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- Inteligência Política -
16.12.2004

I N T E L I G Ê N C I A      P O L Í T I C A

A História de Israel e a Saga do Povo JUDEU
Por Marcílio Novaes Maxxon
Conselheiro do Congresso Nacional


SALMO 122
(Cântico das Subidas. De Davi)

1 Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR!
2  Os nossos pés estão dentro das tuas portas, ó Jerusalém.
3  Jerusalém está edificada como uma cidade bem sólida,
4  aonde sobem as tribos, as tribos do SENHOR, como testemunho de Israel, para darem graças ao nome do SENHOR,
5  pois ali estão os tronos do juízo, os tronos da casa de Davi.
6 Orai pela paz de Jerusalém! Prosperarão aqueles que te amam.
7  Haja paz dentro de teus muros e prosperidade dentro dos teus palácios.
8  Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: haja paz em ti!
9  Por causa da Casa do SENHOR, nosso Deus, buscarei o teu bem.

HISTÓRIA DE ISRAEL E O SEU CONTEÚDO SAGRADO

            Muitas vezes chego a pensar que todos os cidadãos no mundo tem descendência judaica de alguma forma ou em algum ponto da sua árvore genealógica. A
história do povo judeu, desde quando se instalaram (onde hoje é Israel) e após as sucessivas tentativas de expulsão desta terra e tentativas de extinção deste povo, demonstra a história claramente que foram obrigados a emigrar a vários lugares do mundo e, consequentemente, se mesclando com outros povos na tentativa de sobreviver. Se até o povo islâmico descende de Abraão (o patriarca do judaismo), se Jesus Cristo foi um judeu e se até existem estudos que o povo japonês aparenta ser a descendência de uma das tribos perdidas de Israel, quanto mais nos aprofundamos no assunto das migrações mundiais, podemos concluir que, muito provavelmente, todos ou quase todos no mundo tem um pézinho lá no judaismo.

            A arqueologia em Israel contribuiu muito para a compreensão dos laços entre o passado e o presente do país, revelando milhares de anos de história em cerca de 3.500 sítios arqueológicos. Para se construir um prédio em Israel, a construtora é obrigada a cavar primeiro um mínimo de 30 metros abaixo do solo para verificar se há algum outro vestígio do passado antes de construir qualquer coisa nova. Se acham alguma coisa, imediatamente é chamada a equipe de arqueologia para averiguar de forma profissional o valor do objeto encontrado e, dependendo do veredicto, o prédio é ou não construído no local. Se for determinado que ali existe mais uma prova arqueológica importante, não haverá nenhuma construção nova naquele determinado local. Muitos dos achados refletem a longa conexão do povo judeu com a Terra de
Israel, como os estábulos do Rei Salomão em Meguido (Vale de Jezreel), as casas do período israelita na Cidade de David (Jerusalém), os banhos rituais em Massada, numerosas sinagogas e os pergaminhos do Mar Morto, que contêm a mais antiga cópia existente do Livro de Isaías em escrita hebraica, ainda legível. É inegável a presença marcante dos que foram donos, de fato e de direito, da terra que é hoje Israel.

Sites de arqueologia de Israel (inglês):
http://www.hum.huji.ac.il/dinur/links/Archaeology.htm
http://www.archpark.org.il


            O povo judeu nasceu na Terra de Israel (Eretz Israel). Nela transcorreu uma etapa significativa de sua longa história, cujo primeiro milênio está registrado na Bíblia; nela se formou sua identidade cultural, religiosa e nacional; e nela se manteve ininterrupta, através dos séculos, sua presença física, mesmo depois do exílio forçado da maioria do povo. Durante os longos anos de dispersão, o povo judeu jamais rompeu ou esqueceu sua ligação com sua terra. Com o estabelecimento do Estado de Israel, em 1948, foi recuperada a independência judaica, perdida 2.000 anos antes. Mas, vamos à história:

Tempos bíblicos
Os patriarcas

            A história judaica começou há mais ou menos 4.000 anos (no séc. XVII A.C.) - com o patriarca Abraão, seu filho Isaac e seu neto Jacob. Documentos encontrados na Mesopotâmia, que datam de 2.000 -1.500 a.C., confirmam aspectos de sua vida nômade, tal como a Bíblia descreve. O Livro do Gênese relata como Abraão foi conclamado a abandonar a Caldéia, e ir para Canaã, para iniciar a formação do povo com a fé no Deus Único. Quando Canaã foi assolada pela fome, Jacob (Israel), seus doze filhos e suas famílias estabeleceram-se no Egito, onde seus descendentes foram reduzidos à escravidão e sujeitos a trabalhos forçados.

O Êxodo e o Assentamento

            Após 400 anos de servidão, os israelitas foram conduzidos à liberdade por Moisés que, segundo a narrativa bíblica, foi escolhido por Deus para tirar seu povo do Egito e retornar à Terra de Israel, prometida a seus antepassados (séc. XIII-XII A.C.). Durante 40 anos eles vagaram no deserto do Sinai, tornando-se uma nação; lá receberam a Torá (o Pentateuco), que inclui os Dez Mandamentos e deram forma e conteúdo à sua fé monoteísta. O êxodo do Egito (em 1300 A.C.) deixou uma marca indelével na memória nacional do povo judeu, e tornou-se um símbolo universal de liberdade e independência. Até hoje, como tradição, os judeus celebram todos os anos as festas de Pessach (a Páscoa judaica), Shavuot (Pentecostes) e Sucot (Festa dos Tabernáculos), relembrando os eventos ocorridos naquela época. Durante os dois séculos que se seguiram, os israelitas conquistaram a maior parte da Terra de Israel e renunciaram à sua vida nômade, tornando-se agricultores e artesãos; seguiu-se uma fase de consolidação social e econômica. Períodos de relativa paz se alternavam com tempos de guerra, durante os quais o povo se unia em torno de líderes conhecidos como "Juízes", escolhidos por suas habilidades políticas e militares, e por suas qualidades de liderança. A fraqueza inerente à essa organização tribal, face
à ameaça constituída pelos filisteus (povo navegante da Ásia Menor que havia se estabelecido na costa mediterrânea do país) gerou a necessidade de um chefe que unisse as tribos e mantivesse a liderança de modo permanente, com sucessão hereditária.

A Monarquia

            O reinado do primeiro rei, Saul (em 1020 A.C.) permitiu a transição entre esta organização tribal já frouxa e o pleno estabelecimento da monarquia, sob David, seu sucessor. O Rei David (1004-965 A.C.) fez de Israel uma das potências da região através de bem sucedidas expedições militares, entre as quais a derrota final dos filisteus, assim como por alianças políticas com os reinos vizinhos. Conseqüentemente, sua autoridade foi reconhecida desde as fronteiras com o Egito e o Mar Vermelho até as margens do Eufrates.  Internamente, ele unificou as doze tribos israelitas num só reino e estabeleceu sua capital, Jerusalém, e a monarquia, no centro da vida nacional. A tradição bíblica descreve David como poeta e músico, e os versos do Livro dos Salmos lhe são atribuídos. David foi sucedido por seu filho Salomão (965-930 A.C.), que consolidou mais ainda o reino. Através de tratados com os reis vizinhos, reforçados por casamentos políticos, Salomão garantiu a paz para seu reino, tornando-o uma das grandes potências da época. Ele expandiu o comércio exterior e promoveu a prosperidade doméstica, desenvolvendo grandes empreendimentos, tais como mineração do cobre e fundição de metais; construiu novas cidades e fortificou as que tinham importância estratégica e econômica. O auge de sua realização foi a construção do Templo de Jerusalém, que se tornou o centro da vida nacional e religiosa do povo judeu, até os dias de hoje. A Bíblia atribui a Salomão o Livro dos Provérbios e o Cântico dos Cânticos.

Os Profetas

            Os Profetas, pensadores religiosos e figuras carismáticas, considerados como dotados do dom divino de revelação, pregaram durante o período da monarquia
e até um século após a destruição de Jerusalém (586 A.C.). Às vezes, conselheiros dos reis em assuntos religiosos, éticos e políticos, e às vezes seus críticos, dando a primazia ao relacionamento entre o indivíduo e Deus, os profetas eram guiados pela sua aspiração de justiça e emitiram poderosos comentários sobre a moralidade da vida nacional judaica. Suas revelações estão registradas em livros de prosa e poesia inspiradas, muitos dos quais foram incorporados à Bíblia. O apelo universal e eterno dos profetas deriva de sua procura por uma consideração fundamental dos valores humanos. Palavras como as de Isaías (1:17): "Aprendei a fazer bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; pleiteai a causa das viúvas" continuam a alimentar a aspiração da humanidade pela justiça social.

A Monarquia Dividida

            O final do reino de Salomão foi marcado por descontentamento das camadas mais pobres da população, que tinham de pagar pesados impostos para financiar seus planos ambiciosos. Além disso, o tratamento preferencial dispensado à sua própria tribo exasperava as outras, e conseqüentemente crescia o antagonismo entre a monarquia e os separatistas tribais. Após a morte de Salomão (930 A.C.) uma insurreição aberta provocou a cisão das tribos do norte e a divisão do país em dois reinos: o reino setentrional de Israel, formado pelas dez tribos do norte, e o reino meridional de Judá, no território das tribos de Judá e Benjamim. O Reino de Israel, com sua capital Samaria, durou mais de 200 anos, e teve 19 reis; o Reino de Judá sobreviveu 350 anos, com sua capital, Jerusalém, e teve o mesmo número de reis, todos da linhagem de David. Com a expansão dos impérios assírio e babilônio, tanto Israel quanto Judá, mais tarde, acabaram caindo sob domínio estrangeiro. O Reino de Israel foi destruído pelos assírios (722 A.C.) e seu povo foi exilado e esquecido. Uns cem anos depois, a Babilônia conquistou o Reino de Judá, exilando a maioria de seus habitantes e destruindo Jerusalém e o Templo (586 A.C.).

