GEOGRAFIA – Área:
1.559.161,68 km2. Relevo: depressão na maior parte e faixa de planície
perto do rio Amazonas e planaltos a leste. Ponto mais elevado: pico da
Neblina, na serra Imeri (3.014,1 m). Rios principais: Solimões,
Amazonas, Juruá, Purus, Negro Içá, Japurá. Vegetação: floresta Amazônica.
Clima: equatorial. Municípios mais populosos: Manaus (1.802.014),
Parintins (102.033), Itacoatiara (86.839), Manacapuru (85.141), Coari (75.965),
Tefé (61.453), Tabatinga (52.272), Maués (52.236), Manicoré
(47.017), Humaitá (44.227), Iranduba (40.781) e São Gabriel da Cachoeira
(37.896) - 2010. Hora local: -1h a leste da linha Tabatinga-Porto Acre;
-2h a oeste. Habitante: amazonense.
POPULAÇÃO – 3.483.985 (2010). Densidade: 2,1 hab./km2 (2006). Cresc.
dem.: 3,3% ao ano (1991-2006). Pop. urb.: 76,6% (2004). Domicílios:
824.567 (2005); carência habitacional: 174.924 (2006). Acesso à
água: 83,05% (2009); acesso à rede de esgoto: 58,0% (2009). IDH: 0,780 (2009).
SAÚDE – Mortalidade infantil: 24,2 por mil nascimentos (2009). Médicos: 8,4 por
10 mil hab. (2005). Estabelecimentos de saúde: 1.010 (2009). Leitos hospitalares.:
656,1 por habitante (2009).
EDUCAÇÃO – Ensino pré-escolar: 105.281 matrículas (87,05% na rede pública).
Ensino fundamental: 785.281 matrículas (93,50% na rede pública). Ensino
médio: 160.642 matrículas (94,59% na rede pública) - dados de 2009. Ensino
superior: 72.967 matrículas (47,8% na rede pública - 2004). Analfabetismo:
7,0% (2009); analfabetismo funcional: 22,1% (2004).
GOVERNO – Governador: Omas Aziz (PSD). Senadores: 3.
Dep. federais: 8. Dep. estaduais: 24. Eleitores:
1.781.316 (1,4% do eleitorado brasileiro - 2006). Sede do governo:
Centro Cultural Palácio Rio Negro, Avenida 7 de Setembro, s/nº, Centro, Manaus. Telefones: (92)
231.1881 / 622.2615. Site do governo:
www.amazonas.gov.br.
ECONOMIA – Participação no PIB nacional: 2,0% (2004). Composição
do PIB: agropec.: 3,6%; ind.: 69,9%; serv.: 26,5% - 2004. PIB
per capita: R$ 13.043 (2008). Export. (US$ 2,1 bilhões): telefones
celulares (48,7%), outros produtos eletroeletrônicos (19,5%), extratos para bebidas (8,3%), motos e motopeças
(7,7%), máquinas copiadoras e acessórios (3,6%). Import. (US$ 5,2 bilhões):
bens de informática (27,9%), outros eletroeletrônicos (20,1%), combustíveis (4,4%), motopeças (3,7%),
petroquímicos (2,9%) e miscelânia (22,2%) - 2005. Agências bancárias:
176 (2010). Depósitos em cadernetas de poupança: R$ 2.538,4 milhões (2010).
ENERGIA ELÉTRICA – Geração: 5.667 GWh; consumo: 3.523 GWh (2004).
TELECOMUNICAÇÕES – Telefonia fixa: 444,5 mil linhas
(maio/2006); celulares:
1,3 milhão (abril/2006).
CAPITAL – Manaus. Habitante: manauara ou manauense. Pop.:
1.802.014 (2010). Automóveis no estado: 316.164 (2010). Jornais diários:
4 (2006). Prefeito: Amazonino Mendes (PDT). Nº de vereadores: 30 (2012). Data de fundação:
24/10/1669. Distância de Brasília: 3.591 km. Site da prefeitura:
www.pmm.am.gov.br.
