MINHA VIDA A PARTIR DE HOJE
"By Lela"

Como foi a minha vida até hoje? e a sua? boa, ruim, triste, alegre? cheia de acontecimentos estimulantes! ou entediantes? muito trabalho ou nada o que fazer? uma vida difícil, fácil, sem graça, muitos desafios? muitos dissabores? muitos amores? nenhum? um, mas que foi pra valer?

Uma variedade de situações, casos, fatos, estilos de vida e, ao mesmo tempo, tudo tão parecido! Nascemos, vivemos, morremos. Opa! Aí está a chave. Chega um momento em que percebemos que já passamos da primeira metade provável de nossas vidas. Muita gente passa por este período distraidamente ou finge que não vê; outras não têm tempo para pensar no assunto; muitos param e procuram refletir a respeito da questão que pode ser incômoda ou não; alguns ficam indiferentes, conformados, acomodados, e outros mais buscam tirar proveito do tempo que vem pela frente e vê isto como um presente ao invés de ficar choramingando pelo tempo passado.

Sob a minha ótica os dias que já se foram não deveriam ser lembrados com melancolia e saudosismo, embora muitas vezes seja inevitável, mas apenas para compará-los com os dias melhores que virão. Sim, eles poderão ser melhores! a partir do instante em que decidirmos que seremos felizes. Sim, a felicidade é também uma questão de escolha, de decisão.

Há poucos dias, Voltando do trabalho, ouvia no som do meu carro uma música que dizia assim “...de hoje em diante eu vou modificar o meu modo de vida...”  e mais adiante continuava: “...agora não vou mais chorar...”  Pensei na coincidência com o que vinha imaginando nos últimos tempos: transformar a minha vida! Nada de radical... aos olhos alheios! mas essencial  para mim. Sim! decidi ser feliz. Não que eu não tenha vivido meus dias alegres, mas tudo passa, tudo fica monótono, tudo precisa de reciclagem, às vezes de uma grande virada!

Tenho pela frente um tempo precioso e não quero mais chorar, não quero mais sofrer, não quero guardar mágoas, remoer alguma culpa, lamentar pelo que fiz e pelo que não fiz. Tudo já passou. Sei que fiz coisas boas e sei que errei também, mas é passado. Quero sim, fazer acontecer um novo dia, um novo momento.

Tomei algumas resoluções: não pretendo mais perder tempo com coisas inúteis, pessoas chatas, invejosas e ressentidas, mas serei tolerante os minutos suficientes para afastar-me delas sem me irritar; não quero entrar em discussões infrutuosas apenas para fazer valer minha opinião, mas posso dizer palavras amáveis a quem necessitar; não intento transformar o mundo, mas buscarei ser  generosa, amorosa com aqueles que de mim estiverem próximos.

Quero aprender mais, viajar mais, ler mais, amar mais, escrever meus poemas e, principalmente, rir muito, conviver com  pessoas verdadeiras que admitem que erram, que caem e não se envaidecem com os pequenos poderes, que cultivam a simplicidade da alma e reconhece o que é justo e digno.

Quero também sabedoria para desfrutar de cada coisa que nos é dada de graça: a chuva que cai deliciosamente: seja em casa para aconchegar-me na cama, ou na rua para senti-la em meu rosto; o sol esplendoroso, seja na praia para colorir o meu corpo, ou em casa  para secar as roupas no varal; a brisa que brinca com meus cabelos; as belas paisagens para encantar meus olhos, as cachoeiras para refrescar-me, e os olhos do meu amado para extasiar meu coração.

Quero apaixonar-me. Ah! O que seria a vida sem paixão? paixão pela própria vida, pelo trabalho, pela arte, por nossos projetos, por nossos queridos: filhos, amigos, familiares. E por que não nos apaixonarmos também pela pessoa especial que chegará? Ela existe! Talvez já esteja ao seu lado ou esteja a caminho. “Tudo que vem devagar, vem para ficar”. É o que me disse há poucos dias um amigo querido. E ele virá.

Não fugiremos da nossa mortalidade, pois somos finitos, mas caminharemos em grande estilo. Simplesmente felizes.