dia, garantindo a segurança das viagens. Os trens oferecem facilidades como lanchonete, restaurantes e ar condicionado na classe executiva. A Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) conecta as capitais de Minas Gerais (Belo Horizonte) e Espírito Santo (Vitória) diariamente, em um trajeto de 13 horas para seus 664km e 30 pontos de embarque e desembarque. Para tirar dúvidas sobre a viagem, os passageiros podem ligar para 0800 285 7000​. (www.vale.com/brasil/PT/business/logistics/railways/Passenger-Train-Vitoria-Minas/Paginas/default.aspx). A passagem mais cara, conforme tabela para 2014, é de R$ 75,00 (setenta e cinco reais) por passageiro, por percurso – portanto bastante acessível. A classe econômica é mais barata. A Estrada de Ferro Carajás (EFC) liga o Pará (saindo de Parauapebas) ao Maranhão (chegando a São Luís), com passagens até 50% mais baratas do que as de ônibus (www.vale.com/brasil/PT/business/logistics/railways/Passenger-Train-Service-Carajas/Paginas/default.aspx). Em Minas Gerais há também uma pequena rota, entre Itabira e Nova Era, também operada pela Vale. Segundo a Vale, em 2014, toda a frota de trens de passageiros será alterada por novos que foram comprados na Romênia. São 56 unidades, sendo 10 executivos, 30 econômicos, vagões-restaurante, lanchonete, gerador e cadeirante – para pessoas com necessidades especiais. O investimento foi de 80,2 milhões de dólares. Os novos vagões serão climatizados nas classes executiva e econômica e vão contar com tomadas individuais nos assentos. Os banheiros também serão modernizados e o restaurante ampliado. Há um site bastante interessante que conta toda a história ferroviária do país: https://www.estacoesferroviarias.com.br/trens_mg/indice.htm.

Veja mais informações sobre a infraestrutura ferroviária do Brasil clicando aqui. (Mapa acima (créditos): ANTT).

Transporte aéreo: O transporte aeroviário teve um enorme crescimento na última década. Empresas antigas e tradicionais com VARIG, VASP, Cruzeiro e TransBrasil simplesmente desapareceram. A VARIG é, hoje, uma pequena empresa aérea regular pertence à GOL. A TAM, então uma pequena empresa regional, se tornou uma potência com mais de 150 aeronaves comerciais novas – a maior empresa aérea regular da América Latina depois que se juntou à Lan (Chile), formando a LATAM.

Os principais centros do país em volume de passageiros transportados são pela ordem: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza e Manaus. Em volume de cargas, destacam-se São Paulo (incluindo-se o aeroporto de Viracopos, em Campinas – o 1° do país em carga aérea), Rio de Janeiro, Manaus, Salvador, Fortaleza, Brasília e Belo Horizonte. As principais empresas aéreas brasileiras operando em 2012 são a TAM, GOL, VARIG, AVIANCA, AZUL e TRIP no transporte aéreo regular.

Os aeroportos brasileiros, apesar de algumas melhorias, não suportam mais o crescimento do setor. Brasília e Congonhas operam perto do seu limite extremo – há momentos, em Brasília, com 40 (quarenta) aeronaves em operação – entre aeronaves estacionadas, pousos e decolagens simultâneos. A INFRAERO demonstrou a sua incompetência estatal e a imprudência por não investirem o necessário num setor estratégico e hoje parte desses aeroportos foram terceirizados sob o regime de concessões – é uma vergonha para quem vem, por exemplo, de Madri, Barcelona ou Paris encontrar os nosso aeroportos que mais parecem uma rodoviária de países evoluídos.

O setor de carga aérea também vem evoluindo bastante e destacam-se a a VARIG LOG, ABSA e a RIO, agora com aeronaves maiores (Boeing 767, 727.200 e 737). As então tradicionais, como a SAVA S.A., já não operam mais.