O Primeiro exílio

            A conquista babilônica foi o fim do primeiro estado judaico (período do Primeiro Templo), mas não rompeu a ligação do povo judeu com sua terra. Às margens dos rios da Babilônia, os judeus assumiram o compromisso de lembrar para sempre sua pátria: "Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da sua destreza. Apegue-se-me a língua ao paladar, se me não lembrar de ti, se não preferir Jerusalém à minha maior alegria." (Salmos 137:5-6). O exílio na Babilônia, que se seguiu à destruição do Primeiro Templo, marcou o início da Diáspora judaica. Lá, o judaísmo começou a desenvolver um sistema e um modo de vida religioso fora de sua terra, para assegurar a sobrevivência nacional e a identidade espiritual do povo, concedendo-lhe a vitalidade necessária para preservar seu futuro como uma nação.

O Período do Segundo Templo
Os Períodos Persa e Helenístico
(538-142 A.C.)

            Em conseqüência de um decreto do Rei Ciro, da Pérsia, que conquistou o império babilônico, cerca de 50.000 judeus empreenderam o Primeiro Retorno à Terra de Israel, sob a liderança de Zerobabel, da dinastia de David. Menos de um século mais tarde, o Segundo Retorno foi liderado por Esdras, o Escriba. Durante os quatro séculos seguintes, os judeus viveram sob diferentes graus de autonomia sob o domínio persa (538-333 A.C.) e helenístico - ptolemaico e selêucida (332-142 A.C.). A repatriação dos judeus, sob a inspirada liderança de Esdras, a construção do Segundo Templo no sítio onde se erguera o Primeiro, a fortificação das muralhas de Jerusalém e o estabelecimento da Knesset Haguedolá (a Grande Assembléia), o supremo órgão religioso e judicial do povo judeu, marcaram o início do segundo estado judeu (período do Segundo Templo). Dentro do âmbito do Império Persa, a Judéia era uma nação cujo centro era Jerusalém, sendo a liderança confiada ao Sumo Sacerdote e ao conselho dos Anciãos. Como parte do mundo antigo conquistado por Alexandre Magno da Grécia (332 A.C.), a Terra de Israel continuava a ser uma teocracia judaica, sob o domínio dos selêucidas, estabelecidos na Síria. Quando os judeus foram proibidos de praticar o judaísmo e seu Templo foi profanado, como parte das tentativas gregas de impor a cultura e os costumes helenísticos a toda a população, desencadeou-se uma revolta (166 A.C.) liderada por Matatias, da dinastia sacerdotal dos Hasmoneus, e mais tarde por seu filho, Judá, o Macabeu. Os judeus entraram em Jerusalém e purificaram o Templo (164 A.C.), eventos comemorados até hoje anualmente, na festa de Chanuká.

A Dinastia dos Hasmoneus
(142-63 A.C.)

            Após novas vitórias dos Hasmoneus (142 A.C.), os selêucidas restauraram a autonomia da Judéia (como era então chamada a Terra de Israel) e, com o colapso do reino selêucida (129 A.C.), a independência judaica foi reconquistada. Sob a dinastia dos Hasmoneus, que durou cerca de 80 anos, as fronteiras do reino eram muito semelhantes às do tempo do Rei Salomão; o regime atingiu consolidação política e a vida judaica floresceu.

O Domínio Romano
(63 A.C. - 313 D.C.)


            Quando os romanos substituiram os selêucidas no papel de grande potência regional, eles concederam ao rei Hasmoneu Hircano II autoridade limitada, sob o controle do governador romano sediado em Damasco. Os judeus eram hostis ao novo regime, e os anos seguintes testemunharam muitas insurreições. Uma última tentativa de reconquistar a antiga glória da dinastia dos Hasmoneus foi feita por Matatias Antígono, cuja derrota e morte trouxe fim ao governo dos Hasmoneus (40 A.C.); o país tornou-se, então, uma província do Império Romano. Em 37 A.C., Herodes, genro de Hircano II, foi nomeado Rei da Judéia pelos romanos. Foi-lhe concedida autonomia quase ilimitada nos assuntos internos do país, e ele se tornou um dos mais poderosos monarcas da região oriental do Império Romano. Grande admirador da cultura greco-romana, Herodes lançou-se a um audacioso programa de construções, que incluía as cidades de Cesaréia e Sebástia e as fortalezas em Heródio e Massada. Ele também reformou o Templo, transformando-o num dos mais magníficos edifícios da época. Mas apesar de suas múltiplas realizações, Herodes não conseguiu fazer jus à confiança e ao apoio de seus súditos judeus. Dez anos após a morte de Herodes (4 A.C.), a Judéia caiu sob a administração romana direta. À proporção que aumentava a opressão romana à vida judaica, crescia a insatisfação, que se manifestava por violência esporádica, até que rompeu uma revolta total em 66 D.C. As forças romanas, lideradas por Tito, superiores em número e armamento, arrasaram finalmente Jerusalém (70 D.C.) e posteriormente derrotaram o último baluarte judeu em Massada (73 D.C.).

            No ano de 135 D.C., a cidade de Betar, próxima a Jerusalém, que se encontrava sob o comando de Bar Kochba, foi arrasada pelas tropas do imperador romano Adriano. Os romanos mataram milhares de judeus - homens, mulheres e crianças - que lutavam contra as determinações do imperador proibindo-os de seguir os preceitos básicos do judaísmo.

            A série de eventos que levou à revolta liderada por Bar Kochba e à queda de Betar começou no ano de 117 da era comum, quando o então governador da Síria, Adriano, tornou-se soberano do Império Romano. Quando assumiu o trono, prometeu aos judeus liberdade e tolerância religiosa. Mais do que isso, garantiu que lhes daria permissão para reconstruir Jerusalém e restaurar os serviços religiosos no Templo. Mas, em pouco tempo, Adriano provou que suas promessas haviam sido apenas palavras vazias, mudando de maneira dramática sua política em relação aos judeus.

            O imperador realmente determinou a reconstrução de Jerusalém, mas esta não seria mais uma cidade judaica; e o templo que seria construído seria dedicado à adoração de Júpiter. Este fato foi narrado pelo historiador Dio Cassius, que viveu cerca de um século após a revolta de Bar Kochba. Cassius assim escreveu: "Em Jerusalém, Adriano fundou uma cidade sobre a que havia sido arrasada, chamando-a Aelia Capitolina - Aelia em homenagem ao seu próprio nome, Publius Aelius Hadrianus, e Capitolina em honra a Júpiter, cujo templo em Roma fora erguido sobre o Monte Capitolene. No local do Templo em Aelia Capitolina, mandou erguer um santuário para Júpiter. Este fato levou à guerra, pois os judeus não toleraram que estrangeiros se instalassem em sua cidade e ali construíssem seus templos".

A Halachá

            A Halachá é o corpo de leis que tem guiado a vida judaica em todo o mundo desde os tempos pós-bíblicos. Ela trata das obrigações religiosas dos judeus, tanto em suas relações interpessoais quanto em suas observâncias rituais, abrangendo praticamente todos os aspectos do comportamento humano - nascimento e casamento, alegria e tristeza, agricultura e comércio, ética e teologia. Enraizada na Bíblia, a autoridade da Halachá é baseada no Talmud, o corpo de leis e saber judaicos (completado em 400 D.C.), que compreende a Mishná, primeira compilação escrita da Lei Oral (codificada em 210 D.C.) e a Guemará, uma elaboração da Mishná. A fim de oferecer orientação na observância da Halachá, compilações concisas e sistematicamente ordenadas foram redigidas por eruditos religiosos, a partir dos séculos I e II. Uma das mais autorizadas destas codificações é o Shulchan Aruch, escrito por Joseph Caro em Safed (Sfat) no século XVI

Dominação Estrangeira
O Domínio Bizantino
(313-636 D.C.)

            No final do século IV, após a conversão do imperador Constantino ao cristianismo (313 D.C.) e a fundação do Império Bizantino, a Terra de Israel se tornara um país predominantemente cristão. Foram construídas igrejas nos lugares santos cristãos de Jerusalém, Belém e da Galiléia, e fundaram-se mosteiros em várias partes do país. Os judeus estavam privados de sua relativa autonomia anterior, assim como do direito de ocupar postos públicos; também lhes era proibida a entrada em Jerusalém, com excessão de um dia por ano (Tishá beAv - dia 9 de Av), quando podiam prantear a destruição do Templo. A invasão persa de 614 D.C. contou com o auxílio dos judeus, animados pela esperança messiânica da libertação. Em gratidão por sua ajuda, eles receberam o governo de Jerusalém; esse interlúdio, porém, durou apenas três anos. Subseqüentemente, o exército bizantino recuperou o domínio da cidade (629 D.C.), e os habitantes judeus foram novamente expulsos.

O Domínio Árabe
(636-1099 D.C.)

            A conquista do país pelos árabes ocorreu quatro anos após a morte do profeta Maomé (632 D.C.) e durou mais de quatro séculos, sob o governo de califas
estabelecidos primeiramente em Damasco, depois em Bagdá e no Egito. No início do domínio muçulmano, os judeus novamente se instalaram em Jerusalém, e a comunidade judaica recebeu o costumeiro status de proteção concedido aos não-muçulmanos sob domínio islâmico, que lhes garantia a vida, as propriedades e a liberdade de culto, em troca do pagamento de taxas especiais e impostos territoriais. Contudo, a introdução subseqüente de restrições contra os não-muçulmanos (717 D.C.) afetou a vida pública dos judeus, assim como sua observância religiosa e seu status legal. A imposição de pesados impostos sobre as terras agrícolas levou muitos judeus a mudar-se das áreas rurais para as cidades, onde sua situação pouco melhorou; a crescente discriminação social e econômica forçou muitos outros a abandonar o país. Pelo final do século XI, a comunidade judaica da Terra de Israel havia diminuído consideravelmente, tendo perdido também parte de sua coesão organizacional e religiosa.

Os Cruzados
(1099-1291 D.C.)