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Fatos históricos:
Até meados do século XVIII, quase toda a Amazônia pertencia à Espanha. Nesse longo
período permaneceu praticamente desconhecida, visitada apenas por missionários e
aventureiros, alguns enviados em expedições oficiais, como a de Pedro Teixeira que em
1637, subiu o rio Amazonas e alcançou Quito, no Equador. Tanto portugueses quanto
espanhóis, só exploram as "drogas do sertão" - madeiras, resinas, ervas e
condimentos -, que não chegam a adquirir importância econômica significativa. Isso
explica, em parte, a relativa facilidade com que a Espanha cede a imensa área a Portugal
no Tratado de Madri, de 1750.
Transformada em capitania de São José do Rio Negro em 1757, nas décadas seguintes,
constroem-se fortalezas para a defesa da região. Os padres jesuítas são substituídos
por funcionários leigos na catequese e na educação dos índios. Com a independência, a
capitania integra-se à província do Pará e se envolve, nas lutas da Cabanagem entre
1835 e 1840. Em 1850, o governo imperial cria a província do Amazonas, com capital em
Manaus, antiga Barra do Rio Negro. Em 1866, quando começa a crescer a importância da
borracha para a economia local, o rio Amazonas é aberto à navegação internacional.
Ciclo da borracha:
Os seringais amazônicos passam a atrair dezenas de milhares de imigrantes, sobretudo os
nordestinos, para a coleta do látex. Atraem também o interesse de grandes companhias
estrangeiras. Entre 1890 e 1910, a produção de borracha do Amazonas corresponde a mais
de 40% do total mundial. A população multiplica-se, a exportação da borracha chega a
se igualar à do café e a economia cresce rapidamente. O estado começa a receber levas
de migrantes. Em quase 50 anos, a população aumenta de 57.610 (censo de 1872) para
1.439.052 (censo de 1920). Chamada de Paris dos Trópicos, Manaus transforma-se em uma
metrópole de estilo europeu - é a segunda cidade do país a instalar iluminação
elétrica (após Campos dos Goitacazes, RJ). Esse desenvolvimento não dura muito. Já nas
décadas de 10 e 20, em razão da concorrência asiática, a borracha amazônica perde
mercado e a economia regional entra em rápido declínio.
Zona Franca:
A construção da rodovia Belém-Brasília, no fim dos anos 50, é o primeiro passo para
romper o isolamento e a estagnação econômica do estado. Em 1967 é instituída a
Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), com o objetivo de estabelecer um pólo industrial integrado ao complexo nacional pela redução dos impostos de
importação e exportação. Contudo, os produtos tradicionais da região, pouco ou nada
participam desse modelo de industrialização, centrado na produção eletroeletrônica. O
surto comercial e o desenvolvimento da hotelaria e do turismo levam à criação de cerca
de 100 mil empregos e impulsionam a economia. Entre 1965 e 1975, a renda anual do estado
cresce 147%.
No início dos anos 70, começa a ser estabelecido, por meio do Plano de Integração
Nacional - PIN, um programa que prevê a construção de estradas, a ocupação planejada
e o incentivo à instalação de agrovilas que atraíram milhares de migrantes. O objetivo
é "integrar para não entregar", já que os governos militares queriam garantir
a ocupação brasileira num local tradicionalmente cobiçado por outros países. O
resultado desses projetos, porém não foi relevante. O solo da região, depois da
retirada das árvores, nem sempre se mostra adequado à agricultura. Grande parte das
estradas é engolida pela floresta. Transamazônica (BR-230), por exemplo, planejada para
cruzar o estado de leste a oeste e conectá-lo à região nordeste, é transitável em
apenas um pequeno trecho na época seca. Sobrevivem alguns dos enormes empreendimentos
madeireiros e agropecuários, muitas vezes causadores de problemas ambientais e de
conflitos com a população nativa.
