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R E L I G I Ã O
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EFRAIM E MANASSÉS NÃO IAM AO CULTO
Por Bruno
Aníball Peixoto de Souza, colunista do Portal Brasil
Gênesis talvez seja o livro mais importante da Bíblia. Encerra o inicio da dimensão humana como conhecida; o “protoevangelho”, a primeira profecia da vinda de JESUS, o descendente de Eva que pisaria a cabeça da serpente; a escolha de Abraão, pai da fé, pai da nação israelita, pois gerou Isaque e este a Jacó, pais de doze moços dos quais defluem as doze tribos de Israel.
Jacó tinha duas esposas e duas concubinas que lhe geraram dez filhos, mas Raquel, a esposa amada porque quem trabalhara 7 anos e depois mais 7 anos lhe deu José, o caçula. Escancaradamente Jacó o amava mais que os outros então dez filhos, porque Benjamin não houver nascido. Ganhou exclusivamente uma túnica talar, ínsita aos que não trabalhavam e tinha por resolução do pai supervisionar o trabalho dos irmãos, dedurando-os.
Eis o caldo de cultura a ensejar uma explosão de ódio. Quando viajara a vistoriar os irmãos que peregrinavam com os rebanhos, nove irmãos irromperam resolutos no propósito de matá-lo. Rubéns, o mais velho, para detê-los, os convenceu a jogarem-no numa cova para vendê-lo, pois seu intento era libertá-lo. Não houve tempo hábil. Enquanto Rubéns se ausentou, passou uma caravana de midianitas e os nove irmãos o venderam. O ardil para o livramento se tornara a solução maldita, o desenlace do ódio sem sangue, mas cheio de crueldade. Viam as lágrimas do irmão no poço e não se condoeram.
José foi vendido a Potifar, alto funcionário de Faraó. Conquistou sua confiança e ele lhe entregou toda a administração dos bens e da casa. Mas sua esposa tinha outros planos para José, moço de boa aparência: sexo. Insistia para que José tivesse relação sexual com ela, o qual resistiu. José era fiel ao DEUS que humanamente lhe abandonara, entregando-o aos estrangeiros, à escravidão, negando-lhe o colo do papai.
Tinha motivos a justificar uma aventura amorosa em meio a tanta desolação, afinal, aonde estaria DEUS naquilo tudo? Mas resolveu ser fiel a DEUS. Então a esposa de Potifar mentiu que José a tentara violar, pelo que foi preso. Essa foi a recompensa pela fidelidade: receber o mal por bem.
No calabouço lhe desvaneceu a pouca luz que restara. Apagou-se a tociga que fumegava. Mas achou mercê com o carcereiro que lhe tratou bem e o pôs como auxiliar. Anos se passaram e um dia foram presos dois altos funcionários do Faraó: o copeiro chefe e o padeiro chefe. Ambos sonharam e Josué interpretou o sonho deles. O padeiro seria enforcado em três dias, mas o copeiro em três dias seria guindado de volta à posição que gozava.
Acendeu a luz da esperança. José pediu ao copeiro que intercedesse a favor dele a Faraó. Mas ele esqueceu e a chama da esperança de José outro vez se esvaiu. A fidelidade ao seu DEUS humanamente nada rendera, a não ser anos de prisão, tão injusta quanto a disposição homicida de seus irmãos.
Entretanto, passarem-se dois anos, Faraó teve um sonho que o perturbara sobremaneira. O maior império conhecido amanheceu de sobressalto. Ninguém conseguia interpretar, porque Faraó sabia que seu sonho, naquela tão assustadora e nítida tinha um significado. Ali o copeiro lembrou-se de José e narrou a Faraó o que lhe ocorrera, de como o escravo judeu interpretara o seu sonho e o do enforcado padeiro.
Pela manhã saia do cárcere um homem descomposto, barbudo, escravo, prisioneiro, homem de dores, forjado no cúmulo da injustiça. A tarde, José saia da presença de Faraó como o segundo homem mais poderoso do maior império conhecido: o Egito em sua glória.
Faraó deu a José por esposa a filha de um sacerdote egípcio dos quais lhe nasceram dois filhos: Manassés e Efraim. Manassés significa “”DEUS me fez esquecer de todo o meu trabalho e da casa de meu pai”, ou seja, a dor da ausência do pai lhe foi suprida ao experimentar o privilégio de ter uma família e ser pai.
Efraim significa “DEUS me fez próspero na terra da minha aflição”. A saber, naquilo que mais doía, DEUS o fizera prosperar. Ambos portavam no nome a essência da experiência, da fidelidade e da intimidade de José com DEUS, apesar de tudo e de todos.
Tamanho peso espiritual da herança de José produziu outro efeito. Na contagem das tribos de Israel, cada uma leva o nome dos irmãos de José, filhos de Jacó: Levi, Issacar, Zebulom, Nafatali, Dã, Gadi, Aser, Judá, Benjamin, Rúbens, Simeão. Mas no que toca a linhagem de José a contagem se dá assim: a meia tribo de Manasses e a meia tribo de Efraim.
Efraim e Manasses pelo significado do nome tiveram o privilégio de apor o próprio nome da contagem das tribos, meia de uma, meia de outra, perfazendo as doze tribos de Israel que profeticamente projetaram os doze apóstolos de JESUS, perfazendo, todos, os vinte e quatro fundamentos espirituais da cidade de Jerusalém espiritual e eterna, reservada aos salvos, os filhos espirituais de Abraão.
De forma estrondosa, Efraim se enriqueceu, mas como Manasses tinha um defeito: não gostava de congregar, de se reunir-se com seus irmãos, numa linguagem mas simples, de ir ao culto.
A história mostra que José na desgraça abissal lutou pela preservação da promessa de um povo que se reuniria a invocar e a adorar, em uníssono, o DEUS criador dos céus e da terra e, com o que recebeu, estabeleceu lugar de adoração ao DEUS verdadeiro no meio do Egito. O culto da casa de seu pai, com seus irmãos, esposas, sobrinhos, filhos, setenta almas, foi estabelecido no Egito.
Efraim e Manasses, especialmente Efraim que prosperou sobremaneira, não gostava de reunir-se com seus irmãos para cultuar, apesar de todo o bem material e espiritual que desfrutara como herança bendita de José do Egito.
O profeta Oséias revela que isso lhes propiciou o extermínio, o que será objeto do próximo ensaio.
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