            Nos 200 anos seguintes, o país foi dominado pelos cruzados que, atendendo a um apelo do Papa Urbano II, partiram da Europa para recuperar a Terra Santa das mãos dos "infiéis". Em julho de 1099, após um cerco de cinco semanas, os cavaleiros da Primeira Cruzada e seu exército de plebeus capturaram Jerusalém, massacrando a maioria de seus habitantes não-cristãos. Entrincheirados em suas sinagogas, os judeus defenderam seu quarteirão, mas foram queimados vivos ou vendidos como escravos. Nas poucas décadas que se sucederam, os cruzados estenderam seu poder sobre o restante do país, em parte através de tratados e acordos, mas sobretudo em conseqüência de sangrentas conquistas militares. O Reino Latino dos Cruzados constituía-se de uma minoria conquistadora, confinada em cidades e castelos fortificados. Quando os cruzados abriram as rotas de transporte da Europa, a peregrinação à Terra Santa tornou-se popular; ao mesmo tempo, um crescente número de judeus procurava retornar à sua pátria. Documentos da época revelam que um grupo de 300 rabinos da França e Inglaterra chegou ao país, instalando-se em
Acre (Aco) e em Jerusalém. Após a derrota dos cruzados pelo exército muçulmano de Saladino (1187), os judeus passaram a gozar novamente de uma certa dose de liberdade, inclusive o direito de viver em Jerusalém. Embora os cruzados conseguissem ainda manter sua presença no país após a morte de Saladino (1193), ela se limitava a uma rede de castelos fortificados. O domínio cruzado sobre o país chegou ao fim com a derrota final frente aos mamelucos (1291), uma casta militar
muçulmana que conquistara o poder no Egito. 

O Domínio Mameluco
(1291-1516 D.C.)

            Sob o domínio mameluco, o país tornou-se uma província atrasada, cuja sede de governo era em Damasco. Acre, Jafa (Iafo) e outros portos foram destruídos por temor a novas cruzadas, e o comércio, tanto marítimo quanto terrestre, foi interrompido. No final da Idade Média, os centros urbanos do país estavam virtualmente em ruínas, a maior parte de Jerusalém estava abandonada e a pequena comunidade judaica vivia à míngua. O período de decadência sob os mamelucos foi obscurecido ainda por revoltas políticas e econômicas, epidemias, devastação por gafanhotos e terríveis terremotos.

O Domínio Otomano
(1517-1917 D.C.)


            Após a conquista otomana, em 1517, o país foi dividido em quatro distritos, ligados administrativamente à província de Damasco; a sede do governo era em
Istambul. No começo da era otomana, cerca de 1000 famílias judias viviam na Terra de Israel, em Jerusalém, Nablus (Sichem), Hebron, Gaza, Safed (Sfat) e algumas aldeias da Galiléia. A comunidade se compunha de descendentes de judeus que nunca haviam deixado o país, e de imigrantes da África do Norte e da Europa. Um governo eficiente, até a morte do sultão Suleiman, o Magnífico (1566), trouxe melhorias e estimulou a imigração judaica. Alguns dos recém-chegados se estabeleceram em Jerusalém, mas a maioria se dirigiu a Safed onde, nos meados do século XVI, a população judaica chegava a 10.000 pessoas; a cidade se tornara um próspero centro têxtil, e foco de intensa atividade intelectual. O estudo da Cabala (o misticismo judaico) floresceu durante este período, e novos esclarecimentos da lei judaica, codificados no Shulchan Aruch, espalharam-se por toda a Diáspora, desde as casas de estudo de Safed. À proporção que o governo otomano declinava e perdia sua eficiência, o país foi caindo de novo em estado de abandono geral. No final do século XVIII, a maior parte das terras pertencia a proprietáriosausentes, que as arrendavam
a agricultores empobrecidos pelos impostos, elevadose arbitrários. As grandes florestas da Galiléia e do monte Carmelestavam desnudas; pântanos e desertos invadiam as terras produtivas.

            O século XIX testemunhou os primeiros sinais de que o atraso medieval cedia lugar ao progresso. Várias potências ocidentais procuravam alcançar posições
na região, freqüentemente através de atividades missionárias. Eruditos ingleses, franceses e americanos iniciavam estudos de arqueologia bíblica; a Inglaterra, a França, a Rússia, a Áustria e os Estados Unidos abriram consulados em Jerusalém. Foram inauguradas rotas marítimas regulares entre a Terra de Israel e a Europa, instaladas conexões postais e telegráficas e construída a primeira estrada, entre Jerusalém e Iafo. O renascimento do país como a encruzilhada comercial de três continentes acelerou-se com a abertura do Canal de Suez. 

            Conseqüentemente, a situação dos judeus do país foi melhorando, e a população judaica aumentou consideravelmente. Em meados do século, a superpopulação dentro das muralhas de Jerusalém levou os judeus a construir o primeiro bairro fora dos muros (1860) e, durante os vinte e cinco anos seguintes, mais outros sete, formando o núcleo da Cidade Nova. Por volta de 1880, os judeus já constituíam a maioria da população de Jerusalém. Terras agrícolas eram compradas em todo o país; novas colônias rurais se estabeleciam; e o hebraico, durante muitos séculos restrito à liturgia e à literatura, era revivido. O cenário estava pronto para a criação do movimento sionista.

Sionismo - o movimento de libertação nacional do povo judeu - é uma palavra derivada de "Sion", o sinônimo tradicional de Jerusalém e da Terra de Israel. O ideal do sionismo - a redenção do povo judeu em sua pátria ancestral - está enraizado na contínua espera pelo retorno e na profunda ligação à Terra de Israel, que foi sempre parte inerente da existência judaica na Diáspora através dos séculos. O sionismo político surgiu em conseqüência da contínua opressão e perseguição dos judeus na Europa Oriental e da desilusão com a emancipação na Europa Ocidental, que não pusera fim à discriminação nem levara à integração dos judeus nas sociedades locais. Sua expressão formal foi o estabelecimento da Organização Sionista (1897), durante o Primeiro Congresso Sionista, reunido por Teodoro Herzl -
http://www.mfa.gov.il/mfa/go.asp em Basiléia, na Suíça. O programa do movimento sionista continha elementos ideológicos e práticos para a promoção do retorno dos judeus à sua terra, do renascimento social, cultural, econômico e político da vida nacional judaica, procurando também alcançar o reconhecimento internacional para o lar nacional do povo judeu em sua pátria histórica, onde os judeus não fossem perseguidos e pudessem desenvolver suas vidas e identidade.

Leia como curiosidade:
http://www.shemo.hpg.ig.com.br/mlk2.html

O Domínio Britânico
(1918-1948 D.C.)

            Em julho de 1922, a Liga das Nações confiou à Grã-Bretanha o Mandato sobre a Palestina (nome pelo qual o país era designado na época) -
http://www.mfa.gov.il/mfa/go.asp?MFAH00pr0 . Reconhecendo "a ligação histórica do povo judeu com a Palestina", recomendava que a Grã-Bretanha facilitasse o estabelecimento de um lar nacional judaico na Palestina-Eretz Israel (Terra de Israel). Dois meses depois, em setembro de 1922, o Conselho da Liga das Nações e a Grã-Bretanha decidiram que as estipulações destinadas ao estabelecimento deste lar nacional judaico não seriam aplicadas à região situada a leste do Rio Jordão, cuja área constituía os três quartos do território do Mandato - e que mais tarde tornou-se o Reino Hashemita da Jordânia. Portanto, a Jordânia, inicialmente com o nome de Transjordânia, foi destinada aos palestinos muçulmanos sobre quase 80% das terras que seriam dos judeus, ou seja, para que não houvessem muitos problemas, mais
tarde em 1948, onde Israel ficou em cima de apenas aproximadamente 20% do território que, originalmente, seria dos judeus.

Administração

            As autoridades mandatórias britânicas concederam às comunidades judaica e árabe o direito de gerirem seus próprios assuntos internos. Utilizando-se deste direito, a comunidade judaica, conhecida como o ishuv, elegeu em 1920 um órgão governamental autônomo, baseado em representação partidária, que se reunia anualmente para avaliação das atividades e a eleição do Conselho Nacional (Vaad Leumi), responsável pela implementação de sua política e programas. Este conselho desenvolveu e manteve uma rede nacional de serviços educacionais, religiosos, sociais e de saúde, financiada por recursos locais e por fundos angariados pelo judaísmo mundial. Em 1922, conforme estipulado pelo Mandato, foi constituída a "Agência Judaica", para representar o povo judeu diante das autoridades britânicas, governos estrangeiros e organizações internacionais.

Desenvolvimento Econômico

            Durante as três décadas do mandato, a agricultura expandiu-se, foram criadas fábricas e construíram-se estradas; as águas do Rio Jordão foram represadas para a produção de energia elétrica; e o potencial mineral do Mar Morto passou a ser explorado. Em 1920 foi fundada a Histadrut (Federação Geral de Trabalhadores), para promover o bem-estar dos trabalhadores e criar empregos, através do estabelecimento de empresas de propriedade cooperativa no setor industrial, assim como de serviços de comercialização para as colônias agrícolas comunais.

Imigração

            Motivadas pelo sionismo e encorajadas pela "simpatia para com as aspirações sionistas dos judeus", expressas pela Inglaterra, através do Ministro de Relações Exteriores Lord Balfour (1917), chegaram ao país, entre 1919 e 1939, sucessivas levas de imigrantes, cada uma das quais trouxe sua contribuição específica ao desenvolvimento da comunidade judaica. Cerca de 35.000 judeus chegaram entre 1919 e 1923, sobretudo da Rússia, e tiveram influência marcante sobre o caráter e a organização da sociedade nos anos seguintes. Estes pioneiros lançaram os fundamentos de uma infra-estrutura social e econômica abrangente, desenvolveram a agricultura, estabeleceram formas de assentamento rural comunal singulares - o kibutz e o moshav - e forneceram a mão-de-obra para a construção de moradias e estradas. A onda seguinte, entre 1924 e 1932, trouxe uns 60.000 judeus, sobretudo da Polônia, e contribuiu para o desenvolvimento e enriquecimento da vida urbana.
Estes imigrantes se estabeleceram principalmente em Tel Aviv, Haifa e Jerusalém, onde criaram pequenos negócios, firmas de construção e indústrias leves. A última grande onda imigratória anterior à 2a Guerra Mundial ocorreu na década de 30, após a ascenção de Hitler ao poder, e compôs-se de cerca de 165.000 pessoas. Estes recém-chegados, muitos dos quais eram profissionais e acadêmicos, representaram o primeiro grande influxo proveniente da Europa Central e Ocidental. Por sua educação, habilidades e experiência, eles elevaram os padrões comerciais, refinaram as condições urbanas e rurais e ampliaram a vida cultural da comunidade.

