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22 de
setembro de 2006
ESPECIAL MULHER - JUSTIÇA
Por Fernanda de Lima Molina
É deprimente, e me causa náuseas, falar de um tema como este, mas, querendo ou não, é um assunto que presenciamos todos os dias, seja através da mídia falada, escrita, televisiva, ou, até mesmo, de uma pessoa mais próxima – talvez uma vizinha, uma irmã, ou, quem sabe, a própria filha.
O que é agressão contra a mulher? Será, somente, lesão corporal? Não, queridos leitores e amigos que acompanham a minha coluna! O pior tipo de arma utilizada para agressão contra a mulher, são as ofensas verbais e morais. Os danos morais são os maiores causadores das dores, superando, até, as dores físicas.
Até hoje, o homem é considerado o “rei do lar”, aproveitando-se desse falso título, para ditar regras, espancar e estuprar! Quando? Finais de semana são os dias preferidos para o seu “deleite”... Sai, vai para o boteco, “enche a cara de cachaça”, volta para casa e se sente o “dono da verdade”, cheio de coragem e demonstrações de machismo... Na segunda-feira..., dia de a mulher fazer queixa na Delegacia da Mulher, fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal – IML, ou, quem sabe, estar no IML, na geladeira, esperando liberação de seu próprio corpo. Estou sendo cruel? Não, só estou mostrando a realidade dos fatos!
O que a Justiça diria se, depois de tantos espancamentos e atrocidades contra a mulher, esta, por sua vez, agisse contra o seu agressor, levando-lhe à morte? Vocês, meus leitores, poderiam dizer: “bem-feito”! Mas, e a Justiça? É disso que quero falar. Devemos agarrar esta causa com fé e coragem, e, quando me refiro à mulher, me refiro, também, à mulher criança, à adolescente mulher, à jovem mulher, à mulher pobre, à mulher rica, enfim, todas as mulheres.
Devemos cobrar do Estado, e de quem mais for a responsabilidade e o interesse, as providências necessárias para a solução do problema de agressão e violência contra a mulher. Não podemos ficar paradas! Devemos agir, falar, gritar! Não podemos admitir que as mulheres continuem vivendo “entre tapas e beijos”.
"O tempo das cavernas já passou e bate na família que não devia nem bater
com uma flor, na mulher, nas crianças, mostrando toda autoridade de um homem
primata, no seu machismo covarde. Quando você vê na rua uma mulher com olho
roxo, tem certeza que ela é a mulher de um frouxo, um Zé Ruela que com ela é
agressivo sem diálogo, trata como égua porque é um cavalo, autoritário da
família, não tem autoridade além da força bruta, bate no filho, na filha,
porque é um....” [¹]
[¹] Trecho de uma musica de Gabriel o Pensador.
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