Em Minas Gerais, artesãos aproveitam a melhor data do varejo e criam produtos temáticos para agradar os consumidores
Todos nós sabemos que apenas a capacidade intelectual ou manual não bastam. Assim, se você possui essa facilidade mas não tem um bom marketing ou divulgação adequada do seu produto, não obterá sucesso a curto prazo. Para isso também existe o Sebrae. Aproveitando as festas de final de ano observe o que o Sebrae-MG fez em prol da comunidade de artesãos mineiros (segue a reportagem).
Acredite, é possível passar o Natal longe das
bugigangas asiáticas. É nisso que apostam os artesãos de Minas
Gerais, apoiados pelo Sebrae no
Estado, que criam produtos especiais para esta época do ano,
todos com jeito bem brasileiro. “Quem quer originalidade
procura as feiras de artesanato”, afirma Hermenegilda de
Carvalho, artesã de Varginha, no sul de Minas. Ela aumenta sua
produção com anjos e presépios de bucha vegetal em cerca de 70%.
“Crio a partir do que a natureza oferece, das sobras de
sementes, madeira de árvores mortas, cabaças e buchas”,
conta.
Os anjos e presépios de Elsa Maria, de Poços de Caldas,
são feitos de folhas secas, base de todo o seu trabalho. “A
procura é grande, aumento minhas vendas em 50%”, comemora.
Para ela, os produtos com tema natalino são parte de uma
estratégia de diversificação da produção. “Assim aproveito
melhor as datas”, explica. Os preços de anjos variam entre
R$ 5 e R$ 100, dependendo do tamanho, que pode variar de 0,5
metro a 10 centímetros. “Dependo muito da natureza, do sol
para secar as folhas. O resultado é 100% natural”,
orgulha-se.
De Montes Claros, no norte de Minas, Teresa Cristina
Mendes incrementa seu catálogo de produtos com presépios,
árvores e guirlandas de papel machê, sementes e palha de milho.
Com a cabaça, ela também modela um rechonchudo Papai Noel. “As
vendas dobram nesta época, temos de aproveitar”, diz. O
presépio, seu principal produto, sai por cerca de R$ 130.
A decoração de Natal é o carro-chefe de Ruth Gouveia,
da cidade de Cristina, no sul de Minas. Desde junho, a produção
de argolas para guardanapos, guirlandas e anjos é dedicada ao
tema. “Nos últimos dias tenho trabalhado até de madrugada
para dar conta dos pedidos. Mesmo assim, perdi vendas porque não
conseguiria atender no prazo”, conta. Ela e o marido
dedicam-se exclusivamente ao artesanato há cinco anos e, desde o
começo, viram nas festas de fim de ano uma oportunidade de
negócio. Suas guirlandas custam cerca de R$ 40 e os anjos variam
de R$ 10 a R$ 35.
Mas o artesanato também faz sucesso com a criançada. Em
Uberlândia, o português radicado no Brasil Vitor da Gama encanta
as meninas com delicadas casas de bonecas. Cada peça exige dois
dias de dedicação e custa cerca de R$ 120. “Começo a fazer em
outubro e no total chego a produzir entre 30 e 40 casinhas”,
diz.
Os bichos de pelúcia de Valéria Aparecida vendem cerca de
50% a mais no Natal. O sucesso fez com que a artesã de
Leopoldina procurasse diversificação e começasse a fazer
fantoches de personagens infantis. “Sempre me dediquei a
brinquedos e, com a ajuda do Programa Sebrae de Artesanato, quis
elaborar produtos diferentes”, explica.