Cultura

            Aos poucos, ia surgindo uma vida cultural específica da comunidade judaica na Terra de Israel. A arte, a música e a dança desenvolveram-se gradualmente, com o estabelecimento de escolas profissionais e estúdios. Criaram-se galerias e salas de espetáculos onde se apresentavam exposições e espetáculos, freqüentadas por um público exigente. A estréia de uma nova peça, o lançamento de um novo livro ou a retrospectiva de um pintor local eram comentados pela imprensa e tornavam-se o tema de animadas discussões nos cafés e reuniões sociais. O hebraico -
http://www.mfa.gov.il/mfa/go.asp?MFAH07q20 - foi reconhecido como uma das três línguas oficiais do país, ao lado do inglês e árabe, e era usado em documentos, moedas e selos, assim como nas transmissões radiofônicas. A atividade editorial proliferou, e o país tornou-se o centro mundial da atividade literária em hebraico. Teatros de vários gêneros abriam suas portas a audiências entusiásticas, e apareceram as primeiras peças originais hebraicas.

Oposição Árabe e Restrições Britânicas

            O renascimento nacional judaico e os esforços da comunidade por reconstruir o país encontraram forte oposição por parte dos nacionalistas árabes. Seu ressentimento explodiu em períodos de intensa violência (1920, 1921, 1929, 1936-39), quando os transportes judeus eram molestados, campos e florestas incendiados e a população judaica era atacada sem motivo. As tentativas do movimento sionista de chegar a um diálogo com os árabes foram infrutíferas, e o nacionalismo árabe e judeu se polarizaram em situação explosiva. Reconhecendo os objetivos opostos dos dois movimentos nacionais, a Grã-Bretanha recomendou (1937) que o país fosse dividido em dois estados, um árabe e um judeu. A liderança judaica aceitou a idéia da partilha e encarregou a Agência Judaica de negociar com o governo britânico, num esforço de reformular alguns aspectos da proposta. Os árabes eram absolutamente contra qualquer plano de partilha, mesmo com a criação da Jordânia em 1922, cujo objetivo era evitar todo este conflito após 1948.

Os movimentos clandestinos

            Três movimentos clandestinos judeus operaram durante o período do Mandato Britânico. O maior era a Haganá, fundado em 1920 pela comunidade judaica como milícia de auto-defesa para garantir a segurança da população judaica. A partir dos meados da década de 30, ela também passou a retaliar os ataques árabes e a responder às restrições britânicas contra a imigração judaica com demonstrações de massa e atos de sabotagem. O Etzel, criado em 1931, rejeitou as restrições auto-impostas pela Haganá e iniciou ações independentes contra objetivos árabes e ingleses. O menor e mais militante dos grupos, o Lechi, surgiu em 1940, e sua linha
era sobretudo anti-britânica. Os três grupos foram dissolvidos em maio de 1948, com a criação das Forças de Defesa de Israel. Atos de violência contínuos e em grande escala levaram a Grã-Bretanha a publicar o Livro Branco (maio de 1939), que impunha drásticas restrições à imigração judaica, embora tal restrição significasse negar ao judaísmo europeu um refúgio à perseguição nazista. O início da 2a Guerra Mundial, pouco depois, levou David Ben-Gurion, mais tarde o primeiro chefe de governo
israelense, a declarar: "Lutaremos na guerra como se não houvera o Livro Branco, e combateremos o Livro Branco como se não houvesse guerra."

Voluntários judeus na 2ª Guerra Mundial

            Mais de 26.000 homens e mulheres da comunidade judaica do país uniram-se às forças britânicas como voluntários no combate à Alemanha nazista e seus
aliados do Eixo, servindo no exército, marinha e aeronáutica. Em setembro de 1944, após prolongados esforços da Agência Judaica no país e do movimento sionista no exterior pelo reconhecimento da participação dos judeus da Palestina no esforço de guerra, foi constituída a Brigada Judaica, unidade militar independente das forças britânicas, com bandeira e emblema próprios. Formada por cerca de 5.000 homens, a Brigada atuou no Egito, no norte da Itália e no noroeste da Europa. Após a vitória dos aliados na Europa (1945), muitos de seus membros uniram-se ao movimento de "imigração ilegal", para trazer sobreviventes do Holocausto à Terra de Israel.

O Holocausto

            Durante a 2a Guerra Mundial (1939-1945), o regime nazista executou, deliberada e sistematicamente, seu plano-mestre de liquidação da comunidade judaica da Europa; durante este período foram assasinados 6 milhões de judeus, entre os quais 1,5 milhão de crianças. Hoje em dia, a campanha anti-semita tenta ludibriar o mundo com teorias absurdas, chamadas de "Revisionistas", tentando convencer a todos de que nunca houve tal matança de judeus por Hitler, porém este genocídio foi mais do que provado que existiu. Ainda existem judeus vivos que podem testemunhar tal perseguição, exploração e matança de judeus. À proporção que as tropas nazistas varriam a Europa, os judeus eram perseguidos selvagemente, submetidos a torturas e humilhações inconcebíveis e fechados em guetos, onde tentativas de
resistência armada trouxeram em conseqüência medidas ainda mais drásticas. Dos guetos eles eram transportados aos campos de concentração onde alguns afortunados eram submetidos a trabalhos forçados, e a maioria era assassinada em fuzilamentos em massa ou nas câmaras de gás. Somente alguns escaparam. Alguns fugiram para outros países, outros uniram-se aos partisanos (resistência) e alguns foram escondidos por não-judeus, que o fizeram arriscando suas próprias vidas. Em conseqüência, de uma população de quase 9 milhões, que constituíra no passado a maior e mais vibrante comunidade judaica do mundo, sobreviveu apenas 1/3, incluindo aqueles que haviam deixado a Europa antes da guerra.

Para ler mais sobre o Holocausto Nazista:
http://www.geocities.com/Pentagon/Quarters/3415/holo1.html

            Após a guerra, os britânicos intensificaram suas restrições ao número de judeus que tinham permissão de entrar e se estabelecer no país. A comunidade judaica reagiu, instituindo uma ampla rede de atividades de "imigração ilegal", para salvar os sobreviventes do Holocausto. Entre 1945 e 1948, cerca de 85.000 judeus ingressaram no país, através de rotas secretas e muitas vezes perigosas, apesar do bloqueio naval britânico e do patrulhamento nas fronteiras para interceptar os refugiados antes que eles chegassem ao país. Os que eram capturados eram internados em campos de detenção na ilha de Chipre.

O Caminho Para a Independência

            A inabilidade da Grã-Bretanha em conciliar as exigências opostas das comunidades judaica e árabe levou o governo inglês a requerer que a "Questão da Palestina" fosse inscrita na agenda da Assembléia Geral das Nações Unidas (abril de 1947). Em conseqüência, foi constituído um comitê especial para preparar propostas relativas ao futuro do país. Em 29 de novembro de 1947, a Assembléia votou pela adoção da recomendação do comitê propondo a partilha do país em dois estados, um judeu e outro árabe. A comunidade judaica aceitou o plano; os árabes o rejeitaram. Após a decisão da ONU, os militantes árabes locais, ajudados por forças voluntárias irregulares dos países árabes, desfecharam violentos ataques contra a comunidade judaica, num esforço por frustrar a resolução da partilha e impedir o estabelecimento do estado judeu. Após vários revezes, as organizações de defesa judaicas expulsaram a maior parte das forças atacantes, tomando posse de toda a área que tinha sido destinada ao estado judeu. Em 14 de maio de 1948, data em que o Mandato Britânico terminou, a população judaica na Terra de Israel era de 650.000 pessoas, formando uma comunidade organizada, com instituições políticas, sociais e econômicas bem desenvolvidas - de fato, uma nação em todos os sentidos.

O Estado de Israel

            O Estado de Israel foi proclamado no dia 14 de maio de 1948, de acordo com o plano de partilha da ONU de 1947. Menos de 24 horas depois, os exércitos regulares do Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o país, forçando Israel a defender a soberania que acabara de reconquistar em sua pátria ancestral. Nesta luta - conhecida como a Guerra de Independência de Israel - as recém-formadas Forças de Defesa de Israel (FDI), pobremente equipadas, rechaçaram os invasores em lutas ferozes e intermitentes, que se prolongaram por 15 meses, e custaram a vida de 6.000 israelenses (quase 1%  da população judaica no país na época). No transcurso dos primeiros meses de 1949, realizaram-se negociações diretas, sob os auspícios da ONU, entre Israel e cada um dos países invasores (exceto o Iraque, que se recusou a negociar com Israel até hoje); o resultado foi a assinatura de acordos de armistício, que refletiam as posições no final dos combates. Em conseqüência, a planície costeira, a Galiléia e todo o Neguev ficaram sob soberania israelense, a Judéia e a Samaria (a Margem Ocidental) ficaram sob o domínio da Jordânia e a Faixa de Gaza, sob administração egípcia; a cidade de Jerusalém ficou dividida, cabendo à Jordânia o controle da parte oriental, inclusive a Cidade Velha, e
a Israel, o setor ocidental da cidade.

