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NEGÓCIOS & VENDAS
01 de maio de 2006

ACERTANDO OS PONTEIROS
Por Antônio Inácio Ribeiro (*)

            Desde pequenos nos acostumamos com certas coisas e por nos serem quase que impostas nem as questionamos, quanto a sua razão, justificativa ou validade. Simplesmente aceitamos e pronto. Muitas vezes com prejuízos decorrentes e outras sem auferir vantagens que algumas mudanças poderiam trazer.

            A mais característica destas situações é justamente quanto ao horário de trabalho. Ou ele nos é imposto ou nos adequamos a ele. Quando temos oportunidade de fazermos o nosso, ele quase sempre é da nossa conveniência e nem sempre um aproveitamento da situação que o determina.

            No sentido de otimizar a utilização do tempo nos vários setores e permitir com isso que todos dele tenham vantagens e facilidades, propomos na idéia de hoje, uma grade de horários envolvendo os grandes grupos de atividades. Evidentemente por se tratar de Brasil, o que mais vai se discutir serão as exceções.

            Mas só o fato de com estes debates se questionar, avaliar e analisar vantagens individuais de cada segmento e buscar consenso no que podem ser as grandes linhas coletivas de maior e melhor aproveitamento do tempo, já se estará dando um grande passo na direção do maior valor dos tempos recentes: o próprio tempo.

INDÚSTRIA    7 às 11    almoço   13 às 17

ENSINO         8 às 12    almoço   14 às 18

COMÉRCIO    9 às 13    almoço   15 às 19

SERVIÇOS   10 às 14    almoço   16 às 20

SHOPPING   11 às 15    almoço   17 às 21

            Num primeiro momento, algumas categorias poderão se imaginar prejudicadas por esta ou aquela razão. Mas o importante é se analisar que com as vantagens coletivas, cada categoria terá vantagens decorrentes. A primeira delas num uso mais racional das vias de transporte, um patrimônio coletivo e de uso comum a todos os cidadãos.

            Com este escalonamento geral de horários, as mesmas ruas e avenidas serão usadas por todos em horários diferentes, diminuindo ou eliminando o caos dos chamados horários de pico, com a simples atitude de se colocarem nas ruas ônibus e automóveis em horários escalonados, distribuindo os momentos de maior intensidade.

            Com certeza a maioria terá de meia a uma hora menos dentro dos meios de transporte, em cada sentido de locomoção, uma perda de tempo e um desgaste emocional estúpido, que geraria para cada pessoa uma economia de tempo de quatro a oito horas semanais. Exatamente meio ou um dia de trabalho, na maioria dos casos.

            Afora este aspecto diretamente relacionado com o estresse, gerador desde violência a hipertensão, o benefício maior seria a menor produção do monóxido de carbono dos ônibus e autos, por permanecerem menos tempo parados ou andando em menores velocidades, justamente quando o consumo é maior e a poluição mais ainda.

            Dentre as vantagens coletivas, uma das mais interessantes para cada setor e para as atividades produtivas como um todo, seria o poder aproveitar melhor o que podem nos oferecer os outros segmentos, principalmente nas cidades maiores, onde a superposição de horários impede, muitas vezes, as pessoas de fazerem suas outras necessidades.

            Nas cidades menores onde os desperdícios não são tão acentuados e os benefícios não tão perceptíveis, a alternativa mais lógica poderia ser a superposição de horários do ensino com a indústria e dos serviços com os shoppings. Com isso se facilitaria os horários de comunicação entre as grandes e pequenas cidades.

            Há de considerar que as vantagens auferidas em tempo com o não desperdício no trânsito, poderão ser aproveitadas para compras e uso de serviços, que só com as economias de combustível, desgaste de freios e motor já se geraria um incremento nos negócios. Mas o principal seria as pessoas terem mais calma para fazerem o que normalmente fazem mal, por estarem apressadas.

            Com estes escalonamentos, todos terão mais tempo para fazer suas coisas fora trabalho. Os da indústria, que normalmente moram mais longe, por serem as indústrias fora dos centros das cidades, o mesmo que tem acontecido com os colégios, escolas e universidades, que de centrais passaram a ser retirados, por melhores áreas.

            Para o comércio não haveria grande mudança, até porque a própria tendência deste para os shoppings, já se constitui na grande migração deste setor. O comercio mais beneficiado com este escalonamento seria o comércio vicinal, que habitualmente já atua nestes horários e por conta disto já é beneficiado.

            Os serviços teriam talvez a maior mudança, por erroneamente procurarem demarcar seus horários de funcionamento, seguindo os horários do comércio, tendo com esta mudança um redirecionamento em busca de uma melhor disponibilidade, de forma que muitos não precisem perder horas de trabalho para buscá-los.

            Finalmente os shoppings, os maiores responsáveis por mudança radical de horários em busca da conveniência dos seus clientes, teriam com esta proposta uma humanização dos horários dos seus trabalhadores, hoje um contingente considerável e insatisfeito pelo atual regime que lhes priva do melhor horário de lazer por completo: à noite, que se encerradas as atividades às 21 horas, se tornaria também possível.

            De todas as vantagens, talvez porque a maioria se aterá aos horários de entrada e saída, a mais significativa será o passar para duas horas o intervalo entre as duas jornadas de trabalho, com benefícios para empregadores pelo melhor desempenho decorrente de um maior descanso, entre uma e outra, e melhor produtividade, principalmente na da tarde, a mais prejudicada pelo cansaço. 

            Para o trabalhador, esta pequena mudança será vital, pois diminuirá em muito as enfermidades por esforço repetitivo e as por estresse, decorrente de regime intenso por longos períodos, o maior causador de úlceras e gastrites. Tudo isso num tempo em que a qualidade de vida é o mais importante objetivo do ser humano.

            Aos governos os ganhos indiretos, por economias nos gastos previdenciários e de assistência social a todas estas enfermidades, seriam o maior benefício. A propósito o próprio governo precisaria rever o horário de trabalho dos seus servidores, que em contingente significativo, ganha mais que a iniciativa privada e trabalham menos, a maioria em uma só jornada de seis horas. Todos são iguais perante a lei. Que se cumpra a lei.

(*) Doutorando em Administração de Marketing pela Universidade La Rioja - Espanha; Mestre executivo em Marketing pelo ISAE da Fundação Getúlio Vargas, Especialista em Marketing pela PUC do Paraná; Habilitado ao Magistério no Ensino Superior pela PUC do Paraná; Pós-graduado em Vendas e Marketing pela ADVB - Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil; Administrador pela Universidade Mackenzie de São Paulo, Autor dos livros "Marketing para o Profissional Liberal", "Segredos ao Sucesso" e "Marketing ao Sucesso" além de 21 outros nestas áreas. Assina a coluna de Gestão de Marketing e Negócios do Portal Brasil.

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