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P E
N S A
M E N
T O S
& C
I A.
1 6 / D
E Z E M B R O / 2 0 0 8
E é Natal outra vez
Não quero ser adulto, quero ainda ser aquela criança que amava o Natal, que se enchia de alegria esfuziante e ansiedade incontida. Meu prazer não se detinha nos presentes que eu não recebia, mas em ser acordada por minha mãe para assistir a missa do Galo. Sonolenta vestia meu vestido novo cor-de-rosa de laço na cintura e o meu prazer estava naquilo. Não me lembro da missa.
No dia 25, o almoço com a família regado a vinho de garrafão, aguça-me hoje a memória gustativa; as musiquinhas natalinas tocando no rádio soam em meus ouvidos ainda. Era festa, era Natal. Doce lembrança, delicadas recordações que me enchem de saudade e uma alegria diferente das que vivo hoje.
Em tudo havia festa! Afinal era aniversário de Jesus, o menino na manjedoura rodeado de anjos, Reis Magos, pequeninos animais. Perfeito encantamento. Era o nascimento do Salvador, do Filho de Deus. Mais tarde passamos a comemorar o Natal na Igreja Batista. Igualmente esfuziante, deslumbrante, cintilante! Lá conheci as árvores de natal que jamais havia conhecido e nunca mais quis largar delas os olhos.
E assim foram passando vários Natais, foram ficando diferentes, mas nem por isso menos interessantes... adolescência com outras cores de vestidos, outros interesses.
Depois o Natal com os filhos e tudo recomeçando com a história sendo criada para eles.
Hoje, não sei como é para as demais pessoas, a alegria está mais efêmera. É tudo muito rápido, fácil, descartável. Não quero ser pessimista, pois não faz parte da minha natureza, mas vejo o Natal que chega sem o entusiasmo que me acompanhou até mesmo há pouco tempo. Estarei ficando velha? Ainda pratico o Natal, comemoro o nascimento de Jesus. Creio que todos nós cristãos o fazemos. Não quero ser lugar-comum, mas parece que o verdadeiro sentindo se dilui.
Mais uma vez, não querendo ser piegas, espero que não fiquemos voltados para nós mesmos e nos lembremos dos que tanto necessitam de um olhar mais apurado como contraponto ao olhar desesperado dos muitos desventurados. Que pelo menos nesta data, nos sintamos motivados a fazer algo que durante o ano inteiro não temos tempo de cuidar.
Escuto as pessoas reclamando da falta de motivação para comemorar o Natal. Que tal fazermos renascer este sentimento, fazendo alguém mais feliz? Pode até ser alguém que não necessite de coisas materiais, mas do nosso beijo carinhoso, nosso abraço fraterno e verdadeiro.
Quero, daqui há alguns anos, ter a doce lembrança que tenho do Natal da minha infância. E isto depende de cada um de nós, depende de mim.
Que Natal mais lindo!
É Natal de Jesus!
Aniversário do menino
que, homem, morreu na cruz.
Que nos ensinou o amor,
nos ensinou o perdão,
nos redimiu do pecado,
nos concedeu Salvação.
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