Sob Ocupação Jordaniana

            A Cidade Velha de Jerusalém foi ilegalmente anexada à Jordânia em 1950, após ter sido ocupada pela Legião da Jordânia, em 28 de maio de 1948 - uma anexação reconhecida apenas pela Grã Bretanha e pelo Paquistão. As duas partes da cidade foram divididas com arame farpado e campos minados, enquanto os soldados jordanianos atiravam a esmo nos cidadãos israelenses do alto das antigas muralhas sagradas. Todos os israelenses - judeus, muçulmanos e cristãos - tiveram sua entrada proibida na Cidade Velha, em flagrante violação do Acordo de Armistício entre Israel e Jordânia, assinado em março de 1949. Os turistas estrangeiros em visita a Jerusalém geralmente tinham que apresentar a certidão de batismo. Durante todos esses anos, todos os vestígios da presença judaica na cidade foram sistematicamente abolidos. Construiu-se uma estrada que cortava o antigo cemitério judaico no Monte das Oliveiras, usando-se suas lápides para pavimentar os pisos nos acampamentos militares e nas latrinas. Cinqüenta e oito sinagogas, incluindo a Sinagoga Hurva, de 700 anos de construída, na Cidade Velha, foram praticamente
violadas e destruídas. Negou-se o acesso aos judeus a seus lugares sagrados, especialmente ao Muro das Lamentações. E os israelenses muçulmanos também se
viram impedidos de ter acesso às mesquitas na Cidade Velha de Jerusalém.

            Quando Israel libertou Jerusalém, o Governo promulgou a Lei de proteção dos Lugares Santos, garantindo liberdade de acesso e culto aos locais sagrados
de todas as fés e denominações, além de autonomia interna a vários grupos religiosos para administrarem suas respectivas propriedades e locais de culto. O Knesset estendeu jurisdição israelense a Jerusalém Oriental, dessa forma unificando a cidade sob governo de Israel e colocando um fim à legislação discriminatória. Os israelenses agiram com rapidez para normalizar os direitos aos muçulmanos de orar no Monte do Templo, apesar do fato de que este seja o mais sagrado dos locais para a religião judaica. Hoje em dia, o Wakf, que administra o Monte do Templo, proíbe os judeus de orarem nesse local sagrado.

Jerusalém na História Judaica

            Jerusalém está indissoluvelmente ligada ao povo judeu. Seu status especial para a tradição judaica remonta a cerca de 4.000 anos. Em 1004 A.C., David fez da cidade a capital de seu reino e seu filho, Salomão, lá construiu o Templo Sagrado. A cidade permaneceu como capital da dinastia de David durante 400 anos, até ser conquistada e destruída pelo babilônios, em 586 A.C.

            Jerusalém é mencionada mais de 800 vezes na Bíblia; e tem 70 nomes na literatura pós-bíblica.

            A destruição de Jerusalém é comemorada em rituais sem conta, orações, em dias de jejum. Os judeus, em todo o mundo, fazem sua orações voltados para Jerusalém. Quebra-se um copo na cerimônia de casamento, pois nenhuma alegria pode se completa enquanto o Templo Sagrado de Jerusalém não for reconstruído. Os judeus muito religiosos deixam um quadrado de reboco sem acabamento, ao construir uma casa nova, "em memória da destruição do Templo". As orações do Seder de Pessach (Páscoa dos judeus) e de Yom Kipur (Dia do Perdão) culminam com o desejo fervoroso de que "no ano próximo, estejamos em Jerusalém!"

A Construção do Estado

            Com o fim da guerra pela independência, Israel concentrou seus esforços na construção do Estado pelo qual o povo tinha lutado tão longa e arduamente. O primeiro Knesset (parlamento) de 120 assentos entrou em funcionamento após as eleições nacionais (25 de janeiro de 1949), com a participação de quase 85% dos eleitores. Duas figuras que haviam conduzido Israel à independência tornaram-se os líderes do país: David Ben-Gurion, presidente da Agência Judaica, foi eleito Primeiro-Ministro; e Chaim Weizmann, presidente da Organização Sionista Mundial, foi o primeiro Presidente eleito pelo Knesset. Em 11 de maio de 1949, Israel tornou-se o 59o. membro das Nações Unidas.

            De acordo com o conceito de "reunião dos exilados", que é a verdadeira razão de ser do Estado de Israel, os portões do país foram abertos de par em par, confirmando o direito de cada judeu de vir a Israel e, ao chegar, receber cidadania automaticamente. Nos primeiros quatro meses de independência, chegaram ao país cerca de 50.000 imigrantes, em sua maioria sobreviventes do Holocausto. No final de 1951, haviam chegado cerca de 687.000 pessoas, homens, mulheres e crianças, dentre os quais 300.000 refugiados dos países árabes; a população judaica do país duplicara no prazo de quatro anos. A crise econômica causada pela Guerra da Independência e a necessidade de dar atendimento à população que crescia rapidamente exigiram uma política de austeridade interna e a procura de ajuda financeira do exterior. O auxílio prestado pelo governo dos Estados Unidos, os empréstimos de bancos americanos, a contribuição dos judeus da Diáspora e as reparações alemãs do
pós-guerra foram empregados na construção de moradias, na mecanização da agricultura, no estabelecimento da marinha mercante e da linha aérea nacional, no desenvolvimento industrial e na expansão de rodovias, telecomunicações e rede elétrica. No final da primeira década, a produção industrial do país tinha dobrado, assim como o número de pessoas empregadas; as exportações industriais haviam quadruplicado. O aumento das áreas cultivadas havia trazido a auto-suficiência no suprimento de todos os produtos alimentícios básicos (exceto carne e cereais); cerca de 20.000 hectares de terra árida foram reflorestados, e foram plantadas árvores ao longo de 800 km de estradas. O sistema educacional, desenvolvido pela comunidade judaica no período anterior ao estado e que agora incluía o setor árabe, expandiu-se
consideravelmente. A freqüência escolar tornou-se gratuita e compulsória para todas as crianças entre 5 e 14 anos (desde 1978 ela é obrigatória até os 16 anos e gratuita até os 18). As atividades artísticas e culturais floresciam, misturando elementos ocidentais, do Oriente Médio e da África do Norte; judeus chegados de todas as partes do mundo traziam consigo as tradições específicas de suas comunidades, assim como os aspectos culturais preponderantes dos países onde haviam vivido durante gerações. Quando Israel celebrou seu 10o aniversário, a população ultrapassava os 2 milhões de habitantes.

A Campanha do Sinai, 1956

            Apesar de tudo, estes anos de construção nacional foram obscurecidos por sérios problemas de segurança. Os acordos de armistício de 1949 não só haviam fracassado em pavimentar o caminho para a paz; eram também constantemente violados. Contrariando a resolução do Conselho de Segurança da ONU desetembro de 1951, os navios israelenses e aqueles com destino a Israel eram impedidos de passar pelo Canal de Suez; o bloqueio ao Estreito de Tiran foi reforçado; incursões de grupos terroristas provenientes dos países árabes vizinhos ao território de Israel, vindos para matar e sabotar, eram cada vez mais freqüentes; e a península do Sinai convertia-se gradualmente numa imensa base militar egípcia. Com a assinatura de uma aliança militar tripartite entre o Egito, a Síria e a Jordânia (outubro de 1956) a ameaça à existência de Israel tornou-se mais iminente. No curso de uma campanha militar de oito dias, as FDI capturaram a Faixa de Gaza e toda a península do Sinai, detendo-se a 16 km a leste do Canal de Suez. A decisão da ONU de enviar uma Força de Emergência (UNEF) ao longo da fronteira Egito-Israel e garantias egípcias de permitir a livre navegação no Golfo de Eilat levaram Israel a concordar em retirar-se em etapas (novembro de 1956 - março de 1957) das áreas conquistadas poucas
semanas antes. Em conseqüência, o Estreito de Tiran foi aberto, permitindo odesenvolvimento do comércio com países da Ásia e da África, assim como a importação de petróleo do Golfo Pérsico.

Os anos de Consolidação

            Durante a segunda década (1958-68), as exportações duplicaram e o PNB subiu cerca de 10% anualmente. Artigos anteriormente importados, como papel, pneus, rádios e geladeiras, eram agora fabricados no país; mas o crescimento mais vertiginoso ocorreu nos ramos recentemente criados, como metalúrgica, mecânica, química e eletrônica. Como o mercado interno para os produtos alimentícios estava chegando rapidamente ao ponto de saturação, o setor agrícola voltou-se a culturas destinadas à indústria alimentícia, assim como a produtos frescos para fins de exportação. Para atender à demanda do crescente tráfego comercial, um segundo porto para navios de grande calado foi construído em Ashdod, na costa do Mediterrâneo, além do já existente em Haifa. Em Jerusalém foi construída a sede definitiva do Knesset, assim como novos prédios para o Centro Médico Hadassa e para a Universidade Hebraica, em substituição aos locais anteriores situados no Monte Scopus, abandonados após a Guerra da Independência. Foi fundado o Museu Israel, com o objetivo de colecionar, conservar, estudar e expor os tesouros artísticos e culturais
do povo judeu.

            As relações exteriores de Israel expandiam-se: estreitaram-se os laços com os Estados Unidos, os países da Comunidade Britânica, a maioria dos países da Europa Ocidental, quase todos os países da América Latina e da África e alguns da Ásia. Iniciaram-se extensos programas de cooperação internacional, e centenas de israelenses, médicos, engenheiros, professores, agrônomos, peritos em irrigação e monitores de movimentos juvenis, compartilhavam seu know-how e experiência com outros países em desenvolvimento. Em 1965 o país trocou embaixadores com a República Federal da Alemanha, um passo que fora anteriormente adiado por causa das amargas memórias do povo judeu dos crimes cometidos durante o regime nazista (1933-45). Oposição violenta e debates públicos precederam a normalização das relações entre os dois países.

