A PIOR DOR DO MUNDO
Por Fernanda de Lima Molina

            Tenho para mim que, a pior dor do mundo, é a dor da fome. Guiada pela cegueira, desigualdade e abandono. 

            Há quem diga que, a pior dor, é a dor da perda de um ente querido. Blasfêmia. Ao meu ver, quando Deus nos tira alguém que amamos, o que morre, é simplesmente matéria, pois o amor, a lembrança e a saudade, jamais morrem.

            Dor da solidão. Inexistente para quem ama a Deus.

            Há milhares de pessoas a nossa volta, diferentes, mas não superiores, muito menos inferiores a nós. Uma palavra, um sorriso. Nada disso pode tirar a dor de alguém que sente fome. Dor humilhante, sem preceitos, filha da miséria. Egoísmo. Não sejamos hipócritas, existe o egoísmo em todas as partes. Nossas feições mudam diante daquele que tem fome.

            A ânsia de ajudar, e muitas vezes, somos incapazes. Por que? Por que isso nos persegue? Se a dor está ali, diante de nós e nada fazemos para tirá-la do alcance do nosso olhar? Convenhamos que até podemos mas..., e de nossos corações? Como tiramos? É possível pousar nossas cabeças, em nossos travesseiros e dormirmos em paz?

            Recorremos a todos os tipos de ajuda, buscando soluções mas, creio que, não temos poder para tanto. Somos fracos, perdidos em nossos próprios passos, nossas idéias, caminhos. Fragilmente  desorientados. Mas não menos orgulhosos.

            Raramente haverá sorrisos, enquanto houver a dor.

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