A instalação da Zona Franca cria um vigoroso polo de empregos, atrai as populações
rurais dos vales do Madeira, Purus e Solimões e provoca intensa concentração e
expansão urbanas. A população de Manaus sobre de 300 mil habitantes em 1970 para 800
mil em 1985. mas, em meados dos anos 80, a Zona Franca começa a apresentar certo
declínio, pelo corte de incentivos, pela queda de produção e pela baixa demanda de
mão-de-obra.
População:
O Amazonas é o segundo estado mais populoso da região norte, atrás do Pará. Tem baixa
densidade demográfica e a maior parte da população vive à beira-rio. Nas áreas
periodicamente alagadas é comum a construção de casas sobre palafitas. Abriga o maior
número de índios do Brasil: 27,5% do total do país. Os barcos são o principal meio de
transporte, responsáveis pela comercialização de produtos e condução de passageiros.
A única via de acesso rodoviário ao Amazonas é a BR-174, inaugurada em novembro de
1998.
No interior, mais da metade dos domicílios não tem água encanada e se abastecem de
rios, poços ou nascentes. Nas zonas urbanas, crescem os bolsões de pobreza, a ocupação
desordenada e a especulação imobiliária, sem que haja investimentos suficientes em infraestrutura, saúde e educação. Segundo o IBGE, em 1999 a mortalidade infantil
registrada no estado é de 31,8 por mil crianças nascidas vivas, pouco inferior à média
nacional, que é de 34,58.
A rede pública hospitalar tem quatro vezes
menos leitos do que o recomendado pela organização Mundial de Saúde - OMS. Para combater a carência de médicos no interior, o
governo defende a contratação de médicos estrangeiros - cubanos, bolivianos e peruanos
- interessados em atuar no Brasil. De acordo com a Secretaria da Saúde, cerca de 90% dos
médicos que trabalham no estado estão instalados em Manaus. Na área de educação,
dados do MEC de 2005 indicam 945 mil matrículas no ensino fundamental e médio; a taxa de
analfabetismo em 2004, conforme o IBGE, é de 7,0%, próxima à do Sul.
Polo industrial:
Responsável por mais de 2% do PIB do país, o Amazonas gera 10 bilhões de dólares por
ano (2004). Com a abertura brasileira às importações no início da década de 90,
Manaus vive grave crise econômica provocada pelo fechamento de várias fábricas e pelo
aumento do desemprego. A mão-de-obra empregada nas principais empresas da Zona Franca de
Manaus (ZFM) reduz-se de 32,6 mil trabalhadores em 1998 para 17,8 mil em 1999 e
13 mil em 2005. O aumento
da exportação dos produtos fabricados em Manaus é fundamental para a economia do
Amazonas, para a balança comercial brasileira e para evitar o aumento do desemprego no
estado.
Esse resultado é alavancado pelo setor eletroeletrônico, que fatura em média, 47% do
total do polo industrial (2005). Em razão do aumento
das vendas para o exterior, o setor químico de Manaus também teve importante crescimento
na última década e o ramo termoplástico, cresceu 60,88%. O pior desempenho
ocorre no polo madeireiro que teve queda próxima a 50%.
A agricultura e a pecuária tem pouca relevância econômica. Mandioca, arroz, milho e
feijão são os principais produtos, além das culturas regionais de cupuaçu, pupunha,
guaraná e açaí. Outra atividade que garante a subsistência da população amazonense
é o extrativismo, cujos produtos principais são a castanha-do-pará, a piaçava, a
madeira e a borracha.
O crescimento médio de 6% ao ano faz do ecoturismo o segmento que mais se expande,
conforme dados da FGV. Já operam no estado, hotéis de selva, que oferecem incursões
pela floresta amazônica, empresas de cruzeiros fluviais e de pesca esportiva.