O julgamento de Eichmann

            Em maio de 1960, Adolfo Eichmann, um dos principais organizadores do programa de extermínio nazista duranta a 2a Guerra Mundial, foi trazido ao país para ser julgado segundo a Lei israelense (de Punição) dos Nazistas e de Seus Colaboradores, de 1950. Neste julgamento, iniciado em abril de 1961, Eichmann foi considerado culpado de crimes contra a humanidade e o povo judeu, e condenado à morte. Seu apelo à Suprema Corte foi rejeitado, e ele foi enforcado em 30 de maio de 1962. Esta foi a única vez em que a pena de morte foi aplicada sob a lei israelense.

A Guerra dos Seis Dias, 1967

            Esta guerra eclodiu seguindo-se a um período de crescente campanha anti-Israel, em todo o Oriente Médio, durante os meses de abril e maio de 1967. Em 15 de maio, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser ordenou a retirada das Forças de Paz Emergenciais das Nações Unidas estacionadas no Sinai e, logo a seguir, fechou o Estreito de Tirã à navegação de Israel, desafiando as leis internacionais. Em 31 de maio, o Egito havia deslocado 100.000 homens, 1.000 tanques e 500 peças de artilharia pesada para o Sinai. O Egito e a Jordânia tinham assinado um acordo militar de defesa e a Síria, Jordânia e Iraque haviam convocado seus exércitos. O Kuwait, Arábia Saudita, Sudão e Argélia tinham enviado tropas e armamentos. Israel viu-se cercado por um contingente de cerca de 250.000 soldados, mais de 2.000 tanques e 700 aviões de combate. O Presidente Aref, do Iraque, declarou: "Nosso objetivo é claro: varrer Israel do mapa". Em 4 de junho, Israel defrontava-se com o
inimigo em três frentes.

            Com a declaração de neutralidade por parte dos EUA e a imposição de um embargo de armas na região, em conjunto com a França - enquanto que a ex-URSS armava maciçamente os árabes - e os israelenses eram cada vez mais isolados na arena internacional, o brado pela aniquilação de Israel não era uma ameaça sem fundamento. Na manhã de 5 de junho, a Força Aérea de Israel, antecipando-se a qualquer ação do inimigo, destruiu praticamente toda a Força Aérea Egípcia. Os tanques israelenses cruzaram o Sinai até a margem oriental do Canal de Suez. Em 5 de junho, a Jordânia atacou Israel.

            A 7 de junho, os soldados israelenses derrubaram as muralhas da Cidade Velha de Jerusalém. Correndo cegamente, esses soldados dirigiram-se ao Muro das
Lamentações, chorando como crianças ao abraçar suas pedras ancestrais. Após escalar o Muro, soaram as palavras eletrizantes do Comandante Motta Gur: "O Monte do Templo está em nossas mãos! O Monte do Templo está em nossas mãos!" E isso é uma Promessa do Deus VIVO ao seu Povo!

Entre 2 Guerras

            Terminada a guerra, o desafio diplomático de Israel era traduzir suas vitórias militares em paz permanente, baseando-se na resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU que apelava pelo "reconhecimento da soberania, integridade territorial e independência política de todos os estados da região e de seu direito de viver em paz dentro de fronteiras seguras e  reconhecidas, livres de ameaças ou atos de força". A posição árabe, contudo, conforme formulada na Conferência de Cúpula de Cartum (agosto de 1967) era "não à paz com Israel, não a negociações com Israel e não ao reconhecimento de Israel". Em setembro de 1968, o Egito iniciou uma "guerra de desgate", com ações esporádicas e estáticas ao longo das margens do Canal de Suez, que se transformaram em combates de grande escala, causando pesadas perdas a ambos os lados. As hostilidades cessaram em 1970, quando o Egito e Israel aceitaram um novo cessar-fogo ao longo do Canal de Suez.

A Guerra de Iom Kipur, 1973

            Três anos de relativa calma ao longo das fronteiras terminaram no Iom Kipur (Dia da Expiação), o dia mais sagrado do calendário judaico, quando o Egito e a Síria lançaram um ataque de surpresa coordenado contra Israel (6 de outubro de 1973): o exército egípcio atravessou o Canal de Suez e as tropas sírias invadiram o planalto do Golan. Durante as três semanas seguintes, as Forças de Defesa de Israel mudaram o rumo da batalha e repeliram os atacantes, atravessando o Canal de Suez, e penetrando no Egito, ao mesmo tempo que avançavam até 32 km de distância de Damasco, capital da Síria. Dois anos de difíceis negociações entre Israel e o Egito e entre Israel e a Síria resultaram em acordos de separação de tropas, pelos quais Israel se retirou de parte dos territórios conquistados na guerra.

Da Guerra à Paz

            Embora a guerra de 1973 tenha custado a Israel um ano de seu PNB, a economia já tinha se recobrado na segunda metade de 1974. Os investimentos
estrangeiros cresceram, e quando Israel se tornou um membro associado do Mercado Comum Europeu (1975), abriram-se novos mercados aos produtos israelenses. O turismo incrementou e o número anual de visitantes ultrapassou o marco de um milhão.Hoje, quem lidera a lista de caravanas que visitam o Estado de Israel, é um brasileiro, o Bispo Macedo da Igreja Universal, que através da Igreja, hoje em 93 países, forma caravanas de fíeis para visitar a Terra Sagrada todos os anos. As eleições de 1977 para o Knesset trouxeram ao poder o bloco do Likud, uma coalizão de partidos liberais e centristas, terminando com quase 30 anos de predominância do Partido Trabalhista. Ao tomar posse, o novo primeiro-ministro, Menachem Begin, reiterou o compromisso de todos os seus predecessores por uma paz permanente na região, apelando aos países árabes a virem à mesa das negociações. O círculo vicioso da rejeição por parte dos árabes a todos os apelos de paz de Israel foi rompido com a visita do presidente egípcio Anuar Sadate a Jerusalém (novembro de 1977), à qual se seguiram negociações entre o Egito e Israel, sob os auspícios dos E.U.A., e que culmiram com os acordos de Camp David -
http://apocalipse.visualmaster.com.br/israel/israel. primer/timeline/content/1979.html (setembro de 1978). Tais acordos continham as linhas gerais para um acordo de paz abrangente no Oriente Médio, inclusive uma proposta detalhada de auto-governo para os palestinos. Em 26 de março de 1979, Israel e o Egito assinaram um tratado de paz em Washington, que trouxe o fim aos 30 anos de estado de guerra entre os dois países. De acordo com os termos do tratado, Israel retirou-se da península do Sinai, substituindo as antigas linhas de cessar-fogo e acordos de armistício por fronteiras internacionais mutuamente reconhecidas. Alguns dos países africanos que haviam rompido suas relações com Israel em resultado da pressão árabe durante a crise do petróleo de 1973, renovaram
seus vínculos econômicos, restabelecendo as relações diplomáticas.

Operação Paz para a Galiléia, 1982

            A fronteira internacional com o Líbano jamais foi questionada por nenhuma das partes. Contudo, quando a Organização de Libertação da Palestina (OLP) se instalou no sul do Líbano, após ter sido expulsa da Jordânia (1970), passando a perpetrar repetidas ações terroristas contra as cidades e colônias agrícolas do norte de Israel (Galiléia), causando danos físicos e materiais, as Forças de Defesa de Israel cruzaram a fronteira e entraram no Líbano (1982). A "Operação Paz para a Galiléia" conseguiu remover a maior parte da infra-estrutura organizacional e militar da OLP para fora da região. Desde então, Israel mantém uma pequena zona de segurança no sul do Líbano, adjacente à sua fronteira setentrional, para salvaguardar a população da Galiléia contra os constantes ataques de elementos hostis.

Desafios Internos

            Nas décadas de 80 e 90, Israel absorveu mais de 750.000 novos imigrantes, em sua maioria da antiga União Soviética, Europa Oriental e Etiópia. Este grande influxo de consumidores, assim como o considerável aumento do número de trabalhadores, profissionais ou não, somados a medidas estritas de controle inflacionário, colocaram a economia num período de expansão acelerada, tendo sido atingido um dos maiores índices de crescimento do PIB entre os países ocidentais. O governo que subiu ao poder após as eleições de 1984 para o Knesset se compunha dos dois principais partidos políticos - o Trabalhista (centro/esquerda) e o Likud (centro-direita). Este foi substituído, em 1988, por uma coalizão encabeçada pelo Likud à qual, após o período de governo de quatro anos, seguiu-se em 1992 uma coalizão trabalhista e de outros pequenos partidos de esquerda. Durante estes anos, cada um dos governos trabalhou pela consecução da paz, o desenvolvimento econômico e a absorção dos imigrantes, de acordo com suas próprias convicções políticas.

Rumo à Paz na Região

            Desde a assinatura do tratado de paz Egito-Israel (1979), várias iniciativas foram apresentadas, por Israel e outros, com o objetivo de promover o processo de paz no Oriente Médio. Tais esforços levaram à reunião da Conferência de Paz de Madrid (outubro de 1991), realizada sob os auspícios dos Estados Unidos e União Soviética, que reuniu representantes de Israel, da Síria, do Líbano, da Jordânia e dos palestinos. Os procedimentos formais foram seguidos de negociações bilaterais entre as partes e por conversações multilaterais tratando de problemas regionais.

As Conversações Bilaterais

            Israel e os palestinos: Após meses de intensivos contatos secretos em Oslo entre negociadores de Israel e da Organização de Libertação da Palestina (OLP), foi formulada uma Declaração de Princípios, onde foram delineados os arranjos para o auto-governo dos palestinos na Margem Ocidental e na Faixa de Gaza. Sua assinatura foi precedida por uma troca de cartas (setembro de 1993) entre o líder da OLP Yasser Arafat e o Primeiro-Ministro Yitzhak Rabin, nas quais a OLP renunciava ao uso do terrorismo, comprometia-se a invalidar os artigos de sua Carta que negam o direito de Israel à existência, e se comprometia a uma solução pacífica do conflito territorial de tantas décadas entre palestinos e judeus. Por sua parte, Israel reconhecia a OLP como representante do povo palestino. Assinada por Israel e a OLP em setembro de 1993 em Washington, a Declaração de Princípios contém um conjunto de princípios gerais mutuamente acordados sobre um período interino de cinco anos de auto-governo palestino, a ser implantado em quatro etapas. O primeiro passo, estabelecendo o auto-governo na Faixa de Gaza e na área de Jericó, ocorreu em maio de 1994. Em agosto do mesmo ano foi introduzida a segunda etapa, que envolvia a transferência de poderes e responsabilidades aos representantes palestinos na Margem Ocidental em cinco esferas específicas - educação e cultura, saúde, bem-estar social, impostos e turismo. O Acordo Interino Israelense-Palestino de setembro de 1995, que constitui a terceira etapa, ampliou o auto-governo palestino na Margem Ocidental através da eleição de uma autoridade autônoma - o Conselho Palestino - a fim de permitir aos palestinos a condução de seus assuntos internos. 

