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I N T E L I G Ê N C I A      P O L Í T I C A
1 6  /  N O V E M B R O  /  2 0 0 9

BRASIL É CRITICADO POR RECEBER LÍDERES DO ORIENTE MÉDIO
Por Fernando Toscano (*)

            Após receber críticas de diversos setores em razão de apoiar chefes de estados com problemas políticos e falta de transparência em suas eleições presidenciais, presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o momento é propício para estabelecer o diálogo devido à capacidade de negociação do governo brasileiro. No início do mês, o presidente de Israel, Shimon Peres, esteve no Brasil para uma visita de três dias. O líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, chegará ao País no próximo dia 20 e, dia 23, Lula recebe o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e encerra a primeira etapa de um ciclo de articulações em busca da paz no Oriente Médio que começou no final de 2008. Um moderno Boeing 747.400, avaliado em mais de US$ 50 milhões, trouxe o líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas ao país. A aeronave foi fotografada pelo Portal Brasil no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília (foto abaixo).

            "Poucos países têm a primazia de, em 15 dias, receber o presidente Shimon Peres, o presidente Mahmoud Abbas e o presidente Ahmadinejad. São três países que estão envolvidos em conflito e que têm muita responsabilidade pela paz no Oriente Médio", disse, em seu programa semanal Café com o Presidente.

            Lula disse que sonha com "um jogo da paz" na região - seria a seleção brasileira contra um time misto de palestinos e israelenses. Ele lembrou que a divergência entre os três países é histórica. "Não adianta isolar as pessoas", afirmou, ao destacar que é preciso estabelecer uma política séria de negociação para que se possa acreditar que é possível estabelecer a paz na região.

O BOEING 747.400 DO LÍDER DA AUTORIDADE PALESTINA, MAHMOUD ABBAS, FOI FOTOGRAFADO PELO PORTAL BRASIL NO AEROPORTO JUSCELINO KUBITSCHEK, EM BRASÍLIA, NO DIA 21.11.2009  (Foto/Créditos: Fernando Toscano, 21.11.2009).

O BOEING 747.400 DO LÍDER DA AUTORIDADE PALESTINA, MAHMOUD ABBAS, FOI FOTOGRAFADO PELO PORTAL BRASIL NO AEROPORTO JUSCELINO KUBITSCHEK, EM BRASÍLIA, NO DIA 21.11.2009.

            Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, José Serra (PSDB) diz que a visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil é "desconfortável" e "indesejável". O governador de São Paulo chama o líder iraniano de ditador que foi "reconduzido ao poder por eleições notoriamente fraudulentas".

            "Uma coisa são relações diplomáticas com ditaduras, outra é hospedar em casa os seus chefes", diz o tucano. Segundo Serra, os opositores ao governo Ahmadinejad são presos, torturados, sexualmente violentados e, algumas vezes, condenados à morte "em julgamentos monstros que lembram os processos estalinistas". Serra compara a situação iraniana com a vivida por Honduras: "como reagiríamos se apenas um décimo disso estivesse ocorrendo no Paraguai ou, digamos, em Honduras, onde nos mostramos tão indignados ao condenar a destituição de um presidente?" O político ainda afirma que o ministro da Defesa iraniano, Ahmad Vahidi, é procurado pela Interpol devido a um atentado no centro comunitário judaico em Buenos Aires em 1994, que causou a morte de 85 pessoas."Democracia e direitos humanos são indivisíveis e devem ser defendidos em qualquer parte do mundo. É incoerente proceder como se esses valores perdessem importância na razão direta do afastamento geográfico", disse.

            O governador de São Paulo afirma ainda que Ahmadinejad é o "mais tristemente célebre negador do Holocausto". "O mesmo país que tentou oferecer um pouco de segurança e consolo a vítimas como Stefan Zweig e Anatol Rosenfeld agora estende honras a alguém que usa seu cargo para banalizar o mal absoluto?", diz o tucano.

            De acordo com Serra, ao aceitar o Tratado de Não Proliferação Nuclear e um acordo de salvaguardas com a Agência Internacional de Energia Atômica, o Brasil consolidou suas "credenciais de aspirante responsável ao Conselho de Segurança" das Nações Unidas, mas agora recebe um presidente "contra o qual o Conselho de Segurança cansou de aprovar resoluções não acatadas".

Visita

            O presidente confirmou sua visita a Israel, ao Irã e à Palestina em março de 2010 e disse que aguarda apenas o retorno dos três líderes para estabelecer uma data. "Tenho uma tese de que não é possível que não se encontre um caminho para fazer a paz. Achamos que é preciso envolver outros países, outros atores, outros negociadores, para que a gente possa tentar discutir a paz de verdade", disse.

            Lula pediu também que o Irã não seja deixado de lado nas negociações de paz e cobrou da Organização das Nações Unidas (ONU) maior intervenção nos conflitos do Oriente Médio.

            Em recente edição, o jornal The New York Times afirma que as ambições do Brasil de se tornar um ator mais importante no cenário diplomático global estão "colidindo" com os esforços dos Estados Unidos e de outros países para intervir no programa nuclear do Irã. A matéria é baseada na recepção que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará ao presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad, na próxima segunda-feira, 23.

            "A visita é parte de um grande empurrão do Sr. Da Silva (Lula) para percorrer o aparentemente intratável mundo da política do Oriente Médio", diz o jornal, lembrando as visitas do presidente de Israel Shimon Peres e do presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas. A matéria, cujo título fala que o Brasil dá uma "cotovelada" nos Estados Unidos no cenário diplomático, lembra as críticas de diplomatas e de outras autoridades à recepção de Ahmadinejad. A reportagem do NY Times lembra que a visita pode cortar os esforços do Oeste para pressionar o Irã, estremecer as relações entre o Brasil e os Estados Unidos e prejudicar a sua crescente reputação como poder global.

            O democrata Eliot Engel, presidente do subcomitê da Casa Branca para o Hemisfério Oeste, afirma à reportagem que a visita é um "erro grosseiro e terrível", pois o Brasil está dando o "ar de legitimidade" a Ahmadinejad, considerado por ele ilegítimo até mesmo para seu próprio povo. "Não faz sentido para mim, e prejudica a imagem do Brasil, francamente", afirmou. A reportagem também lembra que as relações entre Estados Unidos e Brasil ficaram "tensas" depois das críticas que Lula fez à forma que os Estados Unidos lidaram com a crise em Honduras, e à sua crescente presença militar na Colômbia.

(*) Fernando Toscano é o editor-chefe do Portal Brasil ==> Seu currículo

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