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- Outubro de 2003 -

2ª semana - Conexão Global - Convergências

Por Nélson Vasconcelos
Colunista de O Globo

            Acontece em Genebra, esta semana, o ITU Telecom World, maior evento mundial do setor de telecomunicações. Embora não seja exatamente uma empresa de telecom, quem chamou a atenção durante a festa, em 13.10, foi a Microsoft, na voz de seu arquiteto supremo, Bill Gates. Considerando que está bem arranjado em seu mercadão, continua querendo conquistar outras praias.

            Gates sugeriu apenas que as empresas de telecom adotem definitivamente os softwares Microsoft. É um mercado generoso, avaliado em US$ 260 bilhões.

            — É simples: o software é o ingrediente que ajuda essa indústria a crescer — justificou o bom homem. — Quatro anos atrás nos comprometemos com o setor de telecomunicações. O que fizemos nesse tempo foi construir softwares para fazer as coisas avançarem.

            A empresa está investindo, por exemplo, em telefonia celular, jogos online, serviços via TV e afins. Gastando algo com US$ 7,5 bilhões anuais em pesquisa e desenvolvimento, a Microsoft garante que os problemas de falta de segurança — que nunca deveriam ter ocorrido — estão sendo resolvidos, pouco a pouco.

            Segundo analistas, aliás, tanto o sistema operacional Windows quanto o pacotão Office — que está desembarcando aqui ainda este mês — estão sofrendo muito com pirataria, além de seu mercado já estar saturado. O lucro operacional de US$ 13,2 bilhões (!!) no último ano fiscal saiu desses produtos tradicionais, mas o futuro é sempre incerto, como se sabe. Daí a fúria com que vai avançar no mercado telecom. O que não falta é fôlego para a empresa investir, torrar dinheiro mesmo, até conquistar esse mundão da convergência, que namora desde meados dos anos 90, pelo menos.

            A Microsoft e a (não menos poderosa) Vodafone anunciaram uma parceria que busca unificar um padrão para a linguagem de programação para softwares capazes de fazerem celulares e computadores conversarem sem atritos. Ou seja: os cachorros grandes estão afiadíssimos.

            Em tempo: Gates lembrou que, para o bem do mundo digital, os governos têm que fazer sua parte e desenvolver logo as redes de banda larga etc. Vamos torcer.

COLUNA PUBLICADA ORIGINALMENTE NO JORNAL "O GLOBO" NO DIA 14.10.2003.
 


1ª semana - A Argentina diante do Brasil

Por Maria Clara R. M. do Prado
Jornalista da Gazeta Mercantil

            A mesma desvalorização cambial que causou a angústia dos argentinos há poucos mais de um ano tem ajudado na recuperação da competitividade do país.

            O último boletim da Funcex traz um artigo do economista argentino Jorge Lucángeli, coordenador do programa de apoio institucional, reforma fiscal e plano de investimentos da cidade de Buenos Aires, onde foca a evolução da competitividade argentina em comparação com a situação brasileira.

            "Que valor a taxa de câmbio real da Argentina precisa alcançar para deixar satisfeitos os industriais e possibilitar o estabelecimento do livre comércio com o Brasil?" É a pergunta que faz, tendo em vista as recentes reivindicações dos industriais argentinos que querem restrições quantitativas aos produtos brasileiros.

            Lucángeli pôs em marcha uma série de cálculos para medir o custo unitário da mão-de-obra (ULC) - custo total da mão-de-obra necessário para a produção de uma unidade de produto, convertido em dólares à taxa de câmbio nominal - que usou como indicativo de competitividade.

            Chegou, com a fórmula, a duas vertentes: uma delas mostra a variação na relação salário-câmbio (w (de wage ou salário)/e (de exchange-rate ou taxa de câmbio), enquanto a outra trata das variações de produtividade (Q (quantidade)/ L (trabalho).

            Os cálculos apontaram para três diferentes fases do ULC argentino na década de 90. Tomando-se por base o ano de 1993, o indicador cresce entre o primeiro trimestre de 1991 e o segundo trimestre de 1995. Pode-se dizer que era o auge do prestígio e do sucesso do Plano Cavallo, com sua paridade cambial fixa, por lei, de um para um.

            Começa então a cair até meados de 1998, quando se estabiliza. Na primeira fase, nota o economista, o custo unitário da mão-de-obra argentina ficou 25% mais caro, quando medido em dólares, mas caiu na mesma proporção na segunda fase, de 1995 a 1998. Desse momento até fins de 2001, o ULC reduziu-se ligeiramente, para desabar fortemente em 2002, com a desvalorização do peso, conforme pode ser facilmente visualizado no gráfico.

            No último trimestre de 2002, o custo unitário da mão-de-obra argentina correspondia a pouco menos da terça parte do ULC observado no mesmo trimestre de 2001. Lucángeli nota que, apesar da pequena recuperação ocorrida no segundo trimestre de 2003, ainda assim o UCL permanece 60% abaixo do nível do quarto trimestre de 2001. Essa queda no valor dos salários em dólar explica a recuperação da competitividade argentina.

            Aplicada a mesma fórmula para o Brasil, o economista buscou comparar a competitividade entre os dois países, relacionando o ULC de um com o ULC do outro, resultando isso em outro indicador, o índice de competitividade relativa (ICR). No gráfico, explica ele, o ULC da Argentina está no numerador, de modo que aumentos do índice denotam perda de competitividade argentina com relação à brasileira e vice-versa, o contrário. Nota-se que a posição do país vizinho evolui desfavoravelmente até 1994, quando o Plano Real, com a conseqüente valorização da nova moeda brasileira, torna os produtos argentinos mais competitivos. A posição do Brasil é recuperada a partir de 1999 até 2002, quando então a desvalorização do peso coloca, de novo, a Argentina em vantagem.

            O ULC hoje, naquele país, equivale a um terço do nível médio da segunda metade da década de 90. Lucángeli conclui que, a nível de câmbio, os argentinos estão no momento em melhor situação, com boa folga, portanto, no comércio com o Brasil.

            O mesmo, porém, não se pode dizer quando se compara a produtividade da mão-de-obra da indústria: no Brasil, cresceu à taxa média trimestral de 2,1% nos anos 90, enquanto o ganho médio na Argentina foi de apenas 1,5% no mesmo período.

            Uma diferença que a taxa de câmbio ajuda a esconder, a favor dos argentinos.


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