O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 1,06% em dezembro e ficou 0,25 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de novembro (0,81%). Foi a maior variação mensal do índice desde junho de 2018 (1,11%).
Dezembro de 2020 | 1,06% |
Novembro de 2020 | 0,81% |
Dezembro de 2019 | 1,05% |
IPCA-E out-nov-dez | 2,84% |
Acumulado no ano | 4,23% |
Acumulado nos últimos 12 meses | 4,23% |
O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado trimestralmente, foi de 2,84% no último trimestre do ano. O acumulado em 12 meses foi de 4,23%, próximo dos 4,22% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em dezembro de 2019, o IPCA-15 foi de 1,05%.
Em dezembro, apenas o grupo Vestuário apresentou queda: -0,44%. Os preços dos demais grupos pesquisados subiram. A maior variação (2,00%) e o maior impacto (0,42 p.p.) ficaram, mais uma vez, com Alimentação e bebidas, que encerrou o ano com alta acumulada de 14,36%. A segunda maior variação veio do grupo Habitação (1,50%), que contribuiu com 0,23 p.p. no índice do mês.
Os Transportes (1,43%) apresentaram o segundo maior impacto (0,29 p.p.), acelerando em relação a novembro (1,00%). O mesmo ocorreu com Educação, que passou de 0,01% em novembro para 0,34% em dezembro. Os demais grupos ficaram entre o 0,03% de Saúde e cuidados pessoais e o 1,35% de Artigos de residência.
Grupo | Variação Mensal (%) | Impacto | Variação Acumulada (%) | |||
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(p.p.) | ||||||
Outubro | Novembro | Dezembro | Dezembro | Trimestre | 12 meses | |
Índice Geral | 0,94 | 0,81 | 1,06 | 1,06 | 2,84 | 4,23 |
Alimentação e Bebidas | 2,24 | 2,16 | 2,00 | 0,42 | 6,54 | 14,36 |
Habitação | 0,40 | 0,34 | 1,50 | 0,23 | 2,25 | 3,10 |
Artigos de Residência | 1,41 | 1,40 | 1,35 | 0,05 | 4,22 | 5,29 |
Vestuário | 0,84 | 0,96 | -0,44 | -0,02 | 1,36 | -1,75 |
Transportes | 1,34 | 1,00 | 1,43 | 0,29 | 3,82 | 1,36 |
Saúde e Cuidados Pessoais | 0,28 | 0,04 | 0,03 | 0,00 | 0,35 | 1,11 |
Despesas Pessoais | 0,14 | 0,14 | 0,39 | 0,04 | 0,67 | 0,97 |
Educação | -0,02 | 0,01 | 0,34 | 0,02 | 0,33 | 1,23 |
Comunicação | 0,23 | 0,06 | 0,46 | 0,03 | 0,75 | 3,22 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
A alta de 2,00% em Alimentação e bebidas deve-se, principalmente, aos alimentos para consumo no domicílio (2,57%), com destaque para carnes (5,53%), arroz (4,96%) e frutas (3,62%).
Os preços da batata-inglesa (17,96%) e do óleo de soja (7,00%) também subiram, embora tenham desacelerado frente ao mês anterior, quando as altas foram de 33,37% e 14,85%, respectivamente. No lado das quedas, os destaques foram o tomate (-4,68%), o alho (-2,49%) e o leite longa vida (-0,74%).
A alimentação fora do domicílio passou de 0,87% em novembro para 0,58% em dezembro, principalmente em função da queda do lanche (-0,11%), cujos preços haviam subido 1,92% no mês anterior. Já a refeição foi em sentido contrário: alta de 0,86%, frente ao resultado de 0,49% observado em novembro.
Habitação (1,50%) apresentou a segunda maior variação no índice do mês, influenciado pela alta do item energia elétrica (4,08%). Após 10 meses consecutivos de vigência da bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz, passou a vigorar em dezembro a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
As variações no item foram desde o 1,31% de Belém até os 6,92% de Goiânia, onde houve reajuste de 2,57% nas tarifas em 22/10. Em Porto Alegre (6,05%), também foi observado reajuste de 6,58% em uma das concessionárias, válido desde 22/11.