            A última etapa - negociações entre as partes sobre os arranjos para o status final - iniciaram-se de acordo com o que estava previsto em maio de 1996. Tais conversações determinarão a natureza permanente das disposições, cobrindo assuntos pendentes que incluem: os refugiados, os assentamentos, assuntos de segurança, fronteiras e Jerusalém. Israel e a Jordânia: Três anos de conversações entre a Jordânia e Israel, após a Conferência de Madrid, culminaram com uma declaração do Rei Hussein e do Primeiro-Ministro Yitzhak Rabin (julho de 1994), pondo fim ao estado de guerra de 46 anos entre os dois países. O tratado de paz Jordânia-Israel foi assinado no posto fronteiriço do Aravá (perto de Eilat, em Israel, e Ácaba, na Jordânia) no dia 26 de outubro de 1994, na presença do Presidente
americano Bill Clinton. Desde então, Israel e a Jordânia vêm cooperando em várias esferas para benefício de ambos países. Israel e a Síria:Nos marcos estipulados por Madrid, as conversações entre as delegações israelense e síria se iniciaram em Washington e têm-se realizado periodicamente a nível de embaixadores, com a participação de altos funcionários americanos. Dois ciclos recentes de conversações de paz sírio-israelenses (dezembro de 1995 e janeiro de 1996) focalizaram a segurança e outros assuntos-chave. Profusamente detalhadas e de amplo escopo, as conversações identificaram importantes áreas de concordância e convergência conceptuais, para discussão e consideração futuras.

Conversações Multilaterais

            As conversações multilaterais foram iniciadas como parte integrante do processo de paz, com o objetivo de encontrar soluções para problemas regionais fundamentais, e ao mesmo tempo instaurar confiança para permitir relações normalizadas entre as nações do Oriente Médio. Após a Conferência Multilateral de Moscou para o Oriente Médio (janeiro de 1992), na qual  participaram 36 países e organizações internacionais, as delegações se dividiram em cinco grupos de trabalho, que tratam de áreas específicas de interesse regional comum: meio ambiente, controle dos armamentos e segurança regional, refugiados, fontes de água e desenvolvimento econômico. Seus participantes se encontram periodicamente em vários locais da região.

Israel no Século XX

            Após o assassinato do Primeiro-Ministro Yitzhak Rabin (novembro de 1995), o governo - de acordo com seu direito de nomear um dos ministros (neste caso,
obrigatoriamente um membro do Knesset) para exercer o cargo de primeiro-ministro até as próximas eleições - nomeou o Ministro das Relações Exteriores Shimon Peres a esta função, com todos os privilégios concedidos pelo cargo. As eleições de maio de 1966 trouxeram ao poder uma coalizão governamental constituída de elementos nacionalistas, religiosos e centristas, chefiada por Binyamin Netanyahu do Likud. Com o objetivo de dedicar-se aos interesses primordiais do Estado de Israel, o governo tem diante de si vários desafios, entre os quais a continuação do processo de paz; a garantia da segurança do país; a ampliação dos laços diplomáticos no mundo; a melhoria do sistema educacional, com a instituição de turmas menores e o aumento do número de aulas diárias; a promoção de oportunidades educacionais iguais; a ênfase nos estudos científicos e tecnológicos, a fim de atender à indústria israelense; o aumento da competividade econômica com menor intervenção governamental; a redução do déficit na balança de pagamentos; a manutenção de um índice inflacionário baixo; a diminuição da burocracia governamental; a diminuição do peso dos impostos; o encontro de soluções para os problemas habitacionais; e a expansão da infra-estrutura. O ritmo constante de imigração e o progresso do processo de paz influenciarão sem dúvida de forma positiva o crescimento e o desenvolvimento contínuo de Israel rumo ao próximo século.

Resumo da História na URL:
http://www.webiblico.2x.com.br/Estudos/Israel/GeografiaHistoria/ISHIS_historia.htm

Dados de Israel ==> CLIQUE AQUI

Hatikva - O Hino Nacional
Tradução:

A Esperança

Enquanto no fundo do coração
Palpitar uma alma judaica,
E em direção ao Oriente
O olhar voltar-se a Sion,
Nossa esperança ainda não estará perdida,
Esperança de dois mil anos:
De ser um povo livre em nossa terra,
A terra de Sion e Jerusalém.

Transliterado:

Kol od balevav penimah
Nefesh Yehudi homiyah
Ulfa'atey mizrach kadimah
Ayin letzion tzofiyah
Od lo avdah tikvatenu
Hatikvah bat shnot alpayim
Lihiot am chofshi beartzeinu
Eretz Tzion v'Yirushalaim

A Estrutura Política

            Israel é uma democracia parlamentar, na qual funcionam os poderes legislativo, executivo e judiciário. Suas instituições são a Presidência, o Knesset (parlamento), o Governo (gabinete de ministros) e o Judiciário. O sistema se baseia no princípio da separação de poderes, com controle recíproco, o poder executivo (o governo) estando sujeito ao voto de confiança do poder legislativo (o Knesset) e a independência do judiciário sendo garantida por lei.

Leia mais sobre os presidentes, primeiros-ministros, etc. na URL:
http://www.mfa.gov.il/mfa/go.asp?MFAH0aqk0

Resumo Histórico na URL:
http://www.beth-shalom.com.br/artigos/vintefatos.shtml

Charges sobre o conflito:
http://www.netjudaica.com.br/novaNetJudaica/Default.asp?subMenu=Hasbara&novaPagina=Hasbara/Charges.asp

PROVÉRBIOS DE SALOMÃO
A Chave da Sabedoria
(Descubra o que não querem que você saiba)

Capítulo 1
 1  Provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel.
 2  Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem as palavras da prudência;
 3  para se receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a eqüidade;
 4  para dar aos simples prudência, e aos jovens conhecimento e bom siso;
 5  para o sábio ouvir e crescer em sabedoria, e o instruído adquirir sábios conselhos;
 6  para entender provérbios e sua interpretação, como também as palavras dos sábios e suas adivinhações.
 7  O temor do SENHOR é o princípio da ciência; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.
 8  Filho meu, ouve a instrução de teu pai e não deixes a doutrina de tua mãe.
 9  Porque diadema de graça serão para a tua cabeça e colares para o teu pescoço.
 10  Filho meu, se os pecadores, com blandícias, te quiserem tentar, não consintas.
 11  Se disserem: Vem conosco, espiemos o sangue, espreitemos sem razão os inocentes,
 12  traguemo-los vivos, como a sepultura, e inteiros, como os que descem à cova;
 13  acharemos toda sorte de fazenda preciosa; encheremos as nossas casas de despojos;
 14  lançarás a tua sorte entre nós; teremos todos uma só bolsa.
 15  Filho meu, não te ponhas a caminho com eles; desvia o teu pé das suas veredas.
 16  Porque os pés deles correm para o mal e se apressam a derramar sangue.
 17  Na verdade, debalde se estenderia a rede perante os olhos de qualquer ave.
 18  E estes armam ciladas contra o seu próprio sangue; e a sua própria vida espreitam.
 19  Tais são as veredas de todo aquele que se entrega à cobiça; ela prenderá a alma dos que a possuem.
 20  A suprema Sabedoria altissonantemente clama de fora; pelas ruas levanta a sua voz.
 21  Nas encruzilhadas, no meio dos tumultos, clama; às entradas das portas e na cidade profere as suas palavras:
 22  Até quando, ó néscios, amareis a necedade? E vós, escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós, loucos, aborrecereis o conhecimento?
 23  Convertei-vos pela minha repreensão; eis que abundantemente derramarei sobre vós meu espírito e vos farei saber as minhas palavras.
 24  Mas, porque clamei, e vós recusastes; porque estendi a minha mão, e não houve quem desse atenção;
 25  antes, rejeitastes todo o meu conselho e não quisestes a minha repreensão;
 26  também eu me rirei na vossa perdição e zombarei, vindo o vosso temor,
 27  vindo como assolação o vosso temor, e vindo a vossa perdição como tormenta, sobrevindo-vos aperto e angústia.
 28  Então, a mim clamarão, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão, mas não me acharão.
 29  Porquanto aborreceram o conhecimento e não preferiram o temor do SENHOR;
 30  não quiseram o meu conselho e desprezaram toda a minha repreensão.
 31  Portanto, comerão do fruto do seu caminho e fartar-se-ão dos seus próprios conselhos.
 32  Porque o desvio dos simples os matará, e a prosperidade dos loucos os destruirá.
 33  Mas o que me der ouvidos habitará seguramente e estará descansado do temor do mal.

Capítulo 2

 1  Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos,
 2  para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento,
 3  e, se clamares por entendimento, e por inteligência alçares a tua voz,  4  se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares,
 5  então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus.
 6  Porque o SENHOR dá a sabedoria, e da sua boca vem o conhecimento e o entendimento.
 7  Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; escudo é para os que caminham na sinceridade,
 8  para que guarde as veredas do juízo e conserve o caminho dos seus santos.
 9  Então, entenderás justiça, e juízo, e eqüidade, e todas as boas veredas.
 10  Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será suave à tua alma.
 11  O bom siso te guardará, e a inteligência te conservará;
 12  para te livrar do mau caminho e do homem que diz coisas perversas;
 13  dos que deixam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos das trevas....