Espera-se uma mudança radical nas políticas aeronáuticas e também nas exigências e simulações de segurança. O país cresce, as empresas crescem, o volume transportado se multiplica, mas a infraestrutura pouco se altera. Desde 2002 o Portal Brasil já opinava que a saída seria a privatização – sob regras rígidas – o que veio a ocorrer de forma lenta a partir de 2012. O Brasil já deu um mal exemplo no acidente entre o Boeing 737.800 da GOL e o jato Legacy, fabricado pela EMBRAER, quando, em 2006, ocorreu um dos mais graves acidentes aeronáuticos do país em todos os tempos em função do despreparo e o descontrole da torre de controle de Brasília, dos pilotos (estrangeiros) e da área de sombra do radar (entre Brasília e Manaus). A culpa é toda do governo que não investiu no setor como deveria. (Mapa acima (créditos): Faculdades Facitec, Polo Guarulhos-SP).

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FONTES: Banco de dados do Portal Brasil®, DNIT, Wikipedia, Wikimedia Commons, ANTT, FACITEC GUARULHOS.
FONTES: Banco de dados do Portal Brasil®, DNIT, Wikipedia, Wikimedia Commons, ANTT, FACITEC GUARULHOS.

Transporte hidroviário: Responsável por 12,75% do movimento de transporte de carga registrado no país, divide-se em fluvial e marítimo. Existem 44 portos no território nacional sendo 6 na região norte, 13 na nordeste, 13 na sudeste, 10 na sul e 2 na centro-oeste. De acordo com dados do Ministério da Marinha, existem no setor 62 mil trabalhadores.

Em 1998, os portos marítimos brasileiros movimentaram 443 milhões de toneladas (crescimento de 1,7% no ano), com receita de US$ 5,7 bilhões com frete. Atualmente há uma frota registrada de 172 navios, sendo 121 de cabotagem (que fazem a navegação entre portos brasileiros) e 51 navios de longo curso, que realizam viagens internacionais. A carga movimentada entre portos brasileiros foi de 44,5 milhões de toneladas e os principais portos são Santos (29% do total), Praia Mole – Espírito Santo (12,9%) e o do Rio de Janeiro (8,3%).

Segundo o Departamento de Hidrovias Interiores, cerca de 17 milhões de toneladas foram transportadas através de navegação fluvial (2,7% do movimento total de cargas do país). Nos anos 90, o transporte hidroviário passa a ser utilizado em maior escala no Brasil, como forma de baratear o preço final de produtos, principalmente os de exportação, tornando-os mais competitivos. O custo por quilômetro é duas vezes menor que o da ferrovia e cinco vezes mais baixo que o da rodovia.

Os investimentos para transformação de um rio em hidrovia, porém, são muito altos. São necessárias algumas obras de engenharia para permitir ou ampliar sua navegabilidade, como a dragagem (retirada de terra do fundo dos rios de modo a deixá-lo operacional a navios e barcos de maior porte e calado), dentre outras.

Na região norte, onde as condições naturais são mais favoráveis e existe uma maior carência para a locomoção entre os municípios, o transporte fluvial tem grande importância. A bacia do Amazonas, por exemplo, é a responsável pela maior parte do movimento de passageiros.

As principais hidrovias brasileiras são: Hidrovia do Madeira, ligando Porto velho (RO) até Itacoatiara-AM (1.056 km de extensão e por onde circula a maior parte da produção de grãos e minérios da região), Hidrovia do São Francisco, ligando Pirapora-MG a Juazeiro-BA (1.371 km, que transporta 170 mil toneladas anuais de cargas), a Hidrovia Tocantins-Araguaia que conta com 2.250 km de rios navegáveis (580km no Rio das Mortes, 1.230 km no Rio Araguaia e 440 km no Rio Tocantins) e a Hidrovia Tietê-Paraná, que é a maior em extensão e volume – ligando Conchas-SP a São Simão-SP (2.400km e 5,7 milhões de toneladas de cargas transportadas). Em fase de implantação está a Hidrovia Paraguai-Paraná. No trecho em funcionamento, que liga Corumbá-MS até Porto de Nueva Palmira – Uruguai, a soja é o principal produto transportado. Veja informações sobre a infraestrutura portuária do Brasil clicando aqui. (Mapa acima (créditos): Wikimedia Commons).

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