Exploração de
madeira:
Como o desenvolvimento econômico está atrelado à preservação dos recursos naturais, o
desmatamento que há alguns anos se verifica no estado tem preocupado não só as
comunidades extrativistas como ambientalistas do país e do mundo. As ações predatórias
são atribuídas, em grande parte, às madeireiras asiáticas que se instalaram na
região, acusadas de não cumprir a legislação sobre exploração sustentada, que prevê
a reposição das espécies. De acordo com relatório da Secretaria de Assuntos
Estratégicos, cerca de 80% da madeira retirada da Amazônia, é
extraída de maneira predatória.
Segundo o IBAMA, em 1999, as reservas indígenas auxiliam na preservação contra o
desmatamento e as queimadas, apesar da precária assistência prestada pelo governo
federal. Mapas produzidos com fotos de satélites mostram que os desmatamentos e as
queimadas ocorrem fora das áreas delimitadas para os índios.
O Amazonas hoje:
Cortado pela linha do Equador, o Amazonas é o maior estado brasileiro em área, com mais
de 1,5 milhões de km². A floresta amazônica, que ocupa 92% da superfície estadual,
possui a maior biodiversidade do planeta, com uma fauna estimada em 250 espécies de
mamíferos, 2 mil espécies de peixes e 1,1 mil espécies de pássaros. Na fronteira com a
Venezuela, situam-se os pontos mais elevados do Brasil: o pico da Neblina com 3014 metros
de altitude e o 31 de Março com 2.992 metros.
Além do Rio Amazonas, com extensão de 6.937 km, a região abriga os dois maiores
arquipélagos fluviais do mundo: Mariuá e Anavilhanas. A natureza, no entanto, não é o
único atrativo. Na capital, Manaus, há marcos arquitetônicos do período áureo da
borracha, como o Teatro Amazonas, construído no final do século XIX, com materiais
nobres importados de várias partes do mundo. Nos últimos anos, muitos turistas que
visitaram o estado em junho, tiveram como destino Parintins, cidade da margem direita do
rio Amazonas, a 420 km da capital. Ali, a apresentação de uma mistura do bumba-meu-boi,
do nordeste, com lendas indígenas, resulta no internacionalmente conhecido Festival
Folclórico de Parintins.
Raízes indígenas e nordestinas transparecem na culinária da região, que tem no peixe a
base de seus principais pratos, como a moqueca com postas de tucunaré ou surubim.
Em
abril de 2008 o IBGE elaborou a nova delimitação da fronteira do Amazonas com o
Acre. Assim, o território amazonense reduziu-se em 11.583,87 km². A área perdida
corresponde a mais da metade de todo o território do estado de Sergipe, cerca de
7,5% do território do Acre e pouco mais de 0,7% da área do Amazonas.
Na atualidade, através do calendário de
feiras nacionais e internacionais da Amazônia, sob a sigla - FIAM -
na Suframa, atrai diferentes investidores, brasileiros e de outras
nacionalidades, a investir nos diferentes polos tecnológicos
existentes na região e, principalmente, no Pólo Industrial de Manaus
(PIM), em franco desenvolvimento, e os estrangeiros podem conhecer
grandes oportunidades de negócios que o potencial econômico da
Amazônia proporciona e é capaz de oferecer, como sua infra-estrutura,
mão-de-obra qualificada e várias outras vantagens competitivas.
Pesquisa promovida pela Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e publicada no
jornal Folha de São Paulo, revela que o Amazonas é o segundo melhor
lugar do Brasil para a instalação de um novo empreendimento. De
acordo com a pesquisa, o estado só fica atrás do Distrito Federal no
ranking geral de melhor ambiente para negócios e desponta logo à
frente de Minas Gerais (3º classificado). Manaus é hoje a sexta
capital mais rica do país e a que teve a maior evolução em qualidade
de vida nos últimos dez anos.
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