Entenda o significado ea diferença entre os termos ligados às escrituras sagradas

PENTATEUCO OU TORÁ

            O Pentateuco, que os judeus chamam de Torá, é formado de 5 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. A palavra Torá é hebraica e significa LEI (ou INSTRUÇÃO). A palavra Pentateuco é grega e significa cinco divisões.

            Os 5 livros do Pentateuco são históricos, mas os judeus os consideravam como "lei", porque eles formam uma unidade onde a lei, dada por Deus, é o ponto
principal. 

TANACH

            Essa palavra é uma abreviaçào composta pelas iniciais das palavras hebraicas 'Torá' (ensinamentos), 'Neviim' (profetas) e 'Ketuvim' (escritos), sendo a Torá a base.

            A palavra Torá referia-se originalmente a uma instrução particular transmitida ao povo por um porta-voz de Deus, como um profeta ou sacerdote. Como esses ensinamentos consistem sobretudo em preceitos, a palavra Torá é muitas vezes traduzida como Lei ; e como esses ensinamentos consistem na essência da primeira divisão da Bíblia que compreende os livros Gêneses, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, a palavra também serve para designar essa unidade, também conhecida como Pentateuco (da expressão grega para cinco pergaminhos), ou os cinco livro de Moisés.

            Os cristãos conhecem o Tanach como sendo o Antigo Testamento da Bíblia. Testamento significa "aliança" e os cristãos reconhecem esta aliança de Deus
com o povo de Israel. Durante a formação da Bíblia hebraica houve um processo de seleção. Foram incluidos somente aqueles livros que se acreditava terem sido escritos por profetas sob inspiração divina.

TALMUD

            Conjunto de anotações escritas por rabinos e outros religiosos que se diziam dedicados a estudar a Torá, tendo 2 versões: a Versão de Jerusalém e a versão Babilônica, que diferem apenas em certos aspectos. A palavra Talmud é  uma derivação da raiz hebraica "lamad", que significa "estudo". Entretanto, apesar de muitos judeus darem muita importância ao Talmud e de tratarem-no como se fosse autoridade e uns até o tratarem como se estivesse acima dos Escritos no Tanach, na verdade o Talmud é apenas uma coletânea de pensamentos e argumentos de rabinos e estudiosos religiosos, que muitas vezes afastam-se muito dos Escritos da Torá, não estando por diversas vezes diretamente baseado nos ensinamentos do Tanach e nem nos textos dos Profetas.

Traduções e divisões da Torá e da Bíblia

            A Bíblia nem sempre foi dividida em capítulos e versículos como ocorre atualmente. Inicialmente, a Torá (O Pentateuco - 5 livros de Moisés), foi dividida em Seções (parashót) para leitura nas sinagogas judaicas, cada uma dessas seções lida em uma semana, com a quantidade de "parashót" igual ao número de semanas do ano judaico. O restante da Bíblia hebraica completando o Tanach, ou seja, o Velho Testamento, era dividida em versículos e seções para leitura nas sinagogas, antes da era cristã.

            A divisão moderna do Antigo Testamento e sua numeração em Capítulos foi efetuada em 1228 e é atribuída a Estêvão Langton, professor em Paris e nomeado Arcebispo de Canterbury. É possível que ele tenha usado a divisão já existente. A numeração do Antigo Testamento em Versículos foi realizada por Sante Pagnini, em 1528.

            Tal divisão e distribuição, como também o título e a ordem dos Livros Sagrados apresentam leve diferença entre a Vulgata e as traduções atuais. Por exemplo: do Salmo 10 ao 148, a numeração da Bíblia hebraica está uma unidade à frente da numeração da Bíblia grega e da Vulgata, que reúnem os Salmos 9 e 10 e os Salmos 114 e 115, mas dividem em dois os Salmos 116 e 147.

            Existem, ainda, nas bíblias, diferenças de ordem na disposição dos livros. Por exemplo: na Bíblia judaica (Tanach), temos como último livro o II Livro das Crônicas; na Vulgata, o último livro do Velho Testamento é o II livro dos Macabeus; nas Bíblias ocidentais católicas ou protestantes, o último livro do Velho Testamento é o Livro de Malaquias, descobrindo-se ainda outras diferenças, à medida que se manuseia cada uma delas.


Termos "cristão", "católico" e "messiânico"

            "Católico" é uma palavra que muitas vezes é confundida com "Cristão". Os católicos eram os fiéis da Igreja católica apostólico romana. Cristãos são todos aqueles que seguem os ensinamentos de Jesus Cristo, independentes de rótulo religioso e também as Igrejas Batista, Presbiteriana, Universal, Metodista, Pentencostais, Assembléias etc.

            Sabemos que a Igreja Católica Apostólica Romana não agiu conforme os ensinamentos cristãos em muitas ocasiões na história, como por exemplo, nas Cruzadas e até mesmo na época da Inquisição e do Holocausto nazista. Portanto, "católico" e "cristão" são termos completamente distintos, apesar de existirem católicos que tem atitudes consideradas cristãs. Até mesmo no Holocausto nazista muitos católicos arriscaram suas vidas no intuito de salvar judeus.

            "Messiânico" é quem acredita na vinda do Messias, conforme descrito no Antigo Testamento (Tanach). Popularmente falando, "Judeus Messiânicos" são os "judeus-cristãos", ou seja, judeus que acreditam em Jesus Cristo como sendo o Messias. Chamam Jesus de "Yoshua HaMashiach", o que traduzindo significa, "Jesus - O Messias". Os judeus tradicionais tem preconceitos contra os judeus messiânicos, achando que eles são "ladrões de almas" e "proselitistas", porém o que os messiânicos fazem é seguir a risca o que diz a própria Torá no Antigo Testamento - Tanach, o trecho que profetiza sobre a Brit Ha Chadashá (Novo Testamento),  Jeremias 31:31 e 32:

Tradução:

Jeremias 31:31  - "Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá." 
Jeremias 31:32   "Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor."

E também, no Tanach - Isaías 5 e 53, a previsão de que o Messias seria
rejeitado pelo seu próprio povo:

Tradução:

Isaías 5:24   Pelo que, como a língua de fogo consome o restolho, e a erva seca se desfaz pela chama, assim será a sua raiz como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do SENHOR dos Exércitos e desprezaram a palavra do Santo de Israel.
Isaías 53:3   Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.
Isaías 53:4   Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
Isaías 53:7   Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.


            E, portanto, os Judeus Messiânicos seguem estas e outras passagens no Tanach que evidenciam a descrição de Jesus Cristo como o Messias e adotam o Novo Pacto de Deus ampliado a  todos os povos, seguindo, portanto, o Antigo e o Novo Testamento (o Tanach e o Brit Ha Chadashá).

            Para considerá-los proselitistas e sermos preconceituosos contra este segmento do judaísmo, teríamos também que considerar outras correntes também como proselitistas e submetê-las ao mesmo preconceito aplicado aos Messiânicos, pois outras linhas também tem a visão da Torá completamente adversa da linha ortodoxa, tal como ocorre com a linha cabalista, linha ultra-ortodoxa, etc.

            Evangelho é uma palavra grega que significa "boa notícia". Dentre vários evangelhos, os de Mateus, Marcos, Lucas e João são Escritos que nasceram em comunidades cristãs particulares, e apareceram entre 30 e 70 anos depois da morte de Jesus Cristo, ou seja, depois da morte de Jesus, os discípulos continuaram a sua obra reunindo comunidades para viver um estilo de vida de acordo com a palavra e a ação de Jesus,mais inspirados pelo espírito de Deus, 'O ESPÍRITO SANTO' que vive em todos nós. A intenção dos evangelhos não era inicialmente fazer uma biografia de Jesus. Queriam esclarecer e manter vivo nas comunidades o compromisso de recordar e ensinar as suas palavras, sua atividade e seu destino (incluindo morte e ressurreição). Os Evangelhos são quatro formas de anúncio de Jesus, escritas no ambiente de comunidades diferentes. Por isso tratam da pessoa, das palavras e das ações de Jesus de modo ao mesmo tempo semelhante e diferente.

            O Novo Testamento é a parte da Bíblia cristã onde fala de Jesus Cristo, também conhecido com Yoshua Hamashiach (O Messias). Segundo o Novo Testamento, Jesus veio ao mundo para estabelecer a aliança definitiva entre Deus e os homens, onde ele mostra que Deus é Pai para os homens, e como os homens devem viver, baseando seus ensinamentos nos escritos da Torá.

            Através de sua palavra e ação, de acordo a descrição do Novo Testamento, Jesus inaugurou a nova aliança (Brit Ha Chadashá) ou, em outras palavras, o Reino de Deus. Esse Reino ou aliança é aberta a todos os homens, todos os povos de todos os tempos e lugares. Uma prática de reunir toda a humanidade como uma família em que todos são chamados a viver como irmãos, repartindo entre si todas as coisas, e a mesma fé, viva.

            Jesus não deixou nada escrito. Ele pregou, ensinou e colocou em prática a vontade de Deus, já escrita e passada ao mundo através do Antigo Testamento. E, segundo o Novo Testamento, Jesus ressuscitou, enviou o Espírito Santo aos seus seguidores, chamados apóstolos e discípulos, e estes continuaram sua missão, pregando, ensinando e fazendo como Jesus fazia. Foram eles que escreveram os Evangelhos que encontramos no Novo Testamento.

O Novo Testamento, conforme foi dito antes, 
já era previsto no AntigoTestamento.

SALMO 125
(Cântico das Subidas)
 1 Os que confiam no SENHOR serão como o monte Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.
 2  Como estão os montes à roda de Jerusalém, assim o SENHOR está em volta do seu povo, desde agora e para sempre.
 3  Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda as mãos à iniqüidade.
 4 Faze bem, ó SENHOR, aos bons e aos que são retos de coração. 
 5  Quanto àqueles que se desviam para os seus caminhos tortuosos, levá-los-á o SENHOR com os que praticam a maldade; paz haverá sobre Israel.            

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