Ainda em Habitação, o resultado de 0,22% da taxa de água e esgoto decorre do reajuste de 3,04% nas tarifas em Belo Horizonte (1,97%), vigente desde 1º de novembro. Já a alta de 1,80% gás encanado é consequência do reajuste de 6,25% nas tarifas do Rio de Janeiro (6,25%), aplicado a partir de 24/11, mas retroativo a 1º de novembro, por decisão judicial.
Em Transportes (1,43%), a maior contribuição (0,14 p.p.) veio das passagens aéreas, que subiram 28,31%. Além disso, os combustíveis (2,40%) aceleraram frente a novembro, com destaque para a gasolina (2,19%) e o etanol (4,08%).
No lado das quedas, o recuo de 0,25% em ônibus urbano deve-se à redução de 3,19% no preço da passagem em Porto Alegre (-3,19%), vigente desde 9 de novembro e não incorporada no IPCA-15 de novembro.
Já em Educação (0,34%), o maior impacto (0,02 p.p.) veio dos cursos regulares (0,44%), em virtude da coleta extraordinária de preços realizada no período de referência do IPCA-15 de dezembro.
A maior alta veio da educação de jovens e adultos (3,91%), seguida pelos subitens creche (1,48%) e ensino médio (1,10%). No entanto, cabe ressaltar que também foram registradas quedas nos subitens curso técnico (-0,81%) e pós-graduação (-0,72%).
O único grupo em queda em dezembro foi Vestuário (-0,44%). Houve recuo nos preços das roupas masculinas (-0,99%), femininas (-0,60%) e infantis (-0,03%), que haviam subido em novembro (1,49%, 0,97% e 0,74%, respectivamente). Além disso, também houve quedas em joias e bijuterias (-0,15%), após seis meses consecutivos de altas.
Em dezembro, IPCA-15 subiu em todas as regiões pesquisadas
O último IPCA-15 do ano subiu em todas as regiões pesquisadas. O maior resultado foi na região metropolitana de Porto Alegre (1,53%), por conta das altas em energia elétrica (6,05%) e carnes (6,89%). Já a menor variação foi em Brasília (0,65%), principalmente em função da queda de 0,62% nos preços da gasolina.
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação Acumulada (%) | |||
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Outubro | Novembro | Dezembro | Trimestre | 12 meses | ||
Porto Alegre | 8,61 | 0,77 | 0,71 | 1,53 | 3,04 | 3,96 |
Rio de Janeiro | 9,77 | 0,86 | 0,46 | 1,28 | 2,62 | 3,88 |
Curitiba | 8,09 | 0,86 | 0,98 | 1,27 | 3,14 | 3,82 |
Fortaleza | 3,88 | 1,35 | 0,66 | 1,24 | 3,28 | 5,79 |
Salvador | 7,19 | 0,43 | 0,63 | 1,18 | 2,26 | 4,13 |
Belo Horizonte | 10,04 | 1,05 | 1,01 | 1,13 | 3,22 | 4,69 |
Recife | 4,71 | 1,12 | 0,31 | 1,00 | 2,45 | 5,06 |
Goiânia | 4,96 | 1,04 | 1,26 | 0,93 | 3,26 | 4,03 |
Belém | 4,46 | 1,33 | 0,79 | 0,91 | 3,06 | 4,15 |
São Paulo | 33,45 | 0,96 | 0,93 | 0,86 | 2,78 | 4,29 |
Brasília | 4,84 | 0,89 | 0,67 | 0,65 | 2,23 | 3,07 |
Brasil | 100,00 | 0,94 | 0,81 | 1,06 | 2,84 | 4,23 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 13 de novembro e 11 de dezembro de 2020 (referência) e comparados aos vigentes entre 14 de outubro e 12 de novembro de 2020 (base).
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.
A metodologia é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.